Barcelona
Templo Expiatório da Sagrada Família
Visitar Barcelona fazia parte da lista das viagens que gostava de fazer. É uma daquelas listas que não pára de crescer porque as entradas fazem-se a um ritmo superior às saídas. É uma espécie de colecção. Mas pronto, sonhar não custa!
Tinha estado em Barcelona muito de passagem, já lá vão uns dez anos, e a vontade de lá voltar foi crescendo. Finalmente, surgiu a oportunidade no fim-de-semana passado.
Dois dias são manifestamente insuficientes para visitar o muito que Barcelona tem para oferecer. O desafio era, face à escassez de tempo, escolher o que fazer. É que chegados a uma cidade tão monumental com tantas atracções - os monumentos, os bairros, os museus, as zonas marítimas, as colinas, os passeios nas “calhas”, as taipas para petiscar – e com o tempo tão contado torna-se complicada a decisão.
Antigamente quando viajava tinha a preocupação de querer ver tudo, o que era evidentemente impossível, mas essa ilusão acabava por constituir um estímulo. Hoje em dia já não penso assim. A verdade é que nunca é possível conhecer tudo. As preferências ou escolhas, mais ou menos conscientes, mais ou menos planeadas, as opções pelo que se vê e por aquilo que não se vê, são sempre relativas. Com esta relatividade, quebra-se uma certa ansiedade e como tal o tempo parece ser mais bem aproveitado.
Barcelona é conhecida como capital do modernismo, na qual impressionam a arquitectura e o traçado territorial arrojados nas formas e na organização e fruição do espaço público, em estreita harmonia com a cidade das ruínas romanas e a cidade medieval. O amor pela natureza está patente no gosto pelas árvores que ladeiam as grandes avenidas, os parques e jardins artísticos que respiram ambiente. A inteligência dos catalães reflectida no aproveitamento dos recursos naturais é evidente no aproveitamento do mar, com destaque para a área portuária, o terminal de cruzeiros, o recinto olímpico – Barcelona organizou os Jogos Olímpicos de Verão de 1992 - e as praias, tudo servido de modernas infra-estruturas em que as atenções estão centradas nas pessoas, nos habitantes de Barcelona e nos visitantes.
Conhecer uma cidade implica caminhar pelas suas ruas, à descoberta da sua vivência e dos seus pontos mais marcantes, não necessariamente coincidentes com os pontos colocados nos roteiros turísticos, com avanços e recuos que por vezes nos levam ao engano. Mas não faz mal, faz parte do ambiente da descoberta. Mas para se ficar com uma perspectiva mais geral, quando o tempo é pouco, nada como fazer uma visita guiada através de um bus turístico, percorrendo as zonas mais emblemáticas, com paragens nos pontos mais interessantes.
O centro histórico, também conhecido por “Bairro Gótico”, é um local a não perder. Entrar e sair pelas suas ruelas e espreitar as pracetas aqui e ali é um exercício quase labiríntico, que vale a pena fazer. A lindíssima Catedral de Barcelona, (está a ser restaurada) e a Igreja de Santa Maria do Mar são pontos que convidam à reflexão e ao repouso, que sabe bem quando as pernas cansadas parecem já não aguentar.
Depois temos La Rambla, um dos locais a ver. É uma espécie de "passarela" que se pode percorrer caminhando nos passeios laterais ou na zona central, sendo talvez preferível fazê-lo na zona central por causa dos muitos quiosque de flores que fornecem um ambiente fresco e pitoresco, permitindo, também, observar de ambos os lados alguns edifícios antigos.
Ir a Barcelona e não conhecer Antoni Gaudi seria imperdoável. As obras do arquitecto Gaudi são um pólo de atracção turística impressionante. O problema para o turista é que essas obras, edifícios e jardins, estão espalhadas por diferentes bairros da cidade. Mas a obra mais relevante é o Templo Expiatório da Sagrada Família que Gaudi deixou inacabado em 1926, mas que se espera esteja concluído em 2020. É uma catedral, que à semelhança do que acontecia com as catedrais na Idade Média, levará cerca de cem anos a ser construída. Tem a particularidade de ser financiada unicamente com donativos provenientes dos seus visitantes e de alguns mecenas. Trabalham em permanência na sua construção cerca de 200 trabalhadores, entre arquitectos, engenheiros, desenhadores, pedreiros, etc. Gaudi era um amante da natureza. É muito interessante descobrir nas suas obras elementos da natureza, como é o caso dos pilares que sustentam a nave central da Sagrada Família. São troncos de árvores com folhas e copas, tudo esculpido em pedra. Verdadeiras obras de arte.
Finalmente a visita guiada fornece a síntese de Barcelona, completa e muito bem organizada, proporcionando uma panorâmica completa.
