Há muitos factores que explicam a aflição da situação presente, que, como temos sublinhado aqui, vêm de longe, têm causas bem mais profundas do que as que se acham na espuma das conjunturas. Porém, o agravamento das condições em que o País tem de enfrentar as dificuldades deve-se também à total falta de credibilidade dos principais protagonistas das políticas económica e financeira do presente e do passado recente.
Se não se vê meio de mudar rapidamente de primeiro-ministro, apesar de ser hoje claríssimo que venceu as eleições à custa da ocultação da verdade sobre a situação do País, exige a elementar sensatez mandar descansar os ministros que longe de ajudarem à recuperação acentuam a desconfiança nas medidas. É assim com o ministro das finanças. É assim, também, com o ministro da economia.
Se a crise é também e sobretudo de credibilidade, uma substituição por responsáveis mais clarividentes, realistas, confiantes e confiáveis, não seria factor de instabilidade mas exactamente o contrário.
Caro Ferreira de Almeida
ResponderEliminarPara que não sejam só alguns a dar a sua contribuição, cá vai a minha:
1. COMO POUPAR SÓ COM OS ENCARGOS GERAIS DO ESTADO E A PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS 211 MILHÕES DE €
As despesas do Estado por classificação orgânica permitem inferir como poupar:
* a AR representa cerca de 100 M€, representando assim para o Estado qualquer coisa como 435 mil euros por deputado. Diminuindo os deputados de 230 para 130, poupar-se-ia só aqui cerca de 43 M€.
* os 17 M€ da PR poderiam facilmente, a bem do apregoado bem da nação, comprimir-se para 7M€, o que representaria mais uma poupança de 10M€.
* a extinção do Tribunal Constitucional, com passagem desta função para os Tribunais comuns, pouparia mais 6M€.
* no TC não se pouparia mais um tostão, dado que a sua manutenção promove pelo menos a travagem da despesa.
* O Gabinete do Representante da República na RAAçores significa 360M€; o da Madeira 204M€, factualmente quase o dobro.
* A administração local representa um custo de 2490M€. Partindo do pressuposto que a população das Regiões autónomas representam 5% do total da população do continente e ilhas, facilmente se percebe que a regionalização das ilhas sai cara, dado que 5% da verba para toda a administração representaria por alto cerca de 125M€, muito longe dos 560M€ atribuídos às regiões.
* Dos gabinetes dos senhores ministros retirava-lhes, dos cerca de 12M€, uns 2M€ a título de solidariedade com os desempregados e os reformados.
* Os serviços de apoio e coordenação, órgãos consultivos e outras entidades da PCMinistros, cerca de 167M€, poupava-os quase na íntegra, para cima de 150M€, dado representarem o maior escândalo da vida política e um atentado ao povo soberano. Apoio e consulta voltava para os órgãos da administração pública e acabava-se com o Estado dentro do Estado. (A Continuar e a transportar): 221M€ de poupança
boa...embora eu cortasse ainda mais, talvez a cabeça a toda esta gente que há anos se governa - desgovernando os outros, e com tanta mioleira fazia uma fábrica de enchidos para necrófagos...
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarOra aí está uma contribuição justa, adequada e oportuna. Ar fresco e nova energia são necessárias nas finanças e na economia.
Caro Ferreira de Almeida, permita-me uma perguntinha capciosa. Muito bem, mudavam-se os ministros da economia e das finanças. Mas... será que o chefe deles deixava os que viessem novos fazer alguma coisa com pés e cabeça, tomar as medidas necessárias a sair desta espiral descendente sabendo os custos políticos imediatos dessas medidas, pese embora virem a ter efeitos benéficos nos médio e longo prazos?
ResponderEliminarCaro Zuricher, se for mais um para demonstrar as elevadas capacidades de ventríloquo de Sócrates, realmente não vale a pena...
ResponderEliminarMeu caro Zuricher, percebo bem o alcance da sua questão. Mesmo admitindo que a tendência do PM seja tudo fazer para não suportar o ónus político das medidas impopulares (e se possivel, tendo de fazê-lo, repartir esse onus com algum ou alguns partidos da oposição) mantenho-me esperançado que a substituição de ministros descredibilizados possa devolver alguma confiança aos mercados.
ResponderEliminarCaro dr. Ferreira de Almeida,
ResponderEliminarQue os ministros das Finanças e da Economia deviam ir descansar, de acordo. Mas seria o hara-kiri para o PM.
De resto, que dizer dos ministros supostamente "frescos" como o Ministro das Obras Públicas e as do Trabalho, da Educação, do Ambiente e da Saúde? E isto apenas para dar os exemplos mais evidentes...
Bem visto, caro Eduardo F. O banco dos suplentes revelou-se mediocre. Aliás, a prestação do senhor ministro das obras públicas na conferência de imprensa revelou bem a qualidade das novas entradas...
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