Julgava eu que os projectos eram coisas para serem feitas com "cabeça, tronco e membros".
Estava enganado!
O Sr. Ministro das Obras Públicas explicou-nos ontem na TVI, de forma eloquente, como se pode resolver o imbróglio de fazer chegar o comboio a Lisboa.
Entre outras tiradas, ficámos a saber que o comboio pode chegar a Lisboa através da Ponte 25 de Abril, mas que isto ainda não é definitivo. Também ficámos a saber que eles podem arranjar uns rodados com eixos telescópicos para que o comboio passe da bitola europeia do troço até ao Poceirão, para a bitola ibérica do troço da Ponte 25 de Abril. Mas isto é só uma hipótese, blá, blá, blá.
Assim anda a governação deste nosso país.
Entre projectos que custam milhares de milhões, que avançam e recuam, que tanto servem para trazer espanhóis para as praias da Costa da Caparica, como para justificar um meio alternativo aos aeroportos paralisados pela cinza vulcânica da Islândia, vale tudo!!
Isto só não é anedótico porque a situação do país tornou-se trágica.
Só nos falta que o Sr. Ministro anuncie para a semana que o Governo decidiu repensar a aquisição do material circulante do TGV.
Pelo menos ainda restaria a possibilidade de pedir os comboios emprestados aos espanhóis...
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ResponderEliminarCaro Vitor Reis, aquilo que venho vendo sobre este tema nos últimos dias, com sucessivos anúncios de soluções para fazer os comboios chegarem a Lisboa, agora assim, depois assado, revelam total desnorte do governo quanto a esta questão. E este desnorte, dado não estarmos a falar de algo com especial complexidade sequer, é revelador da bagagem técnica do senhor ministro.
ResponderEliminarPara mais, podíamos estar a falar de algo com 50 opções das quais haveria que escolher uma. Mas não. Estamos a falar de apenas 2 opções, cada qual com os seus custos e impactos. Qualquer engenheiro do ramo de transportes (há muito, muito poucos em Portugal) consegue analisar e avaliar esta questão em todas as suas dimensões e dar um parecer quanto aos impactos de cada uma das opções e recomendação quanto à via a seguir no espaço de um mês trabalhando muito folgado:
1 - Transbordo no Poceirão/Pinhal Novo (opção totalmente absurda mas que teria que entrar na avaliação para quantificar o absurdo) para comboios suburbanos ou para shuttles especialmente dedicados.
2 - Operação do eixo Lisboa-Madrid com comboios de bitola variavel. É um erro dizer-se eixos telescópicos embora o "telescópicos" seja bonito e caia bem nos ouvidos dado que um dos dois sistemas existentes não tem eixos mas sim rodas independentes.
Isto, claro, partindo do principio de que há como objectivo continuar com a construção do troço Poceirão-Caia e que não se considera a hipótese de não o construir para já, pagando as indemnizações competentes ao concessionário vencedor e ao Reino de Espanha. Se se puser em causa a construção do troço Poceirão-Caia, então aí, claro, a avaliação que disse anteriormente será apenas uma das premissas para esta avaliação num nivel superior.
Posto isto, o que concluir dos sucessivos gaguejos ministeriais quanto a este tema? Enfim, boa coisa não de certeza.
Volta, Ana Paula Vitorino, volta. Estas perdoada. Nunca pensei vir a dizer isto...
No problem!
ResponderEliminarEm Cuba há resmas iguais a este modelo.