No nosso Parlamento discutiu-se se o que os deputados estão a escrever ou a ler no computador é público ou privado e parece que se chegou à conclusão de que os écrans estão todos em directo, nunca pensei que o big brother viesse a ter honras de reconhecimento oficial!
No mesmo dia houve outro episódio constrangedor com um membro do Governo que, sendo estreante naquelas lides, não usou com precisão a fórmula regimental de início de intervenção, tendo sido asperamente admoestado, uma e outra e outra vez, cada vez com mais rispidez. Quando vejo uma pessoa a ser humilhada fico sempre constrangida, ocorre-me que podia ser comigo ou com alguém que eu preze e torço sempre pelo infeliz que se vê em maus lençóis por um azar qualquer que podia acontecer a qualquer um.
Ir ao Parlamento enfrentar o hemiciclo que interroga e argumenta é uma dura experiência, exige grande presença de espírito, boa preparação mas apesar disso é sempre uma carga de nervos e enquanto não se ganha experiência é impossível não se estar um tanto vulnerável. E o que na televisão parece muito fácil, quase um jogo do gato e do rato, ali sofre-se um bocado, a diferença entre fazer boa figura ou dizer uma frasezinha qualquer que é logo título no dia seguinte é mesmo uma linha muito fininha. Em regra, há alguém que tem a incumbência de acompanhar estes primeiros passos, de ensinar as fórmulas regulamentares, de fazer sinal para que o tempo está a esgotar-se, de fazer sentir que a intervenção está no ritmo e tom certo ou que é melhor ficar por ali. Naquele caso de ontem pareceu-me que não houve esse apoio e também não houve complacência nenhuma quando, a meu ver, não teria ficado nada mal um acolhimento mais amável. È que estas atitudes também não ajudam nada a que se tenha respeito e consideração quer pelos governantes que assim são repreendidos em público como se fossem crianças mal educadas quer pelo Parlamento, onde se deve dar o exemplo de urbanidade e consideração por quem lá se apresenta, mesmo que não saiba ainda de cor a cartilha.
No mesmo dia houve outro episódio constrangedor com um membro do Governo que, sendo estreante naquelas lides, não usou com precisão a fórmula regimental de início de intervenção, tendo sido asperamente admoestado, uma e outra e outra vez, cada vez com mais rispidez. Quando vejo uma pessoa a ser humilhada fico sempre constrangida, ocorre-me que podia ser comigo ou com alguém que eu preze e torço sempre pelo infeliz que se vê em maus lençóis por um azar qualquer que podia acontecer a qualquer um.
Ir ao Parlamento enfrentar o hemiciclo que interroga e argumenta é uma dura experiência, exige grande presença de espírito, boa preparação mas apesar disso é sempre uma carga de nervos e enquanto não se ganha experiência é impossível não se estar um tanto vulnerável. E o que na televisão parece muito fácil, quase um jogo do gato e do rato, ali sofre-se um bocado, a diferença entre fazer boa figura ou dizer uma frasezinha qualquer que é logo título no dia seguinte é mesmo uma linha muito fininha. Em regra, há alguém que tem a incumbência de acompanhar estes primeiros passos, de ensinar as fórmulas regulamentares, de fazer sinal para que o tempo está a esgotar-se, de fazer sentir que a intervenção está no ritmo e tom certo ou que é melhor ficar por ali. Naquele caso de ontem pareceu-me que não houve esse apoio e também não houve complacência nenhuma quando, a meu ver, não teria ficado nada mal um acolhimento mais amável. È que estas atitudes também não ajudam nada a que se tenha respeito e consideração quer pelos governantes que assim são repreendidos em público como se fossem crianças mal educadas quer pelo Parlamento, onde se deve dar o exemplo de urbanidade e consideração por quem lá se apresenta, mesmo que não saiba ainda de cor a cartilha.
Cara Suzana:
ResponderEliminarDe facto, o nosso governante não fez as coisa por mal, pareceu-me é um pouco desajeitado, até começou a falar sentado e só depois é que se levantou. Por isso, também acho que Jaime Gama abusou da sua função, humilhando gratuitamente o Secretário de Estado.
Quanto aos computadores, foi lamentável a atitude dos Deputados socialistas que fizeram deles bombos da festa, como se não fossem coisa pública, depois de uma advertência de JGama a José Lello. E aí foram muito bem censurados por Jaime Gama.
Suzana,
ResponderEliminarPreparava-me para deixar aqui uma nota sobre os dois episódios, de que só tomei há minutos conhecimento. Dispenso-me de o fazer porque estou em plena sintonia com o que escreveu.
É inacreditável que a 2ª figura do Estado entenda que os conteúdos PESSOAIS de um deputado, só por estarem depositados num disco de um computador do Estado ou serem veiculados por uma máquina afecta ao "serviço público" podem ser objecto de devassa! Significa isso que a correspondência pessoal do Dr. Jaime Gama que lhe é dirigida para a AR e se encontra depositada na sua secretária que é um bem público, pode ser de conhecimento livre de qualquer voyeur que o seja por profissão ou por feitio?!
Quanto ao secretário de Estado, lembrei-me de um episódio destes, passado ao meu lado com uma secretária de Estado estreante, que tal como este também foi "atirada às feras" sem qualquer apoio do responsável pelo apoio parlamentar. Recordo-me da aflição, do embaraço. E da crueldade como o lapso foi utilizada por alguns parlamentares.
Lamentável.
Eu também não gostei. Fiquei tão revoltada. Que atrevimento envergonhar publicamente o jovem deputado. Que falta de educação por parte do presidente. Não haverá ninguém que chame à atenção esse senhor presidente?! E já agora essa fórmula regimental também deveria ser actualizada. “Senhor Presidente, senhoras deputadas e senhores deputados.”! E vou tentar que lhe chegue às mãos o meu profundo desagrado!
ResponderEliminarSuzana
ResponderEliminarTambém pensei em fazer uma nota sobre o episódio do Secretário de Estado.
Não merecia a humilhação pela qual passou. Não gosto de ver as pessoas serem mal tratadas, especialmente em situações em que não têm como se defender. Foi o caso. Tolerância e urbanidade faltaram a quem o repreendeu. Autoridade não se confunde com severidade. Lamentável.
Gama foi jovem há muito tempo,foi estreante há muito tempo, e é agora um velho senador do regime. Estava provàvelmente mal disposto, e resolveu malhar no que estava à mão. Não lhe ficou bem. A vida de político, dos que começam e dos que estão maduros, é dura e exigente. E às vezes não estão à altura - como agora.
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