"Usai as pessoas vis para atacar os vossos inimigos", "qualquer operação militar tem na dissimulação a sua qualidade básica"
Estas frases são atribuidas a SunTzu, general chinês que viveu no século IV AC e autor de A Arte da Guerra, precioso manual de instruções para vencer batalhas e derrotar inimigos, traduzido e lido por sucessivas gerações até hoje.
A evolução mundial ao longo destes milénios que nos separam de Sun Tzu poderá ter trazido extraordinários progressos tecnológicos, tão extraordinários que ainda há apenas 50 anos seriam pura ficção. Mas, se virmos bem, esses progressos foram todos no sentido de ser possível dispensar fisicamente os peões, os soldados, os que tinham que pegar na espada, disparar as setas ou a pistola, para matar ou morrer no campo de batalha.
Os progressos apenas tornaram mais sofisticadas as armas, os meios de agressão ou de informação junto do campo inimigo, dispensando o corpo a corpo e a coragem física, porque os generais seguem a mesma cartilha, não se inventou entretanto nenhuma mais eficaz. E não se inventou porque a natureza do homem não muda, apenas se contém, se disfarça ou se domina, é uma matéria prima sempre disponível e pronta a ser trabalhada de modo a produzir o efeito que se pretende.
Os homens vis continuam a ser indispensáveis e são muito eficazes porque é mais difícil detectá-los entre as multidões que os encobrem. Os meios possíveis para se embuçar ou despistar o alvo da sua acção são tantos quantas são hoje as formas de comunicar, de saber, de expor e de divulgar até ao infinito, com a vantagem de o acto de vileza poder ser replicado através dos mais inocentes anónimos, ampliando assim o seu raio de acção num relâmpago, e até limites territoriais que nenhum exército bem armado poderia alguma vez ter sequer alcançado em tempo de uma vida humana.
Os estilhaços destas guerras modernas já não se medem em cidades destruídas ou pilhas de cadáveres, pelo menos enquanto forem eficazes os meios mais subtis e tecnologicamente puros, mas medem-se pelos efeitos em crises políticas, em desastres financeiros, em manipulação das bolsas, em agitações sociais, em ameaças de epidemias, em receio de ataques terroristas, em construção de muros defensivos ou na destruição de fontes de riqueza como o turismo, a segurança ou a qualidade do ambiente. E medem-se também pelo descrédito da política, pela depauperação do prestígio de pessoas ou de classes sociais, pelo cinismo crescente em relação a quem age por bem, neutralizando os que ousam resistir e assim se desculpando, como uma fatalidade, que a vileza seja recompensada.
Hoje, como há milénios, o recurso a pessoas vis continua a ser de uma eficácia surpreendente, não admira que A Arte da Guerra continue a ser traduzida e reeditada.
Estas frases são atribuidas a SunTzu, general chinês que viveu no século IV AC e autor de A Arte da Guerra, precioso manual de instruções para vencer batalhas e derrotar inimigos, traduzido e lido por sucessivas gerações até hoje.
A evolução mundial ao longo destes milénios que nos separam de Sun Tzu poderá ter trazido extraordinários progressos tecnológicos, tão extraordinários que ainda há apenas 50 anos seriam pura ficção. Mas, se virmos bem, esses progressos foram todos no sentido de ser possível dispensar fisicamente os peões, os soldados, os que tinham que pegar na espada, disparar as setas ou a pistola, para matar ou morrer no campo de batalha.
Os progressos apenas tornaram mais sofisticadas as armas, os meios de agressão ou de informação junto do campo inimigo, dispensando o corpo a corpo e a coragem física, porque os generais seguem a mesma cartilha, não se inventou entretanto nenhuma mais eficaz. E não se inventou porque a natureza do homem não muda, apenas se contém, se disfarça ou se domina, é uma matéria prima sempre disponível e pronta a ser trabalhada de modo a produzir o efeito que se pretende.
