quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma ideia original











Há ideias fantásticas. Uma jovem alemã que vive na Holanda, amiga de uma das minhas filhas, é artista plástica, fotógrafa e mais não sei quantas coisas no campo das artes. O Metro de Amsterdam abriu um concurso para decoração do interior das carruagens e ela concorreu com um projecto muito original que propunha cobrir as paredes dos comboios com fotografias de famílias, pessoas e imagens da vida diária ao longo dos tempos. Ganhou o concurso e pediu a várias pessoas que lhe fizessem chegar fotos de família a preto e branco e logo foram daqui de casa umas preciosidades, os meus pais ainda noivos, o casamento, bebés cheios de folhos e rendas que são hoje cinquentões, meninas a andar de bicicleta em Luanda…A jovem artista trabalhou o material e obteve um efeito surpreendente, uma espécie de azulejos incertos em tons azul e sépia, e lá apresentou o seu trabalho.
Recebi há dias o relato entusiástico da minha filha quando teve a sorte de entrar numa das carruagens assim decorada e viajou junto ao retrato dos avós, das tias e de várias imagens que tão bem conhece dos baús das recordações. O comentário foi emocionado, que tinha um sentido mágico ir ali, tão longe, ao lado de cada um de nós, como se um bocadinho da nossa casa tivesse entrado com ela na carruagem, para a acompanhar em segredo no fim de um dia de trabalho, como uma visita inesperada que agora entra no seu quotidiano.
E riu divertida, ao ver os desconhecidos que olhavam as fotografias, tentando decifrar as vidas que se escondiam em cada uma delas, sentindo a malícia de quem está a guardar um segredo à vista de todos.

5 comentários:

  1. Pessoa tinha toda a razão quando profetizava que o Quinto Império iría um dia cumprir-se, cara Drª. Suzana.
    Agostinho da Silva reafirmou este cumprimento, profetizando também:
    «Do século XXI por diante revelará Portugal ao mundo, sobretudo pelo ser de cada um, o que se vai atingir para além do mundo, com toda a física uma metafísica; todas as coisas várias e a mesma; todos os povos um só e diferentes; todas as características uma e diferentes; todos os ideais diferentes, e um só.»
    Este sinal que aqui nos relata, confirma que o processo já se iniciou.
    Falta agora cumprir-se a "Quarta República" para que um mundo novo nasça efectivamente!

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  2. Pareceu-me vislumbrar a Suzana, por ali, na última composição: os olhos, o nariz, a cara...agora usa tudo igual, menos o laçarote...
    Ou estarei a incorrer num lamentável equívoco de mau fisionomista?

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  3. Cara Dra. Suzana Toscano:

    Sem dúvida que há originalidade no trabalho da jovem artista mas também, e sobretudo, no metro de Amesterdan ao proporcionar-lhe a oportunidade de expor a sua criatividade.

    Dá para imaginar o sentimento de orgulho e gozo da sua filha, no vai e vem de todos os dias, ver o olhar da multidão a interrogar-se sobre aquelas imagens enigmáticas e distantes, tentando talvez imaginar - um espaço e um tempo - que só ela conhece!…

    As fotografias a preto e branco põem-me nostálgico e provocam-me sentimentos contraditórios, de distância e proximidade…

    Concordo com Drº Pinho Cardão…aposto que é a pequerrucha em baixo…
    :)

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  4. Suzana
    As oportunidades que são oferecidas aos jovens além fronteiras são um mundo.
    Que ideia mais gira! Fruto de muita criatividade, da vontade de fazer diferente e de compreender o que as pessoas querem, de responder ao desafio ganhar.
    Quem diria que a Suzana, os Pais e as Filhas dariam corpo a uma ideia tão original. Pareceu-me ver a Suzana na primeira fotografia. Pode desvendar-me a "suspeita"?

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  5. Devagarinho, caro bartolomeu, mas lá vamos andando :)
    Realmente a ideia é girissima, faz parte da humanização dos espaços com imagens da vida de toda a gente. Quanto aos nossos fisionomistas andaram mesmo muito perto, nessa altura a minha irmã distinguia-se de mim pelos laçarotes (e eu ainda sabia andar de bicicleta!). margarida, essa é do outro "ramo" da família...

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