As questões do “género” estão na moda, e teses e mais teses são diariamente elaboradas para decifrar os segredos da diferenciação em tão recôndita, misteriosa e secreta matéria. Felizmente que ainda sou capaz de distinguir e apreciar, só por mim, a natureza do produto, sem recorrer ao auxílio de sociólogos e psicólogos. Autonomia que, seguramente, em breve deixarei de ter, por politicamente incorrecta.
Bom, mas a partir de ontem, a coisa começou a fiar mais fino. É que Norrie May-Walby nasceu rapaz, mas nunca se tendo sentido bem com o que tinha, decidiu mudar de sexo.
Todavia, eternamente insatisfeito ou insatisfeita, logo percebeu que também não se sentia bem como mulher. É que, segundo o próprio, ou a própria, os conceitos de homem ou mulher não se encaixavam na sua pessoa.
Na circunstância, resolveu procurar outro conceito dentro da categoria dos animais racionais e tomou a decisão extrema de se tornar do género neutro.
Abertas às novas correntes, as autoridades reconheceram Norrie como uma pessoa sem um género específico: nem homem, nem mulher.
Quanto a mim, que sou liberal, e porque haver nomes só masculinos e femininos é atitude passadista e reaccionária, há que proceder rapidamente e em força à criação de nomes que reflictam a nova situação. Entre Pancrácio e Pancrácia ou entre Segismundo e Segismunda tem que haver outra denominação ajustada aos tempos modernos. Aí estão Novas Oportunidades para Linguístas, Sociólogos e Psicólogos, equipas mistas, pluridisciplinares e multifuncionais, que o assunto é urgente, momentoso e grave.
Bom, mas a partir de ontem, a coisa começou a fiar mais fino. É que Norrie May-Walby nasceu rapaz, mas nunca se tendo sentido bem com o que tinha, decidiu mudar de sexo.
Todavia, eternamente insatisfeito ou insatisfeita, logo percebeu que também não se sentia bem como mulher. É que, segundo o próprio, ou a própria, os conceitos de homem ou mulher não se encaixavam na sua pessoa.
Na circunstância, resolveu procurar outro conceito dentro da categoria dos animais racionais e tomou a decisão extrema de se tornar do género neutro.
Abertas às novas correntes, as autoridades reconheceram Norrie como uma pessoa sem um género específico: nem homem, nem mulher.
Quanto a mim, que sou liberal, e porque haver nomes só masculinos e femininos é atitude passadista e reaccionária, há que proceder rapidamente e em força à criação de nomes que reflictam a nova situação. Entre Pancrácio e Pancrácia ou entre Segismundo e Segismunda tem que haver outra denominação ajustada aos tempos modernos. Aí estão Novas Oportunidades para Linguístas, Sociólogos e Psicólogos, equipas mistas, pluridisciplinares e multifuncionais, que o assunto é urgente, momentoso e grave.
Com tanta viágem de lá para cá e de cá para lá, não sei se teria valido mais à... ao... a Norrie, colocar uma protese amovível, para... conforme os dias...
ResponderEliminarNestas questões declaro-me inteiramente ortodoxo e utilizo, por via das dúvidas, o processo selectivo empregue por "crocodilo dundee" aquele caçador australiano que foi convidado pela linda jornalista Sue Charlton a visitar Nova York e numa recepção foi enganado por uma... um... bom... aquilo! Então, quando se achou novamente na dúvida, não exitou... lançou a mão àquele local onde todas as dúvidas se aclaram, e pronto, dúvida solvida!
Nesta nossa sociedade em constante ebulição e permanente importação de modas... chegará o dia em que 10 pares de mãos, não irão ser suficientes para aclarar tantas dúvidas.
Espero sinceramente, que não cheguemos ao ponto de ter de nos render ao "espírito" do ditado popular... «se não "os" consegues vencer... junta-te a "eles"»...
;)))
As sociedades ocidentais começam mesmo a ir longe, longe, longissimo demais no ridiculo.
