Realmente acho que já é demais. Não há pretexto nenhum que não sirva para nos colocarmos no fim da fila europeia, um dia por uma coisa, outro por outra, parece que em tudo somos um desastre digno de notícia alarmada e muitos propósitos de rápida entrada nos eixos. Desta vez foi um estudo – mais um! – sobre a prática de desporto, em que se apurou que 55% dos portugueses não praticam desporto regularmente, concluindo-se que “somos dos mais preguiçosos”. A Comissão Europeia vai mesmo lançar um programa especial destinado a estes "cidadãos inactivos". Preguiçosos porquê? Ora essa! Eu não vou a ginásio nenhum nem me ocorre praticar nenhum desporto que me deixe arrasada durante umas horas ou deitada no sofá a recuperar o resto do fim de semana e não me considero mesmo nada preguiçosa, bem pelo contrário, gasto as minhas energias a fazer mil e uma coisas que muito acrescentam ao conforto doméstico, por exemplo. E aposto que gasto mais calorias que muitos “atletas de quatro paredes”! Além disso, os horários de trabalho em Portugal não são nem parecidos com os desses belos países de gente energética, nem provavelmente têm que andar horas de autocarro para levar e trazer os filhos à escola, chegar a casa tardissimo e tratar de tudo, andar numa correria a fazer as compras, etc, etc. Convém lembrar que o nosso País é dos que tem a maior taxa de mulheres que trabalham fora de casa, além de que o rendimento per capita é bem mais pequeno que o desses elegantíssimos desportistas. E, já agora, talvez seja bem mais agradável andar a fazer caminhadas ao ar livre com os miúdos do que deixá-los em casa a ver televisão enquanto se vai ali ao ginásio umas horas exercitar os músculos. Temos um tempo fantástico, é um desperdício passar horas encafuados numa sala a correr numa passadeira a olhar para a pulsação. E há lá coisa mais cansativa do que ir com a família toda ver montras a um centro comercial nas tardes de domingo?? Enfim, poderemos quando muito dizer que não gostamos em particular de fazer desporto, que devíamos fazer mais porque é saudável, podemos até ser preguiçosos por muitas outras razões, agora ficarmos como preguiçosos por não irmos ao ginásio nem praticar regularmente um desporto acho um abuso, francamente! Esta mania de nos porem a marchar todos muito certinhos...
«Esta cousa das statísticas deixa-me sempre meio azamboado e com a sensação que se por dia se regista um determinado número de "qualquer coisa" e que, comparativamente com o número registado em igual data do ano anterior, se apresenta menor ou maior, indica que se melhorou ou piorou, relativamente ao assunto estaticisado» (Espero encontrar hoje, a nossa Catarina, tão ágil como é seu habito)
ResponderEliminar;))))
Eu diria, cara Drª. Suzana que os resultados de certas estatísticas, são "encomendados".
Hmmm?!
Acham que não? Ok! Conceda-se a essa parte, o benefício da dúvida.
Contudo, atente-se em dois pontos: 1º. Os tais 55% de ociosos, são-no porque não praticam desporto?
Qual, ou quais desportos? Esgrima? Equitação? Golf? Vela? Motonautica? Motocross? Down Hill? Budji Jump? Parapent?... Xadrez???
2º. 55% da população total do país? Contaram com os idosos, os doentes, os estropiados, os acamados, os que trabalham de noite? os trabalhadores rurais? os pescadores? os indigentes? os reclusos?
Conclusão (a minha):
-Se contaram com a totalidade dos cidadãos, excluindo da contagem aqueles que por se encontram totalmente impossibilitados de praticar qualquer tipo de desporto, 55% é uma excelente percentagem que nos coloca certamente no topo da tabela dos cidadãos mais "desportizados".
-Se a contagem foi feita, tomando somente em conta o número de cidadãos em condições de praticar qualquer tipo de desporto... então a nossa posição na tabela, rebenta a escala... isto pelas minhas contas de merceeiro, obviamente.
Haveis algo que desejeis contrapôr, caríssima Catarina?