O “diário” da viagem já vai longo, com a certeza de que muito ficou por contar. Uma bela visita, para a qual contribuiu um céu azul, embora com muito frio. É que nos dias que correm a chuva é quase uma certeza. Mas nem por isso os catalães abdicam de fazer vida ao ar livre seja passeando seja conversando numa esplanada. Uma forma de estar bem diferente da nossa…
Tinha estado em Barcelona muito de passagem, já lá vão uns dez anos, e a vontade de lá voltar foi crescendo. Finalmente, surgiu a oportunidade no fim-de-semana passado.
Dois dias são manifestamente insuficientes para visitar o muito que Barcelona tem para oferecer. O desafio era, face à escassez de tempo, escolher o que fazer. É que chegados a uma cidade tão monumental com tantas atracções - os monumentos, os bairros, os museus, as zonas marítimas, as colinas, os passeios nas “calhas”, as taipas para petiscar – e com o tempo tão contado torna-se complicada a decisão.
Antigamente quando viajava tinha a preocupação de querer ver tudo, o que era evidentemente impossível, mas essa ilusão acabava por constituir um estímulo. Hoje em dia já não penso assim. A verdade é que nunca é possível conhecer tudo. As preferências ou escolhas, mais ou menos conscientes, mais ou menos planeadas, as opções pelo que se vê e por aquilo que não se vê, são sempre relativas. Com esta relatividade, quebra-se uma certa ansiedade e como tal o tempo parece ser mais bem aproveitado.
Barcelona é conhecida como capital do modernismo, na qual impressionam a arquitectura e o traçado territorial arrojados nas formas e na organização e fruição do espaço público, em estreita harmonia com a cidade das ruínas romanas e a cidade medieval. O amor pela natureza está patente no gosto pelas árvores que ladeiam as grandes avenidas, os parques e jardins artísticos que respiram ambiente. A inteligência dos catalães reflectida no aproveitamento dos recursos naturais é evidente no aproveitamento do mar, com destaque para a área portuária, o terminal de cruzeiros, o recinto olímpico – Barcelona organizou os Jogos Olímpicos de Verão de 1992 - e as praias, tudo servido de modernas infra-estruturas em que as atenções estão centradas nas pessoas, nos habitantes de Barcelona e nos visitantes.
Conhecer uma cidade implica caminhar pelas suas ruas, à descoberta da sua vivência e dos seus pontos mais marcantes, não necessariamente coincidentes com os pontos colocados nos roteiros turísticos, com avanços e recuos que por vezes nos levam ao engano. Mas não faz mal, faz parte do ambiente da descoberta. Mas para se ficar com uma perspectiva mais geral, quando o tempo é pouco, nada como fazer uma visita guiada através de um bus turístico, percorrendo as zonas mais emblemáticas, com paragens nos pontos mais interessantes.
O centro histórico, também conhecido por “Bairro Gótico”, é um local a não perder. Entrar e sair pelas suas ruelas e espreitar as pracetas aqui e ali é um exercício quase labiríntico, que vale a pena fazer. A lindíssima Catedral de Barcelona, (está a ser restaurada) e a Igreja de Santa Maria do Mar são pontos que convidam à reflexão e ao repouso, que sabe bem quando as pernas cansadas parecem já não aguentar.
Depois temos La Rambla, um dos locais a ver. É uma espécie de "passarela" que se pode percorrer caminhando nos passeios laterais ou na zona central, sendo talvez preferível fazê-lo na zona central por causa dos muitos quiosque de flores que fornecem um ambiente fresco e pitoresco, permitindo, também, observar de ambos os lados alguns edifícios antigos.
Ir a Barcelona e não conhecer Antoni Gaudi seria imperdoável. As obras do arquitecto Gaudi são um pólo de atracção turística impressionante. O problema para o turista é que essas obras, edifícios e jardins, estão espalhadas por diferentes bairros da cidade. Mas a obra mais relevante é o Templo Expiatório da Sagrada Família que Gaudi deixou inacabado em 1926, mas que se espera esteja concluído em 2020. É uma catedral, que à semelhança do que acontecia com as catedrais na Idade Média, levará cerca de cem anos a ser construída. Tem a particularidade de ser financiada unicamente com donativos provenientes dos seus visitantes e de alguns mecenas. Trabalham em permanência na sua construção cerca de 200 trabalhadores, entre arquitectos, engenheiros, desenhadores, pedreiros, etc. Gaudi era um amante da natureza. É muito interessante descobrir nas suas obras elementos da natureza, como é o caso dos pilares que sustentam a nave central da Sagrada Família. São troncos de árvores com folhas e copas, tudo esculpido em pedra. Verdadeiras obras de arte.
Finalmente a visita guiada fornece a síntese de Barcelona, completa e muito bem organizada, proporcionando uma panorâmica completa.
