quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Não vale a pena complicar...

A propósito da corrupção, foi mais ou menos isto que há pouco ouvi do Professor Diogo Leite de Campos em resposta à pergunta "como se combate a corrupção" (SIC Notícias):

A prevenção da corrupção faz-se com a eficácia da justiça. A dissuasão de actividades de corrupção é dada pela resposta imediata e punitiva do Estado.
É preferível rapidamente condenar um corrupto com dois anos de prisão do que aguardar dez anos nos corredores da justiça para aplicar cinco anos.


Totalmente de acordo. Não é com mais comissões parlamentares - com todo o respeito que me merecem e por melhores que sejam as intenções - nem é com mais produção legislativa - com todo o respeito que me merecem os senhores legisladores - que vamos resolver o problema da corrupção. Enquanto a justiça não funcionar este flagelo irá continuar a desgastar o Estado de Direito.

8 comentários:

  1. Combate-se a corrupção acusando os partidos de receberem dinheiro e os seus militantes de associação criminosa. No dia seguinte sabe-se tudo e resolve-se tudo.

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  2. Caro Tonibler
    Melhor dizendo, no dia seguinte sabe-se alguma coisa, mas o suficiente para nada se resolver.

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  3. Cara Margarida:
    Sábias palavras as do Professor.
    Mas deputado sem novas leis não brilha...

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  4. Cara Margarida,

    Dentro das hipóteses simples, temos ainda o Campo Pequeno, levantada por Otelo Saraiva de Carvalho, e os pelotões de fuzilamento. Mas começar por acusar os militantes dos partidos a dizer-lhes que não façam as outras pessoas de burras ao dizer que não sabiam de nada, é um bom começo dentro das opções simples. As outras virão naturalmente com o deixar correr.

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  5. Se os Deputados não fizerem leis sobre leis vão dizer que não fazem nada, além de que o método de ir complicando o que parecia evidente até se tornar num novelo incompreensível dá sempre um excelente resultado para que não se mude nada. Por isso proliferaram desde sempre comissões de comissões e coordenações de coordenações, de cujo trabalho (às vezes importante) nunca mais se ouve falar.

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  6. Caro Tonibler
    A hipótese Campo Pequeno já lá vai. Mas não faz mal, de vez em quando, lembrar esses tempos.

    Pois é, Suzana, bem podemos continuar a fazer leis, algumas delas porventura boas, mas se não as aplicarmos com eficácia não vamos resolver nada.

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  7. Sim, Margarida. Sabe que, quando em 92 a polícia espancou num preto em Los Angeles sem saber estar a ser filmada, imaginava que o tempo da guerra já tinha passado. Passados 5 dias, 53 mortos, milhares de feridos e desalojados, chegaram à conclusão que afinal basta uma gota para transbordar um copo.
    É só uma questão de os partidos irem brincando, deitando as "gotas" do pequeno roubo que fazem todos os dias e os seus militantes irem fingindo que não vêm. Vai ver depois que os tempos do Campo Pequeno estão muito mais próximos que aquilo que pensamos. Depois? Depois a segregação dos culpados faz-se da forma mais simples, sem necessidade de julgamentos...

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  8. Caro Tonibler
    O que me preocupa é que a gravidade da situação económica pode abrir feridas grandes ao nível da coesão social, um bem público essencial à estabilidade.
    Pessoas sem trabalho, sem dinheiro e sem perspectivas de reversão da situação no curto prazo podem causar problemas de dimensão imprevisível. Já estamos a sentir os efeitos. Somos um País de brandos costumes, mas a definição de brandura tem-se vindo a modificar, como se tem visto nos últimos tempos.

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