segunda-feira, 1 de março de 2010

Um falso compêndio

Hoje, o Público publica uma entrevista com o Prof. José Reis, Director da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Na minha opinião, um dos mais acabados exemplos da defesa de todas as políticas que têm provocado a derrocada das nossas finanças públicas e a fragilidade da economia.
-Diz que os mercados e as agências de rating são cruéis connosco
-Defende que é a Europa que deve resolver os nossos problemas

-Refere que o défice não é uma tragédia
-Sustenta que os impostos e a carga fiscal devem aumentar, nomeadamente por razões de equidade.
-Declara que as fases de maior crescimento são as que coincidem com a aceleração do investimento público
-Acha necessários os grandes projectos, como estímulo da economia
-Advoga, para além destes, uma paleta grande de outros investimentos públicos, mesmo correndo riscos orçamentais
-Enfatiza que não devemos endeusar um número acerca do défice e devemos adoptar formas de gestão intertemporais, mais lentas e mais assumidas, e que têm de beneficiar da assunção de que os Estados-nação não têm uma esperança de vida de 80 anos, como os homens…
E, aqui eu digo, UF!...
-Lamenta o discurso do monstro como forma de atacar o Estado…
E por aqui me fico, sem comentários adicionais. Mas a entrevista é um compêndio!...

12 comentários:

  1. E julga Medina Carreira que, se lhe dessem mais tempo de televisão, conseguiria inteirar o eleitorado do bem-fundado da sua análise e, por essa via, levá-lo a votar nos políticos que dissessem a "verdade". Qual verdade? A dele (que, em boa parte, subscrevo, não obstante a minha insignificância) ou a verdade deste senhor, e do Prof. Louçã, e do Senhor Ministro das Obras Públicas, que também é professor, e de muitos outros? Estamos bem aviados, com esta Academia.

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  2. Caro JMG:
    De facto, uma andorinha, mesmo duas ou três, não fazem a primavera. Em termos da opinião económica que se publica estamos num rigoroso inverno, que está aí para durar...

    Caro Tonibler.
    Diz bem: economistas...e diria melhor se dissesse grandes economistas...
    Mas creio que exceptuará aqui os do 4R, que, sendo apenas aprendizes(nem a pequenos economistas algum dia chegarão...) são gente verdadeiramente notável...
    Ou não?

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  3. Caro Pinho Cardão,

    As pessoas não se classificam pelas dezenas de cadeiras de universidade que frequentaram há uma carrada de anos. Se assim fosse, teríamos um primeiro-ministro a representar "King Lear" em Londres, tal a reconhecida qualidade da sua formação em inglês técnico.

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  4. Eu diria antes,

    um verdadeiro Socialista

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  5. John Maynard Keynes ficaria confortavelmente estarrecido se pudesse testemunhar os depoimentos de alguns de seus "discípulos", caro Pinho Cardão...

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  6. Diria mais: morreria de susto!...

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  7. Ihhhh, que colecção de heresias! >i>Vade retro>/i>! Quantas vezes já se persignou hoje, Pinho Cardão?

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  8. A diferença entre o Medina Carreira e os outros economistas é que o Medina Carreira diz a verdade e os outros.

    Os outros ou são cegos ou na maior parte dos casos não querem ver.

    Esse José Reis é um cacique da universidade de Coimbra. Concerteza que não estão à espera que morda a mão que lhe dá de comer.

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  9. Caro JLSarmento:
    De facto, em matéria económica, e noutras eras, correria sério risco de ser condenado à fogueira...
    Neste momento, o pessoal da corte só muda de passeio...

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  10. Caro Pinho Cardão:

    Não tenho o menor desejo de o ver condenado à fogueira, mas a minha preocupação não era consigo, era com o José Reis. Afinal ele é que é o herege, não é? A tal ponto que basta parafrasear o que ele declarou para que os leitores fiquem, sem mais argumentos, devidamente estarrecidos...

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  11. Caro José Luiz Sarmento:
    Não, JR não é o herege, ele segue a grande corrente, a tal que patrocina as políticas que nos colocaram a divergir da Europa e com um nível de despesa pública e impostos record. E que tem a sua configuração plena no OE de 2010.
    Os hereges são os outros...

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