Fui ontem assistir ao concerto inaugural dos seis órgãos da Real Basílica de Mafra, depois do restauro físico e acústico que decorreu ao longo da última década. Trata-se de um conjunto organológico único no mundo, concebido e construído para o mesmo espaço. Os órgãos datam do período de regência de D. João VI e foram construídos e inaugurados entre 1806 e 1807. A primeira invasão francesa e o exílio da família real no Brasil interromperam a actividade musical na Basílica. Depois de “calados” durante dois séculos, escutar a memória de cada um e ouvi-los “cantar” em conjunto teve um significado especial.
Concordo com as palavras de um dos oradores que interveio na sessão inaugural, quando mencionou que se fez História com a recuperação dos seis magníficos órgãos, reabilitando um património histórico e cultural de invulgar monumentalidade e beleza artística, valorizando o conjunto histórico de Mafra constituído pelo palácio, basílica, convento, jardim e tapada, órgãos, carrilhões, biblioteca e estatuária e devolvendo ao público a sua fruição musical e acústica.
Em pleno concerto, no meio de uma concórdia musical de enorme beleza, num espaço magnífico, ora admirando as cúpulas da Basílica ora procurando adivinhar as entradas e saídas das notas musicais por entre os seis órgãos, pensei na maior importância que poderíamos colocar na recuperação do nosso património histórico, pelo seu impacto positivo no desenvolvimento e enriquecimento cultural e educativo, social e económico.
Honrar as obras dos nossos antecipados, a sua veia artística e o seu esforço de realização, é essencial para compreendermos e reforçarmos a nossa identidade, sendo também um factor importante de coesão social, mas pode também constituir um motor significativo da actividade económica e um alicerce para o desenvolvimento sustentável.
Penso cada vez mais que o nosso futuro passa pelo turismo associado à fruição do nosso património histórico e cultural tirando partido das especificidades das regiões em que se insere e do envolvimento das comunidades locais, que precisamos de fazer mais investimentos neste domínio. É cada vez mais evidente que esta realidade passa por parecerias entre a Cultura e a Economia.
A recuperação dos seis órgãos da Real Basílica de Mafra é também um bom exemplo da complementaridade da intervenção do Estado a quem compete zelar pela sua conversão e promoção e a intervenção cívica de agentes económicos interessados em deixar a sua marca de responsabilidade social sustentável. Esta recuperação não teria sido possível sem o mecenato cultural, que neste caso coube ao Barclays Bank.
Esperemos que os órgãos de Mafra possam a partir de agora ser regularmente tocados para o grande público e sejam tão bem conservados quanto foram recuperados.
Concordo com as palavras de um dos oradores que interveio na sessão inaugural, quando mencionou que se fez História com a recuperação dos seis magníficos órgãos, reabilitando um património histórico e cultural de invulgar monumentalidade e beleza artística, valorizando o conjunto histórico de Mafra constituído pelo palácio, basílica, convento, jardim e tapada, órgãos, carrilhões, biblioteca e estatuária e devolvendo ao público a sua fruição musical e acústica.
Em pleno concerto, no meio de uma concórdia musical de enorme beleza, num espaço magnífico, ora admirando as cúpulas da Basílica ora procurando adivinhar as entradas e saídas das notas musicais por entre os seis órgãos, pensei na maior importância que poderíamos colocar na recuperação do nosso património histórico, pelo seu impacto positivo no desenvolvimento e enriquecimento cultural e educativo, social e económico.
Honrar as obras dos nossos antecipados, a sua veia artística e o seu esforço de realização, é essencial para compreendermos e reforçarmos a nossa identidade, sendo também um factor importante de coesão social, mas pode também constituir um motor significativo da actividade económica e um alicerce para o desenvolvimento sustentável.
Penso cada vez mais que o nosso futuro passa pelo turismo associado à fruição do nosso património histórico e cultural tirando partido das especificidades das regiões em que se insere e do envolvimento das comunidades locais, que precisamos de fazer mais investimentos neste domínio. É cada vez mais evidente que esta realidade passa por parecerias entre a Cultura e a Economia.
A recuperação dos seis órgãos da Real Basílica de Mafra é também um bom exemplo da complementaridade da intervenção do Estado a quem compete zelar pela sua conversão e promoção e a intervenção cívica de agentes económicos interessados em deixar a sua marca de responsabilidade social sustentável. Esta recuperação não teria sido possível sem o mecenato cultural, que neste caso coube ao Barclays Bank.
Esperemos que os órgãos de Mafra possam a partir de agora ser regularmente tocados para o grande público e sejam tão bem conservados quanto foram recuperados.
Um "detalhe" bem à portuguesa: o concerto teve uma duração de cerda de 45m, mas antes fomos "presenteados" com cerca de 1h,30m de discursos!
Com governos dirigidos por quase analfabetos, mal conhecendo o país fora de Lisboa, as ruínas vão-se acumulando - PATRIMÓNIO?
ResponderEliminara)Com discursos em vez de substância. O caso do Mafra que relata é paradigmático.
b)Com a ignorância sobre o património votado ao abandono:
Um grande forte sobre o Guadiana a cair aos poucos - Juromenha;
O forte da Graça, junto a Elvas, um fantástico monumento arquitectónico, a apodrecer desde que abandonado pela tropa, há uma década;
O lado Oeste do palácio da Ajuda, para não irmos mais longe.
Vale, que vamos ficar com bastantes auto estradas quase desertas - de Vila Franca (ponte das Lezírias, Sul) para Santarém pela margem esquerda/sul do Tejo, um oásis para o trânsito automóvel.
E tivemos os estádios do Euro 2004, cujo grande impulsionador e entusiasta, chefia agora os destinos da pátria - o socialismo do Bloco Central.
BMonteiro
Caro bravomike
ResponderEliminarSão décadas a prosseguir a cultura do "betão". Os recursos financeiros não chegam para tudo. Infelizmente não tem faltado dinheiro para auto-estradas, estádios, rotundas e repuxos e todas essas "obras de arte" que cortam o país de alto a baixo.
É pena que não coloquemos nas nossas prioridades a reabilitação do património histórico, cultural, urbanístico e ambiental. Os benefícios seriam grandes como procuro evidenciar no meu texto.
Sobre o lado oeste do Palácio da Ajuda que o Caro bravomike muito bem lembra é lamentável que não tenha havido até agora vontade política para acabar este belíssimo e único monumento, aproveitando para fazer a reabilitação da zona monumental da Ajuda, uma das zonas mais belas e ricas da cidade.
Margarida, por imperdoável distracção não comprei a tempo os bilhetes para assistir a esta estreia e esgotaram há muito. A multidão que ontem aguardava a abertura dos portões era de tal ordem que um transeunte perguntava se o Papa ainda estava em Portugal! Mas se houve tantos discursos já fico menos desgostosa,espero que os órgãos toquem muitas e muitas vezes daqui em diante.
ResponderEliminarSuzana
ResponderEliminarEssa do Papa tem muita graça1
A certa altura, um pouco antes de se iniciar o concerto propriamente dito, as portas da Basílica abriram-se, para deixar entrar toda a gente que se acumulava à entrada e dali não arredava pé porque as pessoas queriam assistir.
Não deixe de ir ouvir um concerto a seis órgãos. Tem a vantagem de não ser massacrada com discursos. No concerto inaugural algumas das composições foram acompanhadas de coro.