O erro médico é uma realidade preocupante. Mas no caso vertente é muito interessante. Como foi possível "errar" desta maneira? Nem quero imaginar... Às tantas tenho que definir mais uma causa de erro médico, "erro libiano"!
Caro professor, quando li essa notícia tive a esperança que esse tema aparecesse aqui no 4R e tivesse a oportunidade de perguntar, como estou a fazer agora, algo que me faz um pouco de confusão sobre este tema em particular.
Em engenharia é muito fácil calcular, por exemplo, a resistência duma estrutura. Sabe-se que com aquele betão específico, aquele ferro específico, a armação daquela forma específica, a estrutura tem uma dada resistência e é aquela. Em planeamento sabe-se que de acordo com aqueles dados específicos a previsão de tráfego para daí a, suponhamos, 5 anos, ficará num dado intervalo, forçosamente curto. Mas em medicina, estas coisas de calcular o tempo de vida de alguém, parecem-me substancialmente mais complexas e eventualmente não tão estimaveis como nos exemplos que dei.
Poderia o professor explicar-nos um pouquinho sobre este tema? O que influi, como se faz o prognóstico, qual a melhor percentagem de acerto que pode esperar-se, enfim, em geral, qual a fiabilidade das previsões de x tempo de vida.
Caro Zuricher, não pretendendo interferir na questão final que coloca ao nosso estimado Professor, penso que lhe falta colocar uma pequena nuance, que poderá determinar a precisão da explicação pretendida; O Zuricher deseja conhecer a forma (ou formula) de estimar o tempo de vida que resta a um doente, Libanês, ou Europeu? Ou de qualquer outra longitude do globo?
Caro Zuricher, na prática é uma questão de resistência de materiais, pelos vistos o material líbio resiste mais do que o previsto ou então foi a liberdade que lhe deu uma vida nova, literalmente... A mesma sorte não tiveram os que morreram no atentado que ele executou.
Em medicina, prever a duração de sobrevivência é uma tarefa complexa, talvez a mais difícil de todas. De qualquer modo, com base em diversos parâmetros, é possível fazer uma previsão, embora longe da que se verifica em engenharia. Com base na idade do doente, no tipo de tumor, dos órgãos já atingidos, nas modificações metabólicas entretanto ocorridas, na evolução prévia do crescimento e metastização do tumor, tipos de tratamentos, com base em inúmeros estudos epidemiológicos já realizados e processos matemáticos adequados (análise de sobrevivência), é possível estimar o “tempo que resta” de vida. Por vezes somos confrontados com “melhorias” inexplicáveis, mas longe de serem milagres, como é óbvio, seguidas de uma deterioração ultrarrápida. Cada caso é um caso, e admito que possam ocorrer situações que escapam à tal previsão, mas erros desta qualidade são pouco comuns. Se quer que lhe diga passar de três meses para dez anos é manifestamente impossível a não ser que a “base” do diagnóstico esteja errada, ou que o engano tenha sido premeditado! Em termos éticos eu preferia que o “erro” fosse o primeiro, embora o segundo seja mais conveniente para o doente...
Caros Bartolomeu e Suzana, entendo a vossa questão da... resistência dos materiais, como muito bem a Suzana lhe chamou. No caso em apreço realmente um material muito esquisito, eheheh.
Professor, obrigado pela explicação. Sendo-lhe totalmente honesto nem sabia (ou imaginava) que houvesse modelos matemáticos aplicaveis ao cálculo do tempo de vida porque nem supunha que era possivel traduzir matematicamente as variaveis dado, para um total leigo como eu, parecerem aleatórias e dependentes da sorte, do tratamento, do acaso, de cada pessoa, ou seja, em geral, impossivel de estimar matematicamente e com um mínimo de rigor o tempo que resta de vida. Muito obrigado! E agradeço também mencionar a impossibilidade de passar-se de 3 meses para 10 anos. Foi mesmo um ar de vida que lhe deu... Ar esse que levanta muitas questões relativamente à previsão feita para a duração da vida do homenzito.
Caro professor, quando li essa notícia tive a esperança que esse tema aparecesse aqui no 4R e tivesse a oportunidade de perguntar, como estou a fazer agora, algo que me faz um pouco de confusão sobre este tema em particular.