Os homens vis continuam a ser indispensáveis e são muito eficazes porque é mais difícil detectá-los entre as multidões que os encobrem. Os meios possíveis para se embuçar ou despistar o alvo da sua acção são tantos quantas são hoje as formas de comunicar, de saber, de expor e de divulgar até ao infinito, com a vantagem de o acto de vileza poder ser replicado através dos mais inocentes anónimos, ampliando assim o seu raio de acção num relâmpago, e até limites territoriais que nenhum exército bem armado poderia alguma vez ter sequer alcançado em tempo de uma vida humana.
Os estilhaços destas guerras modernas já não se medem em cidades destruídas ou pilhas de cadáveres, pelo menos enquanto forem eficazes os meios mais subtis e tecnologicamente puros, mas medem-se pelos efeitos em crises políticas, em desastres financeiros, em manipulação das bolsas, em agitações sociais, em ameaças de epidemias, em receio de ataques terroristas, em construção de muros defensivos ou na destruição de fontes de riqueza como o turismo, a segurança ou a qualidade do ambiente. E medem-se também pelo descrédito da política, pela depauperação do prestígio de pessoas ou de classes sociais, pelo cinismo crescente em relação a quem age por bem, neutralizando os que ousam resistir e assim se desculpando, como uma fatalidade, que a vileza seja recompensada.
Hoje, como há milénios, o recurso a pessoas vis continua a ser de uma eficácia surpreendente, não admira que A Arte da Guerra continue a ser traduzida e reeditada.
Cara suzana:
ResponderEliminarUm sábio esse Sun Tzu. E também um profeta.
Creio mesmo que ele estaria também a antever muito do que se passaria em Portugal 25 séculos depois.
Ou estarei a exorbitar?
Ai se Sun Tzu tivesse computador!
ResponderEliminarPara os que acreditam na "teoria da reincarnação" Sun Tzu nos seus escritos sobre a arte da guerra, regressa/reincarna em gente a mais cá pelo lindo Torrão Lusitano.Só que sob a forma de guerras à maneira de Asterix e Obélix contra os Romanos.O que interesssa é a poção (propaganda)que se poe em cada organismo (cabeça).
ResponderEliminarTemos muita sorte se o ceu não nos cair na cabeça um dia destes.
Cara Dra. Suzana Toscano:
ResponderEliminarNão tenho dúvidas de que é uma grande “generala” e que, ao contrário de outros, não é “belicista”, as únicas armas que utiliza são essa “voz de trovão” (tem direitos de autor, a pézinhos), e este saber dizer em palavras escritas…
Tenho a certeza de que, numa guerra - “ou enfrentas ou pões-te a milhas” - ,V. Exa. enfrenta, garantidamente…
PS
ResponderEliminarN.B.:Para que não haja dúvida, esta de "voz de trovão" não deve ser entendida no sentido literal dos termos, mas antes como a voz de alguém com uma sonoridade bonita , que silencia, e é agradável de ouvir.
Aliás acho que foi neste sentido que a cara pézinhos a utilizou pela primeira vez... :)
Caro Pinho Cardão, exorbita, claro, nem mesmo Sun Tzu, inspirador de mil batalhas e vitórias, teria tal capacidade!
ResponderEliminarCaro António Transtagano, SunTzu também trata as manobras de diversão, as que se destinam a distrair as atenções do essencial.
Caro Do Alto Castelo, esperamos que amanhã não seja a véspera desse dia (Abraracoursix.
Caro jotac, a voz e a escrita são armas poderosas, a primeira se servir para nos fazermos ouvir mas modelada o suficiente para se conseguir ouvir os outros.A segunda,felizmente, temo-la usado largamente aqui no 4r, com a sua demonstração da arte também!(adorei essa da "voz de trovão", mas cá em casa dizem que já se tinham queixado várias vezes ;)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar...modulada, claro.
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