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão, os seus Pancrácio e Pancrácia e Segismundo e Segismunda quer-me parecer que a breve trecho passarão a ser apenas Pancraci e Segismund. Na dúvida e para não ofender ninguém...
Temos que encontrar – e já – uma tradução para “it”.
ResponderEliminarHá que saber denominar (sem engano) o novo género da “natureza do” – novo – “produto”!!! : )
Talvez transgénico, que lhe parece, cara Catarina?
ResponderEliminarNão sei. Não tenho a certeza. Não quero incorrer no risco de estar politicamente incorrectA. Nessas coisas da neutralidade os ingleses foram “avançando” mais rapidamente que nós. Já têm o “it” e nós? Apenas o “ele” ou o “ela”... ou estou a esquecer-me de algum outro pronome pessoal?
ResponderEliminarNão tinha lido a notícia. Fiquei agora muito curiosa... então em relação a... hmm.. bem... vou tentar ler mais sobre este caso para satisfazer esta curiosidade.
ResponderEliminarSem conseguirmos perceber
ResponderEliminaressas mentes molestadas,
será difícil conceber
as roupitas ajustadas.
Nestes tempos encantados
por pessoas delirantes
surgem-nos cromos pintados
em formas descolorantes.
Pois é...que nome dar a um/a coiso/a assim!? Só mesmo coiso/a...
ResponderEliminarAi! coitado do coiso/a, cada vez que for a um serviço público os toques que tem de levar...
;)
Não sei, cara Catarina, se a criação do "it" corresponde tão infalivelmente a um british "avançando".
ResponderEliminarNesta matéria o meu conservadorismo diz-me: desde que cada um saiba ser e não exija que o outro se lhe compare... tudo bem.
;)
Vi uma breve entrevista com esta pessoa no “The Sydney Morning Herald”. A mãe tem um emprego muito “interessante”. Fiquei mais elucidada depois de ver este vídeo.
ResponderEliminarQue ninguém diga que este 4R não é diversificado. Já alguma vez, durante as minhas visitas, mencionei que esta é uma das razões pela qual abuso dos meus direitos de visitante, visitando diariamente e várias vezes por dia?! : ) Se não disse, digo agora! : ) É por isso mesmo!
Discussão altamente frutuosa.
ResponderEliminarÀ Comissão de Linguistas, Sociólogos e Psicólogos temos também que juntar Estilistas das áreas da costura e cabelo, que as fatiotas e penteados devem expressar convenientemente o novo género.
Quanto aos pronomes e aos artigos, soube que houve recentemente um doutoramento em pronomes possessivos na Faculdade de Letras. Sugiro já um pós-doc em pronomes pessoais e em artigos. Com bolsa de investigação sem restrições orçamentais.
Estou vendo que os meus amigos não são frequentadores de blogues de esquerda, antes se quedando pelos horizontes estreitos destes antros de conservadorismo estreme. É que este problema já foi resolvido com geral satisfação e recurso ao sinal arroba. No caso vertente teríamos Pancráci@. Fazem favor de dar uma volta aí pelos lados do Jugular e congéneres. Logo verão.
ResponderEliminarGostaria de corrigir algo que disse há pouco: “direitos de visitante” – eu não tenho nenhum direito, foi-me dado, sim, o “privilégio” de poder visitar....
ResponderEliminarCara Catarina:
ResponderEliminarTem todo o direito!...
Always a gentleman, caro Pinho Cardão!
ResponderEliminarO caro JMG deu-nos uma informação preciosa, pelos vistos o assunto está resolvido remetendo para...o virtual! Nada como o símbolo @ para permitir tudo, depois a vida real é muito mais complicada. Podemos antecipar uma sociedade em que cada um não é homem nem mulher, nem velho nem novo, nem rico nem pobre, nem preto nem branco, nem casado nem solteiro, nem filho nem enteado, nem saudável nem doente, nem doido nem lúcido...todos serão tudo e ninguém será nada (ai o Gil Vicente!)
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Dr. Pinho Cardão,
ResponderEliminarHá muito que não ria tanto com um post. Está em grande forma.