ResponderEliminarEm engenharia é muito fácil calcular, por exemplo, a resistência duma estrutura. Sabe-se que com aquele betão específico, aquele ferro específico, a armação daquela forma específica, a estrutura tem uma dada resistência e é aquela. Em planeamento sabe-se que de acordo com aqueles dados específicos a previsão de tráfego para daí a, suponhamos, 5 anos, ficará num dado intervalo, forçosamente curto. Mas em medicina, estas coisas de calcular o tempo de vida de alguém, parecem-me substancialmente mais complexas e eventualmente não tão estimaveis como nos exemplos que dei.
Poderia o professor explicar-nos um pouquinho sobre este tema? O que influi, como se faz o prognóstico, qual a melhor percentagem de acerto que pode esperar-se, enfim, em geral, qual a fiabilidade das previsões de x tempo de vida.
Caro Zuricher, não pretendendo interferir na questão final que coloca ao nosso estimado Professor, penso que lhe falta colocar uma pequena nuance, que poderá determinar a precisão da explicação pretendida; O Zuricher deseja conhecer a forma (ou formula) de estimar o tempo de vida que resta a um doente, Libanês, ou Europeu? Ou de qualquer outra longitude do globo?
ResponderEliminarCaro Zuricher, na prática é uma questão de resistência de materiais, pelos vistos o material líbio resiste mais do que o previsto ou então foi a liberdade que lhe deu uma vida nova, literalmente... A mesma sorte não tiveram os que morreram no atentado que ele executou.
ResponderEliminarEm medicina, prever a duração de sobrevivência é uma tarefa complexa, talvez a mais difícil de todas. De qualquer modo, com base em diversos parâmetros, é possível fazer uma previsão, embora longe da que se verifica em engenharia. Com base na idade do doente, no tipo de tumor, dos órgãos já atingidos, nas modificações metabólicas entretanto ocorridas, na evolução prévia do crescimento e metastização do tumor, tipos de tratamentos, com base em inúmeros estudos epidemiológicos já realizados e processos matemáticos adequados (análise de sobrevivência), é possível estimar o “tempo que resta” de vida. Por vezes somos confrontados com “melhorias” inexplicáveis, mas longe de serem milagres, como é óbvio, seguidas de uma deterioração ultrarrápida. Cada caso é um caso, e admito que possam ocorrer situações que escapam à tal previsão, mas erros desta qualidade são pouco comuns. Se quer que lhe diga passar de três meses para dez anos é manifestamente impossível a não ser que a “base” do diagnóstico esteja errada, ou que o engano tenha sido premeditado! Em termos éticos eu preferia que o “erro” fosse o primeiro, embora o segundo seja mais conveniente para o doente...
ResponderEliminarErro?
ResponderEliminarMédico?
Caros Bartolomeu e Suzana, entendo a vossa questão da... resistência dos materiais, como muito bem a Suzana lhe chamou. No caso em apreço realmente um material muito esquisito, eheheh.
ResponderEliminarProfessor, obrigado pela explicação. Sendo-lhe totalmente honesto nem sabia (ou imaginava) que houvesse modelos matemáticos aplicaveis ao cálculo do tempo de vida porque nem supunha que era possivel traduzir matematicamente as variaveis dado, para um total leigo como eu, parecerem aleatórias e dependentes da sorte, do tratamento, do acaso, de cada pessoa, ou seja, em geral, impossivel de estimar matematicamente e com um mínimo de rigor o tempo que resta de vida. Muito obrigado! E agradeço também mencionar a impossibilidade de passar-se de 3 meses para 10 anos. Foi mesmo um ar de vida que lhe deu... Ar esse que levanta muitas questões relativamente à previsão feita para a duração da vida do homenzito.
Que “cor” terá esse “erro médico”?!
ResponderEliminarCara Catarina:
ResponderEliminarTem a "cor" dos interesses políticos...
...acompanhada (a cor) de algo mais tangível do que os interesses políticos, caro SLGS.
ResponderEliminarO meu acordo, cara catarina.
ResponderEliminarPeço desculpa - Catarina.
ResponderEliminarNão percebi! : (
ResponderEliminarMas quase de certeza que não tem motivo para pedir desculpa!
A desculpa deve ter sido por ter escrito catarina em vez de Catarina. "Penso eu de que..."
ResponderEliminarObrigada, caro Prof. Como se fazem tantas cedências na forma de escrever (nalguns blogues!....) nem reparei! : )
ResponderEliminarO Sr. Prof.Massano, não se enganou. Muito obrigado pela intervenção atempada.
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