;))))
Senti a sua indignação, cara Suzana, através deste espaço cibernético... e estou a uma distância considerável! : ) : )
ResponderEliminarDesta vez e para nos “consolarmos” vale a pena pensar que não somos os piores. Os Estados Unidos e o Canadá estão em primeiro e segundo lugar, respectivamente! Quem diria! São, consequentemente, ainda mais “preguiçosos” – (termo usado incorrectamente neste contexto, na minha opinião) – do que os portugueses... Mas com os males dos outros podemos nós bem, como se costuma dizer. Poderão (os portugueses) não ter o hábito de ir ao ginásio mas tal como os outros europeus andam a pé muito mais que os norte americanos, por exemplo. E segundo li recentemente, o exercitar por uma hora consecutiva (num ginásio) não dará resultados melhores ou mais rápidos do que a marcha acelerada ou o dançar por 10 minutos (uma ou mais vezes) por dia. Até as tarefas domésticas, melhor dizendo, o limpar a casa, conta como exercício, motivo aliciante para nos dedicarmos a ela com todo o entusiasmo. :) Mesmo não sendo personal trainer , eu diria que os homens poderão igualmente beneficiar deste “exercício caseiro”. : )
Caro Bartolomeu, já me apercebi que estatísticas e Bartolomeu não ligam lá muito bem! Estes resultados vieram da América, não foi? Muito gostam os americanos de estatísticas! Mas desta vez eles estão à frente dos portugueses... “and it is not in a good way”! : )
ResponderEliminarTem toda a razão, minha amiga Catarina, Bartolomeu e estatísticas, representam a típica relação amor-ódio, mais ódio (5% +) mas, ao desafio "camuflado" que lhe deixei, pensei que fosse convidar-me a pensar que a percentagem encontrada, que reflecte 55% de portugueses preguiçosos, se refere a 555 de cada 100 portugueses inquiridos.
ResponderEliminarSerá que os estísticos pediram aos inquiridos o certificado prévio de nacionalidade?
;)))))
É que actualmente a mixórdia é tal que já se torna difícil saber a quem podemos chamar portugueses e a quem chamar Portugueses... adelante commandante...
Pois... nessa mixórdia de nacionalidades não pensei! Mais mixórdia que nos Estados Unidos ou no Canadá não deve haver !!!! Há que aceitar... o Portugal homogéneo acabou!
ResponderEliminarSuzana
ResponderEliminarAs questões levantadas pelo Caro Bartolomeu são pertinentes. Nada sabemos sobre a amostra do estudo -grupos etários e grupos sociais incluídos e excluídos - a não ser que foram inquiridas 1.031 pessoas. Também não sabemos o que se entende por actividade física.
Concluir que os portugueses são preguiçosos porque não praticam desporto e actividade física parece-me forçado. Até podem ser preguiçosos, mas não será o desporto e a actividade física que explicam esse defeito.
Fizeram-se muitos progressos em relação à prática do desporto. Numa entrevista que ouvi na televisão sobre este estudo, a especialista de educação física lembrava que nos grupos etários mais jovens a prática de actividade física é superior aos 55%.
Não me parece mal que sejam criados incentivos para a prática de desporto e actividade física. Pavilhões gimnodesportivos não faltam por esse País fora. Não há vila que se preze que não tenha um desses equipamentos.
A questão está depois nos hábitos e comportamentos, na organização da vida das famílias, nos horários laborais, nos horários das escolas, nos custos associados à prática das actividades desportivas e à gestão e conservação dos equipamentos, etc.
Há ainda muito por fazer. E depende bem mais de nós, das prioridades que estabelecmos, do que dos ditos incentivos vindos da Europa. Por exemplo, os lares de acolhimento de pessoas idosas (o conceito de idoso também está a precisar de ser reformado!) deveriam obrigatoriamente assegurar actividades físicas. Não necessariamente dotando-os de ginásios, mas proporcionado às pessoas que aí residem ou que os frequentam durante o dia um acesso programado e cuidado a actividades físicas benéficas para a sua saúde, inseridas num leque mais alargado de actividades ocupacionais.
Ora, deixem-se de desculpas! O tempo aparece se quisermos e todos sabemos o que quer dizer actividade física, pelo menos para nós. Eu gastava mais calorias quando a minha actividade física se resumia a desenrolar os celofanes dos Marlboros, e desenrolava 3 por dia. Parece-vos haver dúvidas se isto é ou não o tipo de actividade física a que o estudo se refere?
