Inspirei-me no excelente texto da Suzana Toscano que nos transporta para a dimensão que é a confusão geral que está instalada. Se é verdade que as confusões podem trazer luz, não é menos verdade que podem ser perigosas. Seria bom não esquecer que também estamos a viver uma crise social, que afecta pessoas, as suas vidas, pessoas que se confrontam com grandes dificuldades, estão preocupadas, desiludidas, tristes, zangadas.
No meio da confusão geral, corremos o perigo de perder a lucidez necessária para distinguir o que é correcto daquilo que não é, de distinguir o bem do mal, de distinguir quem fala verdade ou mentira, de distinguir o principal do acessório. No meio do caos de tudo se querer saber ou de tudo se querer esconder, do querer reparar o irreparável, do "tapar o sol com a peneira", torna-se presa fácil confundir os planos da política, da justiça e da comunicação social e fácil é, também, esquecer as exigências da lei e fazer tábua rasa de princípios e valores éticos que andam, aliás, há muito, pelas ruas da amargura. As invocações ora do “interesse público” ora do “interesse privado” para justificar esta ou aquela estratégia em nome de valores superiores ou para contenção de danos são também achas para a fogueira da confusão geral.
Em plena confusão geral, parece não haver tempo para fazer o que com tempo deveria ter sido feito. O que temos são verdadeiras corridas contra o tempo. Não faltam opiniões diferentes sobre tudo e mais alguma coisa. Toda a gente acha que tem razão e toda a gente acha que ninguém tem razão. Todos acusam o dedo uns aos outros. Toda a gente dá entrevistas. Tudo em real time, em jeito sensacionalista, com directos uns atrás dos outros, com anúncios e mais anúncios das cenas dos próximos capítulos. Até ver…
Mas esta confusão geral assim como não apareceu por acaso, não se vai evaporar por acaso. O que vão pensar os cidadãos comuns, os desempregados, as empresas e os investidores de tudo isto? Que retrato é este que estamos a passar para fora? A resposta pode bem ser a de um país que não “cresceu”, que não toma conta de si próprio, que continua invariavelmente a braços com uma falta crónica de um caminho económico ganhador. “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". É o que diz o ditado popular!
No meio da confusão geral, corremos o perigo de perder a lucidez necessária para distinguir o que é correcto daquilo que não é, de distinguir o bem do mal, de distinguir quem fala verdade ou mentira, de distinguir o principal do acessório. No meio do caos de tudo se querer saber ou de tudo se querer esconder, do querer reparar o irreparável, do "tapar o sol com a peneira", torna-se presa fácil confundir os planos da política, da justiça e da comunicação social e fácil é, também, esquecer as exigências da lei e fazer tábua rasa de princípios e valores éticos que andam, aliás, há muito, pelas ruas da amargura. As invocações ora do “interesse público” ora do “interesse privado” para justificar esta ou aquela estratégia em nome de valores superiores ou para contenção de danos são também achas para a fogueira da confusão geral.
Em plena confusão geral, parece não haver tempo para fazer o que com tempo deveria ter sido feito. O que temos são verdadeiras corridas contra o tempo. Não faltam opiniões diferentes sobre tudo e mais alguma coisa. Toda a gente acha que tem razão e toda a gente acha que ninguém tem razão. Todos acusam o dedo uns aos outros. Toda a gente dá entrevistas. Tudo em real time, em jeito sensacionalista, com directos uns atrás dos outros, com anúncios e mais anúncios das cenas dos próximos capítulos. Até ver…
Mas esta confusão geral assim como não apareceu por acaso, não se vai evaporar por acaso. O que vão pensar os cidadãos comuns, os desempregados, as empresas e os investidores de tudo isto? Que retrato é este que estamos a passar para fora? A resposta pode bem ser a de um país que não “cresceu”, que não toma conta de si próprio, que continua invariavelmente a braços com uma falta crónica de um caminho económico ganhador. “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". É o que diz o ditado popular!
Entretanto, os ingleses vão fumando fleumáticos charutos, plácidamente protegidos por um continental "smog".
ResponderEliminarQuando tuda esta fumaça se desvanecer, é que eu me vou fartar de rir, cara Drª. Margarida... ou então, não.
Cara Dra. Margarida Aguiar:
ResponderEliminarElenca extraordinariamente bem algumas das causas que estão a minar a sociedade democrática que supostamente somos. É extraordinário como chegámos a este estado de incongruências, sem o desejarmos, que provoca sentimentos de desconfiança e descrédito nas instituições de referência do País. Haverá, com certeza, responsáveis por tudo isto, mas sabemos que nestes casos a justiça é lenta, senão inoperante…
Há poucos minutos ouvi no TJ um animador do carnaval de Loulé dizer que o tema era a crise; e um dos carros alegóricos consubstancia precisamente isso com caricaturas de entidades diversas; a dado passo o dito animador diz: esperemos que não aconteça mais nada, já não há mais espaço neste carro!...
Margarida, muita desta confusão é tão primária e tão grosseira que me parece que só pode ser propositada. Se reparar, quando um assunto é incómodo e não há forma de o esclarecer sem alguém ficar mal na fotografia, gera-se logo um atirar de munições de todos os lados, quanto mais ao barulho melhor, toda a gente morde o isco, aparecem a pronunciar-se as mais variadas criaturas, envolvidas a bem ou a mal e o centro das discussões já não é um, nem dois, mas muitos “centrinhos” que por sua vez estendem os tentáculos a outros tantos intervenientes. Chama-se a isto “todos ao molhe e fé em Deus” mas sem o sentido humorístico associado. Com um sentido muito grave, aliás, porque a lama fica espalhada por todos os lados e quem se atreve a tentar voltar ao tema “perigoso” é logo metido na intrigalhada, que é para aprender a não ser abelhudo. No fim, todos desistem de perceber o que quer que seja, o modelo resulta na perfeição, os responsáveis safam-se de cena a meio da confusão, ainda se dão ao luxo de processar quem disse umas coisas que já ninguém se lembra e põe-se uma pedra no assunto, como se nada se tivesse podido esclarecer, como os boatos.
ResponderEliminarO caso é mais para chorar do que para rir. Mas também não adianta chorar porque não resolve coisa alguma. Mas lá diz o ditado que “o último a rir é o que ri melhor”. Será que o Caro Bartolomeu estava a pensar na sabedoria popular?
ResponderEliminarCaro jotaC
Reparei que falou em justiça. Uma das causadoras da situação a que se chegou. Ou melhor, a falta dela.
Seria bom que a crise ganhasse "vergonha" e se fosse embora. O Carnaval de Loulé que se cuide! E o animador bem pode estar preocupado. É que o carro pode não ser suficiente...
Suzana
ResponderEliminarÉ com uma "bola de neve" que vai rolando, enrolando tudo à sua passagem, ganhando velocidade, imparável, tudo num curto período de tempo, e como ninguém a quisesse travar ou segurar, aí vem ela de forma desgovernada para acabar estatelada sem espanto para ninguém. Abre-se um inquérito, mais uma investigação, mais outra acção judicial, a comunicação social fica ao rubro porque é preciso tudo esclarecer, claro que sim, para no fim não se retirarem as necessárias consequências. Porque conclusões tiram-se tantas quantos os pontos de vista envolvidos, os interesses em jogo, tudo a bem do esclarecimento. É a confusão geral!