Bem sei que não foi esta a passagem do discurso do Presidente da República (PR) proferido nas comemorações do Dia de Portugal que marcou a “querela” política que fez notícia, mas despertou-me particular atenção pela sua clareza e necessidade:
“Os sacrifícios que fazemos têm de ser repartidos de forma equitativa e justa e, mais do que isso, têm de possuir um sentido claro e transparente, que todos compreendam.
Não se podem pedir sacrifícios sem se explicar a sua razão de ser, que finalidades e objectivos se perseguem, que destino irá ser dado ao produto daquilo de que abrimos mão. Quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam."
Tem muita razão o PR e é difícil não subscrever o quanto importante é que as pessoas tenham consciência real da situação do País e percebam qual é o caminho que está a ser seguido, quais são os objectivos e o que podem esperar do futuro. A verdade associada a um projecto bem compreendido e percepcionado pode galvanizar as pessoas a acreditarem no futuro e a participarem da sua construção. Igualmente importante é que os esforços que são exigidos poupem os grupos sociais mais vulneráveis e com menor capacidade de se defenderem.
A falta de transparência e o disfarce da verdadeira realidade fazem hoje parte do “politicamente correcto”. A dificuldade em estabelecer um rumo sustentável baseado numa vontade nascida de um esforço de coesão nacional faz, também, parte de um ambiente de disputa e bipolarização políticas que tem vindo a ganhar tom e que cega as possibilidades de entendimento das diversas forças sociais e políticas e entre umas e outras. Um quadro destes não é gerador de confiança e dificulta o progresso do País.
O alerta do PR “Quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam” ficou lançado. É um desafio de vigilância do qual a sociedade civil não deveria prescindir…
“Os sacrifícios que fazemos têm de ser repartidos de forma equitativa e justa e, mais do que isso, têm de possuir um sentido claro e transparente, que todos compreendam.
Não se podem pedir sacrifícios sem se explicar a sua razão de ser, que finalidades e objectivos se perseguem, que destino irá ser dado ao produto daquilo de que abrimos mão. Quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam."
Tem muita razão o PR e é difícil não subscrever o quanto importante é que as pessoas tenham consciência real da situação do País e percebam qual é o caminho que está a ser seguido, quais são os objectivos e o que podem esperar do futuro. A verdade associada a um projecto bem compreendido e percepcionado pode galvanizar as pessoas a acreditarem no futuro e a participarem da sua construção. Igualmente importante é que os esforços que são exigidos poupem os grupos sociais mais vulneráveis e com menor capacidade de se defenderem.
A falta de transparência e o disfarce da verdadeira realidade fazem hoje parte do “politicamente correcto”. A dificuldade em estabelecer um rumo sustentável baseado numa vontade nascida de um esforço de coesão nacional faz, também, parte de um ambiente de disputa e bipolarização políticas que tem vindo a ganhar tom e que cega as possibilidades de entendimento das diversas forças sociais e políticas e entre umas e outras. Um quadro destes não é gerador de confiança e dificulta o progresso do País.
O alerta do PR “Quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam” ficou lançado. É um desafio de vigilância do qual a sociedade civil não deveria prescindir…
Quando eu estoirar 21 mios de euros como o PR estoira por ano ao erário público, então vamos falar de sacrifícios equitativamente distribuídos. Até lá, o sacrificado tem que ser ele até que ele estoire o mesmo que eu.
ResponderEliminarEssa é boa, "equitativamente", como se fosse eu o problema...
A esperança de...
ResponderEliminarUm projecto bem compreendido
e claramente comunicado
será mais facilmente fundido
num bem plenamente dedicado.
A vigilância é essencial
e não deverá ser preterida,
para a satisfação social
ser gradualmente adquirida.
Caro Tonibler
ResponderEliminarPorque é que fala em estoirar? Porque são 21 milhões? Porque é o PR?
Ninguém discute, sempre haverá excepções, que 21 milhões é muito dinheiro. Mas só por si não chega para ajuizar da sua adequabilidade. Qual seria, então, na sua perspectiva um orçamento adequado?
É fácil dizer quando se fala de milhões que se anda a estoirar muito dinheiro, mas há que ter cuidado com estas generalizações.
"Os sacrifícios que fazemos..." Mas o Presidente da República também faz sacrifícios? Ah, esquecia-me: 5 por cento a menos no seu vencimento!
ResponderEliminar“Quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam."