ResponderEliminarPara haver actividade física não é preciso nem tempo, nem equipamento. Eu corro aos domingos à noite para não me estragar o fim-de-semana e às quartas à noite depois de deitar os miúdos. Bem vistas as coisas, roubei o tempo à televisão, 2x1,5h. Treino esgrima às segundas e às quintas, mas porque posso pagar em tempo e dinheiro. Se não pudesse, corria uma terceira vez por semana.
Correr custa? Custa. A ideia é essa. E se os portugueses não correm mais é por preguiça. Porque o custo é irrisório, tanto em tempo como em dinheiro. Com o tempo e com os incentivos correctos, até custa menos. Uma colega minha começou a correr comigo no Verão. A primeira vez correu 800 metros e parou. Em Março fez a meia-maratona de Lisboa, os 21 km, do princípio ao fim. Um grupo de senhoras sobre-60 ( Sue's Runners Club) acabou à minha frente a meia-maratona por 3 minutos ou mais, e não tinham nada ar de estar ali pela primeira vez.
Portanto, a razão porque as pessoas não fazem exercício físico é apenas por preguiça. E não fazer exercício físico faz mal.
Ténis de Corrida de 80 Euros dão para uma vida. O resto da roupa não é preciso comprar. Se estiverem de cadeira de rodas, as luvas são mais baratas. Tentem, e deixem-se de desculpas esfarrapadas.
Aqui está alguém que não tem “papas na lingual”! Quando li que dez minutos de exercício intenso era muito bom, porque mesmo o período que se segue dá para queimar calorias, era precisamente para incentivar as pessoas a fazê-lo e provar que quem quer tem sempre uns minutinhos para exercitar. : )
ResponderEliminarBom, caro Tonibler, como o meu Amigo treina esgrima, não vou arriscar muito e limito-me a um comentáriozito "soft":
ResponderEliminarTénis de 80 aérios... próquê?
Esqueceu-se que em Roma, em 1960, o etíope Abebe Bikila venceu a maratona correndo descalço?
Mas, ainda a propósito de exercício físico... eu não sei sinceramente se ir durante 30, 60, 120, ou seja lá quantos minutos fôr, para um ginásio ou um circuito de manutenção, dar o corpinho ao manifesto será assim tão benéfico como se publicita.
Cá na minha, o corpinho não agradece esses momentos de estranha actividade.
Sou mais por uma actividade regular, isenta tanto quanto possível de "picos" tanto para cima, como para baixo, acompanhada com uma alimentação saborosa e saudável e... uma forma natural e simpática de entender o mundo.
Peace... love... and rock'n roll...
;)))))
Ha muitos anos namorei uma rapariga que praticava esgrima com florete, mas a "coisa" não deu certo, ela passava o tempo todo "en garde" e eu, era mais... "afundo".
Caros Bartolomeu e Catarina,
ResponderEliminarDez minutos de exercício intenso não queima nada. Mais vale fazer 40 minutos de exercício menos intenso. Experimentem começar por fazer aquilo que conseguirem, a um ritmo tal que conseguem manter uma conversa com a pessoa que vai ao lado. E podem ir à segunda feira à noite em vez de estarem a ver aquela porcaria do Prós e Contras, à hora do telejornal (que são duas), em cada eleição do PSD (se calhar já é exercício demais...)
Quanto aos ténis, é verdade. A Nature tem um artigo muito interessante sobre o impacto do pé no chão e o uso de ténis e mostram que quem usa ténis leva o calcanhar contra o chão e quem não usa leva a ponta do pé. Se experimentarem fazer um e outro, percebem porque é que os africanos ganham tudo...
Quanto ao resto, dêem as desculpas que derem, tudo se resume a uma palavra - preguiça!
Valha-nos a boa disposição! : ))))))
ResponderEliminarRir parece ser o melhor exercício para o cérebro e para os músculos faciais. Ilchi Lee é de opinião que é melhor rir durante 5 minutos do que fazer exercício durante 5 horas! Vamos lá entender! Se assim é, devemos tentar rir com muito mais frequência... Então é que os portugueses vão ficar em último lugar na tal lista do “The Daily Beast”, significando, neste caso, que são os mais exercitados... : )