Há quatro anos, Paulo Bento foi a solução encontrada para aguentar a situação do Sporting, a passar por um péssimo momento, até que fosse contratado treinador com o estatuto que Bento não tinha. Afirmou-se no clube e fez-se respeitado no futebol português não só pelos resultados mas pela atitude. Não foi só o treinador que fez de uma equipa vulgar, num clima de grandes dificuldades e disputas internas, o motivo de muitas alegrias para os sportiguistas, ficando perto, mesmo muito perto, de conseguir o que há muito o Sporting não lograva obter. Foi também o dirigente do clube que outros, pagos para o serem, nunca foram.
Paulo Bento foi a corporização da alma sportinguista, ao protestar corajosamente contra injustiças inenarráveis de que o clube foi alvo, sofrendo as consequências, mas dispondo-se ao sacrifício como é próprio de quem faz da razão, força. Não vi ninguém, senão ele, a fazê-lo apesar de ser apenas um dirigente da equipa técnica do futebol, sem responsabilidades directivas e muito menos de administração.
Após a humilhação frente ao Bayern no final da época passada, a actual só veio confirmar a falta de empenho e de profissionalismo de jogadores que nunca esconderam o desencanto por não jogarem em Inglaterra, em Itália ou em Espanha, retidos numa equipa que pouco lhes diz. Mas apesar dessa evidência, quem sai maltratado é o treinador.
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O fenómeno passa-se no futebol. Mas poderia passar-se noutra qualquer actividade. Traduz-se na habitual e implacável ingratidão que é a par da inveja, das condenações de preceito (de preferência na praça pública) e do gosto pelos assassinatos de carácter, dos desportos mais praticados pelos portugueses. Com sucesso olímpico, de resto...
Caro JMFA,
ResponderEliminarEmbora concorde em quase tudo, o mue caro parece esquecer-se das bancadas quando procura responsabildiades. O facto é que Paulo Bento era bom demais para o Sproting todo, não só que os seus jogadores, como a próxima época no Dragão o vai mostrar.
Caro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarNa minha opinião, e com o tipo de alguns jogadores que tinha no plantel e que bem definiu, o Paulo Bento revelou qualidades apreciáveis como técnico.
Em aspectos de comunicação com o exterior, creio que exagerou e teve posturas que me pareceram extemistas ou, no mínimo, de falta de algum equilíbrio.
Em matéria de gestão interna, também não terá controlado devidamente alguns problemas e o comportamento de alguns jogadores.
Tudo fruto de alguma natural inexperiência, algo que seguramente colmatará brevemente.
E agravado por falta de suporte a um outro nível, que implicou que lhe sobrassem problemas que outros deveriam resolver.
No meio disto tudo, acho que o Paulo Bento terá sido o maior activo do futeboldo Sporting nestes últimos anos.