Vítor Constâncio vai deixar em breve o Banco de Portugal.
Infelizmente, o Banco perdeu independência e prestígio durante o seu longo consulado. Como também não conseguiu cumprir muitos dos seus mais importantes objectivos estatutários.
Há cinco anos, Vítor Constâncio cedeu à "imposição" do Governo e levou o Banco de Portugal a fixar um défice implícito de 6% no orçamento do ano de 2005, logo nos primeiros meses do ano. Perante tal veredicto, o Governo dispensou-se de gerir com critério o Orçamento desse ano, pois tal défice, imputado ao governo anterior, justificava o aumento, sem causa, da despesa pública e todas as demagogias que esse aumento possibilitou. Depois, Vítor Constâncio, nos momentos decisivos, apareceu sempre a apoiar as principais decisões governamentais em matéria de política económica e financeira, não se lhe conhecendo reservas sérias à política de investimentos ditos para dinamizar o crescimento ou ao aumento da despesa pública.
Por outro lado, compete estatutariamente ao BP “a gestão das disponibilidades externas do País”, bem como “regular, fiscalizar e promover o bom funcionamento dos sistemas de pagamentos” e ainda a supervisão prudencial e comportamental das instituições financeiras e também das suas relações com os Clientes.
Todavia, nunca se ouviu qualquer prevenção do Banco de Portugal à facilidade com que os Bancos concediam crédito à promoção imobiliária, à habitação e ao consumo, numa altura de fraca poupança, levando assim ao endividamento das famílias e ao aumento do endividamento bancário externo. Pelo contrário, com o beneplácito, até, do Banco de Portugal e intervenções periódicas de V.Constâncio dizendo que a situação não causava problemas. Mas essa actuação do BP e de VC é causa importante do endividamento global do país e das dificuldades actuais na obtenção de crédito.
Infelizmente, o Banco perdeu independência e prestígio durante o seu longo consulado. Como também não conseguiu cumprir muitos dos seus mais importantes objectivos estatutários.
Há cinco anos, Vítor Constâncio cedeu à "imposição" do Governo e levou o Banco de Portugal a fixar um défice implícito de 6% no orçamento do ano de 2005, logo nos primeiros meses do ano. Perante tal veredicto, o Governo dispensou-se de gerir com critério o Orçamento desse ano, pois tal défice, imputado ao governo anterior, justificava o aumento, sem causa, da despesa pública e todas as demagogias que esse aumento possibilitou. Depois, Vítor Constâncio, nos momentos decisivos, apareceu sempre a apoiar as principais decisões governamentais em matéria de política económica e financeira, não se lhe conhecendo reservas sérias à política de investimentos ditos para dinamizar o crescimento ou ao aumento da despesa pública.
Por outro lado, compete estatutariamente ao BP “a gestão das disponibilidades externas do País”, bem como “regular, fiscalizar e promover o bom funcionamento dos sistemas de pagamentos” e ainda a supervisão prudencial e comportamental das instituições financeiras e também das suas relações com os Clientes.
Todavia, nunca se ouviu qualquer prevenção do Banco de Portugal à facilidade com que os Bancos concediam crédito à promoção imobiliária, à habitação e ao consumo, numa altura de fraca poupança, levando assim ao endividamento das famílias e ao aumento do endividamento bancário externo. Pelo contrário, com o beneplácito, até, do Banco de Portugal e intervenções periódicas de V.Constâncio dizendo que a situação não causava problemas. Mas essa actuação do BP e de VC é causa importante do endividamento global do país e das dificuldades actuais na obtenção de crédito.
Quanto à actuação do BP nos casos BPN e BPP, os factos são já sobejamente conhecidos. Pessoalmente, a pessoa de Vítor Constâncio até me inspira simpatia. Mas a sua gestão do Banco de Portugal provoca uma despedida sem glória, face aos erros de avaliação cometidos. Por muito politicamente incorrecto que seja dizê-lo, nesta hora de despedida, é uma verdade. Uma verdade infeliz.
Com "chorudas e valiosas" virtudes pessoais, as chamadas à pesca - a do deficit é de antologia - e com muito recomendáveis actuações profissionais, bem explicitas e explicadas na já célebre comissão de inquérito, só uma sanfona o protegia de uma opinão pública ainda mais negativa!
ResponderEliminarCaro dr. Pinho Cardão,
ResponderEliminar«Mas a sua gestão do Banco de Portugal provoca uma despedida sem glória, face aos erros de avaliação cometidos.»
Será, talvez, um polido understatement.
Caro antóniodos anzóis:
ResponderEliminarDe facto, diz bem, essa do défice é de alta antologia e vai ficar nos anais.
Caro Eduardo F.:
Claro, no 4R é só simpatia e usamos eufemismos sempre muito suaves...Não estamos aqui para agredir ninguém...
Caro Pinho Cardão, convirá não esquecer o famoso discurso de posse, em Fevereiro de 2000, no qual Sexa se referiu de forma irónica (para dizer o mínimo) àqueles que nessa remota época - há mais de 10 anos, note-se...- chamavam a atenção para o problema do excessivo endividamento externo.
ResponderEliminarDisse então Sexa que falar do défice externo dum país da zona Euro seria a mesma coisa que falar
do défice externo do Mississipi...era, em suma, matéria irrelevante...
Muito mais recentemente, quando o Presidente da República, no acto de posse do actual Governo, chamava a atenção para o mesmo problema do endividamento externo e os altos riscos que implicava, Sexa, presente nessa cerimónia, terá feito questão de abanar a cabeça em gesto de reprovação...
E agora a economia portuguesa sofre as agruras da escassez de financiamento, que tenderão a condicionar cada vez mais o seu já fragilíssimo desempenho...
Consta que os "spreads" do crédito estão a subir vertiginosamente, impondo às empresas mais uma séria desvantagem competitiva...
Tudo isto é profundamente lamentável e incompreensível...
A pergunta impõe-se: quem responde por estes erros?
Caro Tavares Moreira:
ResponderEliminarNinguém!...
Pois se o Governador até foi premiado!...
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarQuando uma pessoa é incompetente absoluta como é o caso do VC devemos chamar-lhe incompetente.
Grave é vivermos numa época em que gente comprovadamente incompetente, como o VC, seja promovida, contrariando em absoluto o princípio de Peter.
... e deprimente
ResponderEliminarEntre posturas relaxadas
e outras assaz selectivas
ficam recordações manchadas
de exactidões putativas.
Como uma planta ornamental
que há muito nos deixou plantados
numa decadência monumental
e com créditos desbaratados.
Será forte o sofrimento
de um povo procrastinado
que viveu do esbanjamento
e num regime inquinado.
Atrevo-me a fazer uma sugestão de alteração do titulo deste post para:
ResponderEliminarBanco de Portugal: Crime Sem Castigo!
...Ou Crime Premiado!...
ResponderEliminarde facto não é uma despedida sem gloria,é apenas uma fuga sem punição
ResponderEliminarserá sempre o tipo perfeito para segurar a pasta e abrir a porta ao alemão que vai para presidente do BCE
infelizmente só premeiam moluscos
Palpita-me que Constâncio fará uma carreira assinalável no BCE: Os invertebrados com intuição para, farejando o ar, adivinharem em cada momento a opinião dominante, e com ginástica para darem as cambalhotas necessárias quando a opinião muda, têm muitas vezes brilhantes carreiras. De resto, Constâncio já estava biografado antes de nascer: é uma encarnação do Conde d'Abranhos.
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