Em Julho de 2005 o IVA subiu de 19% para 21%, em 2008 baixou para 20% e agora volta a subir para 21%. Este balancé fiscal vai sendo justificado alternadamente pelo agravar da crise, pelo fim da crise e de novo pelo agravar da crise e é claro que, para além das contas que se fazem sobre o contributo deste imposto para os cofres do Estado, fazem-se contas aos efeitos nos bolsos dos contribuintes. E é esta última parte que dá sempre uma enorme confusão, como se tem visto nas reportagens de rua ou nas interpelações aos governantes apanhados pelos microfones. Lembro-me de uma enorme discussão numa Assembleia Municipal sobre a actualização em 2% do tarifário dos parquímetros, que não se compadecem com moedas pretas de 1 cêntimo, pelo que a lampeira “actualização” iria para os 30% de aumento aos 15m de estacionamento…
A grande questão que mais uma vez se discute é se este 1% vai ou não reflectir-se em todos os produtos, uma vez que dá um trabalhão e sai caro alterar todos os preços marcados, ajustar a informática e mais mil e uma complicações, para um aumento pouco significativo em produtos de baixo custo. O Ministro da Economia fez uma espécie de estranho apelo às empresas para “acomodarem” este aumento nas suas margens de lucro, como se o IVA fosse um imposto disfarçado sobre as empresas e não sobre os consumidores. Os pequenos empresários, da restauração e do comércio, alegam que não vão ter outro remédio senão “encaixar” o imposto, sob pena de perderem a já magra clientela.
Se nos lembrarmos da mesmíssima polémica quando diminuiu o IVA nos mesmos 1% agora repostos, verificou-se que o consumidor não sentiu esse alívio, provavelmente porque os mesmos argumentos agora usados, excepto o da clientela, funcionaram precisamente ao contrário. Agora não aumentam do mesmo modo que há um ano não diminuíram, a economia real encarrega-se de “alisar” estes movimentos bruscos a que os cálculos orçamentais parecem ser indiferentes e de que o bolso do contribuinte é sempre a testemunha final.
Se nos lembrarmos da mesmíssima polémica quando diminuiu o IVA nos mesmos 1% agora repostos, verificou-se que o consumidor não sentiu esse alívio, provavelmente porque os mesmos argumentos agora usados, excepto o da clientela, funcionaram precisamente ao contrário. Agora não aumentam do mesmo modo que há um ano não diminuíram, a economia real encarrega-se de “alisar” estes movimentos bruscos a que os cálculos orçamentais parecem ser indiferentes e de que o bolso do contribuinte é sempre a testemunha final.
Suzana
ResponderEliminarO que me parece que vai acontecer é que o custo do agravamento do IVA vai acabar por ser repartido entre as empresas e os consumidores. Se o sobe e desce continuar, a variação da taxa do IVA deixa de se reflectir no preço final. Quando o IVA desce o preço final não desce e o ganho é apropriado pela empresa, quando o IVA sobe o preço final não sobe e a perda é absorvida pela empresa. É uma espécie de conta corrente que se vai saldando do lado das empresas, sem o consumidor dar por isso!
Imagino que deva ser muito dispendioso modificar os ficheiros das aplicações informáticas, mas não estou a ver que isso leve os empresários a a acomodar os preços…
ResponderEliminarEstamos perante mais um aumento de um imposto não selectivo, atinge todos os portugueses de igual modo, embora faça mais dano a uns que a outros. Não entendo como é possível viver-se dignamente, com os salários miseráveis que estão a ser propostos a quem enfrenta o primeiro emprego.
Ontem foi um dia mau para mim, passei por uma experiência que me deixou estupefacto e me levou a pensar que é mais fácil para aqueles que vivem mal suportar essa condição, do que aqueles que vivem menos mal, passarem a viver mal. Passo a partilhar:
-Um conjunto largo de pessoas com salários médios calculados com base em trabalho extraordinário, situação que se mantinha inalterável desde há 30 anos, viu de um momento para o outro ser-lhe reduzido em cerca de 60% .
Imaginem agora essas pessoas, encalacradas até às orelhas, apanhadas assim de surpresa, sem tempo para reorganizarem as suas vidas, saldar compromissos assumidos perante terceiros, mudar os filhos e netos que ajudam a criar de uma escola para outra mais barata, a prestação do carro e da casa em risco de incumprimento...
Como é possível fazer-se isto? É fácil, uma folha A4 é quanta basta!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPois é, caro Jóta Cê, ficamos com a sensação que, quem escreve a tal folhinha A4, determinando os cortes abrutos que menciona, se esquece, ou não toma em conta, os efeitos que a mesma irá causar.
ResponderEliminarNeste nosso velhinho e promíscuo Portugal, enferma-se de um mal antigo... uns, fazem a "porcaria", aos outros, cabe-lhes a "grata" tarefa de a limpar.
Ou seja... em linguagem popular; uns comem as castanhas, a outros... rebenta-lhes as beiças.
Já começa a ficar distante o tempo em que o "chefe" supremo, em situações análogas à que relata, determinava: nos salários dos funcionários ninguem toca!
Mas não eram só outros os tempos, caro Jóta Cê... eram tambem as pessoas. É que, quando não sabiam... perguntávam, não decidiam só porque "tinham ouvido dizer"!
;)
Coitado deste zépovinho, está todo partido!....
ResponderEliminarVai ver que se meteu com o jorge coelho e levou!