O “diário” da viagem já vai longo, com a certeza de que muito ficou por contar. Uma bela visita, para a qual contribuiu um céu azul, embora com muito frio. É que nos dias que correm a chuva é quase uma certeza. Mas nem por isso os catalães abdicam de fazer vida ao ar livre seja passeando seja conversando numa esplanada. Uma forma de estar bem diferente da nossa…
Uma cidade notável, onde regresso sempre que posso. Uma cidade viva onde o espaço público faz sentido porque é usufruído.
ResponderEliminarGostei do “passeio”! Deve ser linda essa cidade. As cidades europeias são muito mais bonitas e interessantes em todos os aspectos.
ResponderEliminarSempre achei os espanhóis amantes do ar livre, abertos, simpáticos, alegres e agradavelmente barulhentos. Recordo-me de uma vez que fui a Sevilha, numa altura festiva: desfiles, bailaricos, castanholas e muita alegria. É o que nos falta... somos muito sorumbáticos!
Adorei o passeio. Obrigado.
ResponderEliminarDeixo uma sugestão para uma próxima visita: Monserrat. A não perder.
Nuno
Cara Catarina
ResponderEliminarHá tanto para visitar que seria uma ousadia da minha parte recomendar-lhe que se puder visite Barcelona, incluindo a sugestão do Caro Nuno.
Caro Nuno
Muito obrigada pela sugestão. Suponho que se refere à montanha de rochas arredondadas na região de Barcelona, na qual se situa o Mosteiro de Monserrate. É um local que também gostaria de conhecer, a justificar mais uma ida a Barcelona.
Estou sempre aberta a sugestões no que diz respeito a viagens! Este ano: quase um mês no Loire... e arredores!
ResponderEliminarGosto imenso de ler sobre as viagens das outras pessoas... embora goste mais de as fazer eu própria! : )
Sim, é uma cidade fantástica, a Margarida fez milagres nesses dois dias, eu estive lá 5 dias inteirinhos e ainda ficou tanto para ver! Mas fui a Monserrat, o caro Nuno tem toda a razão, vale a pena a viagem, a paisagem o local e a Virgem Negra. O contraste entre as linhas modernas, as ruas geométricas (viu os cantos dos prédios cortados para permitir a visibilidade nos cruzamentos?), os jardins, e depois a parte antiga, a catedral, os museus, os antiquários...acho que vou voltar lá logo que possa!
ResponderEliminarQue fantástica coincidência, cara Drª. Margarida... também estive para ir a Barcelona no fim de semana passado, não em passeio, mas sim em trabalho.
ResponderEliminarRecusei-me a ir, porque à última hora, soube que os "organizadores" da minha "excursão" tinham decidido que iria partilhar o quarto com outro colega (coisa de doutores).
Ainda se ao menos o meu colega trajasse de Sevilhana...
Agora, sabendo que a cara Drª Margarida esteve naquela bela cidade... fui assaltado por uma imensa pena de não ter ido. Mas pronto... diz o rifão "ha mais marés que marinheiros"...
Cara Catarina
ResponderEliminarA viagem aos Castelos do Loir foi um dos melhores passeios que fiz até hoje.
Um mês no Loir promete ser um grande passeio.
Sugiro, para além dos tradicionais castelos e jardins, a visita a châteaux mais pequenos, porventura menos turísticos, alguns deles ainda nas mãos de famílias tradicionais francesas, requintadamente preservados e decorados, com jardins que são verdadeiras preciosidades.
Também sugiro a experiência de, se puder, se hospedar em alguns desses châteaux. Correspondem ao nosso turismo rural, mas com um charme superior. Dormir no sossego do campo, na companhia dos cheiros puros da terra e de um céu estrelado (na Primavera) e acordar de manhã com um pequeno-almoço algures num terraço pitoresco, com uma mesa cheia de produtos caseiros e regionais (o pão de lenha, as compotas, os doces, os queijos, os sumos de frutas) é uma sensação fantástica.
Não se esqueça de nos fazer “crescer água na boca"...
Caro Bartolomeu
Foi uma maldade grande que lhe fizeram. Nem a crise desculpa um tal castigo. Mas não desista porque vale muito a pena e estou em crer que o Caro Bartolomeu irá gostar imenso de Barcelona...
Catarina, para esse seu magnífico passeio sugiro, numa versão mais popular que a da Margarida (que é fantástica) que experimente a cadeia de "logis de France", um misto de albergarias de vila e casas tradicionais recuperadas, situadas em vilas pequenas e surpreendentes, pode marcar na net, escolha as assinaladas com 3 chaminés. Eu gostei imenso da experiência, mas fui de carro, claro, se assim não for é mais difícil.
ResponderEliminarObrigada Suzana. A viagem já está marcada! E até o assento foi reservado. Ficarei a maior parte do tempo em casas de amigos que se disponibilizaram para me mostrar o que o Loire tem de mais belo. Mas não ponho de lado a hipótese de ficar aqui e acolá numa albergaria e num “castelo”. : )
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