Para além da disputa, nos corredores, dos cobiçados lugares de Presidente da UE (é assim que vai ser conhecido) e de Alto Representante para a Política Externa que o Tratado de Lisboa institui, para a sala em que reune nos próximos dois dias o Conselho Europeu está agendada a posição a adoptar pelos 27 na Cimeira de Copenhaga sobre as alterações climáticas, marcada para Dezembro deste ano.
Espera-se uma posição sobre o mais que certo fracasso dessa cimeira, já claramente vaticinado pelos mais altos responsáveis da ONU que entendem ser muito improvável a aprovação de um texto compromissório substitutivo do Protocolo de Quioto, dotado de efectividade, isto é, que vincule não só os EUA mas também os grandes poluidores como são os Estados de economias emergentes.
Mas é sobretudo importante ficar a saber que papel desempenhará a UE neste processo, conhecendo-se, como se conhece, que a posição europeia é essencial para locomover o movimento de redução das emissões a nível global. É que no seio da UE as opiniões estão longe de ser comuns. E a crise veio dar argumentos adicionais aos mais recentemente chegados ao clube - como são os países do leste - para se baterem por metas menos ambiciosas dos que os propostos 20% de redução das emissões nos próximos dez anos, invocando a impreparação das suas infra-estruturas produtivas e o imenso esforço que significaria adaptá-las ou mesmo substituí-las.
E Portugal? Tem Portugal uma posição informada sobre esta matéria? Vai pesar a factura que o nosso aparelho produtivo vai ter de suportar, por mais insignificantes que sejamos também no lixo que atiramos para a atmosfera? Gostaríamos de saber.
Receio que tenha toda a razão para perguntar, os fundamentalismos e as bandeiras que nesta matéria se têm agitado torna politicamentei incorrecto discutir o assunto nos termos em que o Zé Mário o põe.
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida
ResponderEliminarA próxima Conferência de Copenhaga não tem por tema o "lixo que atiramos para a atmosfera" mas sim o Clima.
Se fosse o “lixo”, o tema seria o Ambiente. E convem não confundir “clima” com “ambiente”.
É claro que a Conferência de Copenhaga sobre o Clima tem subjacente um putativo vilão, convenientemente tratado como "lixo". Trata-se do inocente dióxido de carbono, um gás que é mais parecido com um fertilizante atmosférico do que com "lixo", mas que a teoria politicamente correcta do IPCC responsabiliza pelo aquecimento global e demais alterações climáticas.
Ora, fazer fé nesta teoria começa a tornar-se prova de ignorância contumaz, na medida em que desde há uma década que não se observa qualquer aquecimento global, não obstante a continuada emissão de dióxido de carbono. Antes pelo contrário, há razões para recear a entrada num período de arrefecimento.
Mas aos organizadores da Conferência nada disso interessa. Sob o pretexto climático, o objectivo é preparar a opinião pública mundial para aceitar o lançamento de mais impostos sobre a energia. Pela minha parte, só posso esperar que a conferência lhes corra mal.
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ResponderEliminarEste mês de Outubro, então, tem sido mesmo de gelar!
ResponderEliminarRaramente saio de ao pé da lareira!
E de cada vez que vou à rua, brrrrrr!!!!