sábado, 13 de fevereiro de 2010

Dia dos namorados

Ler poemas de amor enrubesce. Comédias estimulam a circulação. Ver faces ocultas empalidece? Pode provocar arritmias?

3 comentários:

  1. Se assim é ... meio mundo hoje vai andar de faces enrubescidas. E quem as não tiver.. vamos logo assumir (precipitadamente talvez...) que ninguém lhes dedicou ou leu um poema de amor! Que teria acontecido ao padre Valentim quando escrevia todos aqueles poemas amorosos à filha do seu carcereiro por quem morria de amores? Que tumulto deveria ter sentido quando a poesia era a única forma de expressar a sua grande paixão!
    Faces ocultas? As cobertas por véus não as suporto... As outras... bem as outras “acho” que já não são mais ocultas... estão bem descobertas....

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  2. São Valentim visitou-me
    Hoje, pela madrugada
    Ao ouvido sussurou-me
    Acorda Bartolomeu, e beija a tua amada

    Estremunhado abri os olhos
    E pareceu-me ainda ver
    Um raio de luz no quarto
    E de rosas, uma abada
    Que fui logo a correr
    Oferecer à minha amada

    A todos do "Quatro Erre"
    Desejo sem excepção
    Um dia em que se não erre
    Esta nossa devoção!!!

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  3. Enrubescer é uma das formas que a natureza inventou para trair o pensamento e pode ser muito constrangedor sobretudo quando se trata de ouvir poemas de amor. As raparigas eram educadas para ocultar os seus sentimentos, obrigando os jovens galãs a persistir na conquista, era um desastre quando o sangue afluia ao rosto denunciando abertamente a perturbação e o alvoroço que ia no coração. Com a idade essa capacidade de ser impressionad(o)(a) vai diminuindo, se calhar porque os poemas vão rareando ou são cada vez menos inspirados, mas em compensação os mais velhos aproveitam a sua experiência e detectam logo em dois apaixonados o rubor que os atraiçoa.
    Também se corava de vergonha, era até muito comum os ralhetes das mães incluirem o reparo “devias corar de vergonha!” como sinal de que a ausência de cor mostrava que estava a falhar gravemente a auto avaliação... Acho que esta modalidade caíu em desuso, deve ser mesmo uma reacção eliminada na evolução recente da espécie. Agora é mais o vermelho da cólera, que ameaça com a retaliação, ou a lividez do cinismo e da hipocrisia, que apagam todos os traços dos sentimentos que impulsionam os actos.
    Mas se o estudo confirma que ainda há o rubor do sentimento, nem tudo está perdido...

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