ResponderEliminarExigir, o povo pode exigir! Mas como poderá fazer com que as suas exigências sejam satisfeitas? Votar nas próximas eleições? Votar em quem? Quem está, verdadeiramente, empenhado(a) em beneficiar esse povo a quem se pede... mais uma vez... grandes sacrifícios! Até nem é necessário pedir; ele (o povo), pelas suas circunstâncias, é forçado a fazer sacrifícios! Pobre povo português, a quem se lhe pede tanto, e recebe tão pouco!
Cara Margarida
ResponderEliminarNo actual cenário negro em que vivemos,substancialmente traduzido por um esmagamento imparável do nível de vida do cidadão comum, é evidente que a distribuição das desgraças por todos nós, não se coaduna com uma despropositada, injusta e intolerável política social que este desgoverno tem vindo a praticar, sobretudo agora, na fase que atravessamos. Com efeito as soluções que de momento foram adoptadas, revelam uma falta gritante de senso comum na perspectiva de uma cada vez mais exigível justiça social. A distribuição da riqueza não pode alhear-se da repartição da desgraça, sob pena de se criar uma conjuntura de intolerância e de desrespeito pela lei. Pessoalmente só lamento que se tenha dado a mão a um esquema de aumento de receitas públicas, sem se ter acautelado sequer "que o pão não fosse atingido pelo IVA" e que o IRS fosse honestamente revisto sem a anedota fiscal do escalão dos 45%".! É as esquemas destes que se chama distribuição equitativa? A que tudo isto chegou!
Arredondando:
ResponderEliminarBdP = 4000,00 euros
UNL = 2000,00 "
PRep= 8000,00 "
14000,00 euros? Nada mau. Facilita a coesão social e a solidariedade.
Claro que aqueles montantes, em comparação com Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto, até são inocentes. O que mais se estranha na primeira das reformas nem sequer é o montante. É o tempo que lá se trabalhou para o receber!
Cara Margarida,
ResponderEliminarAníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, consome um orçamento anual de 21 milhões de euros. Não me venha ele dizer que o esforço tem que ser equitativo porque eu não gasto 21 milhões de euros e sou contribuinte líquido do sistema. O que é que isto tem de generalização? Mais particular não poderia ser.
Imagina, cara Margarida, quantas empresas portuguesas conseguem libertar, num ano como este, 21 milhões de euros de resultados? Quantas centenas de pessoas têm que trabalhar para isso? Acho que a adequabilidade está avaliada.
Caro Manuel Braz
ResponderEliminarSempre vigilante!
Cara Catarina
Não deixa de ter muita razão. Como é que se sai deste ciclo vicioso?
É uma pobreza cultural e educacional. São características que têm influência nos níveis de satisfação e exigência que são colocados. Porque é do povo que saem aqueles que nos governam.
Caro antoniodosanzóis
E eu adicionaria às suas preocupações o facto de continuarmos a escolher a via mais penalizadora para nos endireitarmos, intervindo com mão pesada do lado da receita e deixando de lado a actuação do lado da racionalização da despesa. Não é assim que vamos resolver o problema excessivo da despesa porque o Estado continuará a absorver grandes quantidades de recursos que fazem falta à economia.
Caro Tonibler
Pela sua ordem de ideias o esforço nunca será equitativo porque compara coisas que não são comparáveis. Não me sinto frustrada nem revoltada pelo facto de saber que ao longo de toda a minha vida não terei a possibilidade de receber e acumular os milhões que o Caro Tonibler reclama.
A falta de transparência a que me refiro no meu texto não nos permite efectivamente perceber como é que pode ser feita a racionalização da despesa, gastando menos e melhor, mas sem antes termos que discutir que Estado é que queremos e precisamos de ter e o que esperamos do seu funcionamento e da sua representação. É esta discussão séria e consequente que faz muita falta.
Cara Margarida,
ResponderEliminarGoverno é "back-office". Se há cortes a fazer, esses cortes não podem ser feitos na parte produtiva da sociedade, têm que ser feitos na parte de suporte. Ninguém está a dizer que não quer um PR, não podemos querer é um PR que gasta 21 milhões de euros porque isso é uma vergonha, uma afronta a todos aqueles que produzem, porque há muito poucas empresas que possam reclamar isso como facturação, quanto mais como resultado. Ainda para mais gastos sem utilidade prática nenhuma. Os cortes equitativos só são equitativos para quem os reclama, porque nós não somos iguais, uns produzem outros vivem da produção dos outros. Nós não temos problema nenhum na parte que produz, o nosso problema é não conseguirmos pagar a parte que não produz, portanto os cortes têm que ser na parte onde temos problema.