Nos últimos dias surgiram notícias relacionadas com cortes nos apoios financeiros da Segurança Social (SS) às refeições fornecidas a crianças carenciadas pelas instituições de solidariedade social, prontamente, aliás, desmentidas pelo governo. Esperamos todos, pessoas de bem, que tudo isto não passe de um falso alarme, embora não deixe de constituir estranheza que altos responsáveis daquelas instituições venham publicamente denunciar as situações. Se há duplicações indevidas de atribuição de subsídios, pois que se corrijam e, sobretudo, que sejam evitadas através de adequados mecanismos de controlo que a SS deve assegurar.
A pobreza e a privação material de satisfação de necessidades básicas da vida são uma realidade entre nós. Há um crescente número de famílias que não consegue satisfazer as mais elementares necessidades. Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística “...23,0% dos indivíduos viviam em situação de privação material, resultado ligeiramente superior ao verificado em 2007 (com 22,4%)..."
Não ter dinheiro para assegurar uma alimentação mínima é uma situação que muitas famílias enfrentam, dependendo totalmente do apoio de instituições sociais que na sua maioria recebem ajuda financeira da SS e/ou das autarquias locais.
As crianças deveriam merecer a nossa maior solidariedade e deveríamos actuar cirurgicamente para que não sofressem privações naquilo que é essencial a uma vida normal, preservando o seu crescimento feliz e o seu desenvolvimento equilibrado.
O sentido de emergência com que diariamente famílias e instituições sociais se confrontam não se compagina com ambientes de falta de flexibilidade de resposta, moldados, porventura, pelo fosso grande entre quem administrativamente decide na sua “torre de marfim” e quem no terreno não pode voltar as costas aos problemas e/ou pela abordagem economicista da gestão da “coisa” pública que se tem vindo a instalar.
É portanto incompreensível o caso denunciado pelo presidente da União das Misericórdias que ocorreu num Atelier de Tempos Livres (ATL) que funciona em Aveiro. Por ter servido mais do que as trinta refeições que têm apoio financeiro da SS, foi advertido que se o fizer pode perder os apoios pois está a fazer um serviço para o qual não está autorizado.
Uma situação à qual aquele responsável não poupou nas críticas: "Este aviso é um sinal da cegueira e da irresponsabilidade social próprio de a quem a crise ainda não bateu à porta". E acrescenta que esta situação mostra que se "estão a ser ultrapassados os limites do bom senso".
Mas quem é que tem coração para negar servir, se estiver ao seu alcance, mais uma ou duas refeições a crianças necessitadas? Mas que olhar social é este que leva a SS a proibir fazê-lo? Tão controladores numas coisas e tão laxistas noutras. Ouvi alguém comentar sobre este caso que se estava (não percebi quem?) a fazer uma tempestade num copo de água...
A pobreza e a privação material de satisfação de necessidades básicas da vida são uma realidade entre nós. Há um crescente número de famílias que não consegue satisfazer as mais elementares necessidades. Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística “...23,0% dos indivíduos viviam em situação de privação material, resultado ligeiramente superior ao verificado em 2007 (com 22,4%)..."
Não ter dinheiro para assegurar uma alimentação mínima é uma situação que muitas famílias enfrentam, dependendo totalmente do apoio de instituições sociais que na sua maioria recebem ajuda financeira da SS e/ou das autarquias locais.
As crianças deveriam merecer a nossa maior solidariedade e deveríamos actuar cirurgicamente para que não sofressem privações naquilo que é essencial a uma vida normal, preservando o seu crescimento feliz e o seu desenvolvimento equilibrado.
O sentido de emergência com que diariamente famílias e instituições sociais se confrontam não se compagina com ambientes de falta de flexibilidade de resposta, moldados, porventura, pelo fosso grande entre quem administrativamente decide na sua “torre de marfim” e quem no terreno não pode voltar as costas aos problemas e/ou pela abordagem economicista da gestão da “coisa” pública que se tem vindo a instalar.
É portanto incompreensível o caso denunciado pelo presidente da União das Misericórdias que ocorreu num Atelier de Tempos Livres (ATL) que funciona em Aveiro. Por ter servido mais do que as trinta refeições que têm apoio financeiro da SS, foi advertido que se o fizer pode perder os apoios pois está a fazer um serviço para o qual não está autorizado.
Uma situação à qual aquele responsável não poupou nas críticas: "Este aviso é um sinal da cegueira e da irresponsabilidade social próprio de a quem a crise ainda não bateu à porta". E acrescenta que esta situação mostra que se "estão a ser ultrapassados os limites do bom senso".
Mas quem é que tem coração para negar servir, se estiver ao seu alcance, mais uma ou duas refeições a crianças necessitadas? Mas que olhar social é este que leva a SS a proibir fazê-lo? Tão controladores numas coisas e tão laxistas noutras. Ouvi alguém comentar sobre este caso que se estava (não percebi quem?) a fazer uma tempestade num copo de água...
Cara Margarida Aguiar,
ResponderEliminarReconhecendo a pertinência do seu post, é preciso que sistematicamente apelemos ao bom senso, e falemos das situações de dificuldade das pessoas para que não esqueçam, relativamente ao citado artigo do caso de "Aveiro", sugere-me desde logo um comentário: "no name, no place, no notice".
Não posso aceitar uma notícia em que não se sabe o nome da instituição, onde está sediada e, principalmente, a única instituição citada, o "centro distrital da Segurança Social de Aveiro", não tenha sido contactada sobre o caso, nem heja menção dessa tentativa.
Isto é apenas um exemplo do pior jornalismo que se faz.
Caro SC
ResponderEliminarNão deixo de concordar com o seu apontamento acerca do mau jornalismo. Com efeito, a investigação jornalística é coisa que cada vez mais está ausente. E faz muita falta.
O facto de a situação ter sido publicamente denunciada por quem foi parece ter conferido direito a uma notícia. E penso que lhe conferiu também credibilidade. O facto de não ter sido identificado o ATL não diminuiu o meu interesse pelo sucedido. Por isso mesmo decidi fazer uma alusão à "ditadura" administrativa que tomou conta de alguns serviços públicos. Gerir o social não é matemático.
Não deixa, contudo, de gerar estranheza o facto de o CDSS de Aveiro não ter publicamente esclarecido a situação. Não encontrei, com efeito, qualquer follow-up. O que nos tempos que correm já não é muito normal.