quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Divagando...

Dizem que o Benfica reflecte o país. Portista que sou, nunca acreditei e os factos dão-me razão.
O Benfica anda glorioso, voltou ao 1º lugar após anos e anos afastado desse patamar ( com a excepção de ter sido o fugaz campeão de inverno da época passada...) e acabou de eliminar brilhantemente o Hertha de Berlim. Portugal, ao contrário, arrasta-se nos últimos lugares, a economia foi, há muito, eliminada e as finanças públicas correm o risco de baixar de divisão.
Precisamente, na semana passada, aquando do jogo em Berlim, estive na Áustria e na Alemanha. E, para grande espanto meu, as televisões de língua alemã anunciavam o jogo do Hertha com um tal Lissabon ou, na melhor das hipóteses, com o B. Lissabon, que só os iniciados presumiam ser o Benfica. A grande marca Benfica de há cinquenta anos aparecia assim sumariamente ignorada e esquecida...
Mesmo portista, não me senti bem com tal declínio. Se a prosápia é benfiquista, a magnanimidade é virtude dos portistas.
Com os 4-0 da Luz, talvez se alevante de novo o nome Benfica. Mesmo que aumente a jactância dos vermelhos cá da terra. É que eu sou pela concorrência...mas nos relvados, pois claro...

5 comentários:

  1. Pois meu caro portista, depois desse jogo glorioso sempre quero ver se os alemães se vão ou não lembrar do nome do Benfica! Os benfiquistas não se deixam impressionar com essas manobras para desmoralizar, era só o que faltava, aliás o Benfica é como Portugal, lá fora fazemos sempre boa figura, já viu que os indicadores nacionais do desemprego, do defice, da dívida, somos os melhores? e VIVA o BENFICA.

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  2. vermelhos são os outros...ENCARNADOS!

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  3. Meu caro Pinho Cardão.

    Não é necessário ser portista para verificar que o Benfica não reflecte o país. Nem o Benfica nem nenhum outro clube. A sua recordação atraiçou-o, talvez por ser portista, porque a expressão que tem no subconsciente é esta : “O Benfica é o clube mais português de Portugal”.

    Ora, o FC Porto, mercê do brilhantismo que tem mostrado nos relvados, desde há vários anos, bem podia ter conquistado o estatuto do velho Benfica, cujo declínio se arrasta há tanto tempo que só os mais velhos ainda se lembram da época de glória.

    Mas o FC Porto nunca foi capaz disso, na medida em que é dirigido por um indivíduo de espírito essencialmente mesquinho, que cultiva o antagonismo regional, que chama depreciativamente “mouros” às pessoas residentes a sul de um qualquer paralelo que ele tem na cabeça, mas que nunca teve a coragem de dizer onde ficava e que alimenta palavras de ordem como “Queremos ver Lisboa a arder” e outros mimos com que granjeia a antipatia e mesmo o ódio dos adversários e, naturalmente, a simpatia dos adeptos menos dotados de matéria cinzenta.

    Repare que, apesar da falta de capacidade dos dirigentes benfiquistas, que têm enterrado o clube de há vários anos para cá, nunca se observou que cultivassem alguma forma de antagonismo regional. A razão por que não o fazem deve-se, previsivelmente, ao facto de o Benfica ser o clube mais português de Portugal. Só um palerma iria seguir uma estratégia de confronto regionalista, sabendo que os adeptos do Benfica se distribuem por todo o país e por todas as comunidades de portugueses no estrangeiro.

    O estilo de condução de massas do actual dirigente portista tem semelhanças com o estilo de Alberto João Jardim, Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres, Major Valentão, e muitos outros que, no passado e no presente, em Portugal ou no estrangeiro, estimulam ódios, nalguns casos ódios que desencadeam guerras fratricidas, que acabam mal, como acabam todas as guerras, mas que satisfazem o ego desses miseráveis.

    Se é nisto que se revêem os adeptos portistas, fazem mal. Eu não preciso de ir à bruxa para vaticinar o futuro, já não muito longínquo do FC Porto. Assim que o actual dirigente arrumar as botas, toda a equipa do FC Porto se desagregará como um baralho de cartas.

    Tenho pena, porque apesar de simpatizante benfiquista, sei ver que a equipa do FC Porto tem sido a melhor equipa nacional desde há muitos anos e reconheço o que tem feito pela projecção de Portugal no mundo do futebol.

    Talvez agora, finalmente, o Benfica tenha encontrado, literalmente, o caminho para baliza. Mas acredite, caro Pinho Cardão, que não desejo a vitória do Benfica de qualquer maneira. Exijo que a equipa jogue bem e que ganhe com mérito. Golos de penalti não me fazem saltar do sofá.

    O FC Porto, apesar de um início de época relativamente fraco, tem vindo a subir de forma, com muita garra. O campeonatao ainda não está decidido. Que ganhe o melhor. E que o melhor seja o Benfica.

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  4. Em boa parte, considero as suas observações muito proprias, cara Dr. Pinho Cardão. Apesar de Benfiquista, não me parece que a recuperação da nossa economia se possa relacionar, ou fazer depender dos GLORIOSOS resultados encarnados.
    Nesta matéria, declaro-me muito mais apologista do estudo levado a cabo por um seu congénere americano, insígne também, que concluiu estar a recuperação da economia portuguesa, dependente do consumo do vinho verde.
    E aquele eminente economista, chegou a esta conclusão, observando que se os portugueses gastarem o seu dinheiro na compra de automóveis, estarão a apoiar a economia alemã, francesa ou oriental, se consumirem electrodomésticos, acontece precisamente o mesmo, sempre que gastam dinheiro na compra de frutos ou de vegetais, estão a apoiar a economia espanhola, holandesa e francesa. Se os portugueses gastarem o seu dinheiro, visitando meninas de vida fácil, estarão a poiar a economia brasileira e de leste.
    Resta-nos gastar o pouco dinheiro que ainda temos, consumindo o bom vinho verde que ainda se produz em terras Minhotas... pois então(?!)

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  5. Caro Jorge Oliveira:
    Concordo com muito do que disse e, de facto, o FCPorto perdeu uma oportunidade histórica de se afirmar ainda mais no contexto do país. Não se deverá apenas aos deméritos que indicou, mas também a outros factores, que não é o momento de enunciar.
    Como viu, o título do post, Divagando, mostrava por si ser uma brincadeira. Mas, por detrás das brincadeiras, também pode haver coisas mais sérias. Diz o provérbio popular que quem não aparece esquece. O Benfica não tem aparecido nas grandes provas europeias. Mas nunca poderia pensar que esse nome pudesse ser assim esquecido, como aconteceu com as televisões alemã ou austríaca. Mas as coisa recompõem-se sempre: nem sempre crise, nem sempre fartura. E quanto a este ano, estou parcialmente com o meu amigo. Que ganhe o melhor. E que o melhor possa ainda vir a ser o FCPorto.

    Caro Bartolomeu:
    Ora aí está uma excelente receita!... Vamos a isso, e a começar logo, já ao jantar!...

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