sábado, 5 de junho de 2010

Córdova, com muito calor!



Córdova supreende-me sempre, parece que já vi tudo e quando volto cá parece-me sempre que estou aqui pela primeira vez. A última vez que cá estivemos era Inverno, no princípio de Janeiro, estava frio mas um céu muito azul e o passeio ao longo das margens do Guadalquivir enregelava os ossos. Agora está um calor abrasador, quase 40 graus, e nao temos outro remédio senao tomar os hábitos espanhóis, que incluem uma bela sesta, uma copa pelas oito horas, um passeio e jantar lá para as dez, seguido de um longo paseio a pé pelas ruelas e travessas de Córdova, a judiaria, a mouraria, a volta ao longo da muralha, por fim o descanso numa esplanada cheia de gente, a apnhar a brisa da noite.

Esta cidade é fantástica, um verdadeiro mapa dos encontros e desencontros de povos, religioes e constumes, também um testemunho em pedra e no modo de vida de como puderam conviver árabes, cristaos, judeus, além de imensos vestígios do dominio romano. Aqui nasceram Séneca, mas também Averróis e Moimonidas, todos estao representados em bustos e estatuas junto à muralha.

Nao é só a Mesquita/Catedral, ou Catedral/Mesquita, a transportar-nos ao fim do primeiro milénio e à espantosa civilizacao árabe, sao as igrejas, a sinagoga do sec.XIV, as pracas sempre com o murmurio da água que nalgum lado corre a suavizar, ao menos no tom cristalino, a temperatura abrasadora. Os patios escondidos sao oásis de frescura e ainda há petúnias a estender-se ao longo das paredes, tranbordando dos vasos presos a várias alturas nas varandas e janelas. Foi há pouco tempo o festival das ruas floridas.

Amanha vamos a Granada, rever o Alhambra e lembrar mais um pouco da história apaixonante dos povos e religioes que marcaram e persistem tao vivos na vida e na cultura do ocidente da Europa.

Bom fim de semana!

7 comentários:

  1. Nunca fui a Córdoba. Mas quero ir. Não sei quando.
    Este texto despertou-me de uma letargia em que tive de mergulhar graças ao tsunami televisivo provocada pela onda do futebol. Meio nauseabundo, comecei a recordar as várias figuras que a Susana destaca no seu pequeno e belo escrito. Fico-me pelo Maimonidas. Subitamente recordei-me do livro O Médico de Córdoba, um belo livro, em que Maimonidas está presente assim como a cultura da época. Ponho-me a imaginar que estou a percorrer todos aqueles lugares e a partilhar as vivências de uma sociedade tão culta. O livro, como qualquer livro, deixa mais ou menos marcas, mas houve uma passagem que nunca mais esqueci, um curto pensamento árabe que encerra o mundo em si: “Uma vida não vale nada, mas não há nada que valha uma vida”.
    Até Granada, Suzana.

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  2. Suzana
    Já conheço Córdoba, mas voltei a visitá-la com a sua bela descrição. O tórrido calor de algumas cidades espanholas complica um pouco as visitas porque não estamos habituados. Mas o clima continental também faz parte.
    Granada também vale muito a pena.
    Pois eu vim passar uns dias até à minha terra de adopção, o Douro. As vistas, as paisagens, o rio, as quintas, as vinhas, os verdes, os azuis, o amanhecer e o entardecer fazem sempre o encanto destas paragens. E depois há sempre cidades e vilas para visitar que nos oferecem mais cultura e história.
    Bons passeios, Suzana.

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  3. Cara Dra. Suzana Toscano:
    Bonita descrição de Córdoba e, também, uma excelente promoção!
    Bom fim de semana, por cá está um Domingo fresco a deixar tempo para o pensamento árabe que o Professor Massano Cardoso aqui transcreveu: “Uma vida não vale nada, mas não há nada que valha uma vida”; depois, fechar os olhos e percorrer o belo Douro que a Dra. Margarida Aguiar aqui muito bem nos lembra...

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  4. Cara Suzana Toscana,

    Aqui, pelo Trópico de Capricórnio, está tempo frio e seco quanto baste. Quem me dera um belo Rioja para humedecer os lábios e aquecer a alma!

    Cumprimentos,
    Paulo

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  5. E já agora aqui p’rós meus lados: chuva de manhã, céu parcialmente nublado nesta altura, vento de norte a 32 km/h , temp. máxima de 18, mínima 12 prevista para a noite : )

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  6. Cara Catarina,

    Em vento e temperatura concordamos.

    Mas eu cá vou tendo céu limpo, alguma coisa tinha que compensar a lei seca cá do burgo.

    Cumprimentos,
    Paulo

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  7. Anónimo23:06

    Garantidamente um bom passeio por esses sítios encantadores. Façam uma boa viagem.

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