Segundo dados oficiais, no 2º trimestre, a economia alemã cresceu 2,2% face ao trimestre anterior (quase 10% em termos anualizados) – uma brutalidade! Esta proeza segue-se a outra – bem mais relevante – que consiste na redução da taxa de desemprego, em Maio, para o nível mais baixo desde 1993!
Quão fantástica tem, esta crise, sido para a Alemanha!
A crise permitiu à Alemanha afirmar-se na Europa e no mundo com uma rapidez e alcance jamais possível se se tivesse prolongado até hoje o período da “Grande Moderação” – que mediou entre os anos 80 e a implosão do subprime e se caracterizou pelo aprofundamento da globalização, pela ascensão dos mercados emergentes e por um forte incremento da prosperidade global.
Na Europa, a crise de finanças públicas da “periferia” relevou a superioridade do modelo de governação macroeconómico alemão, alicerçado no conservadorismo orçamental. Esta circunstância deu aso a que a Alemanha vindicasse a imposição da sua doutrina macroeconómica no restantes países da área do euro (e arredores, acrescentaria eu!) e conferiu-lhe um papel de destacado peso na UE.
No mundo, a Alemanha parece ter saído a ganhar em todas as frentes. A crise foi o ferrete no coração da hegemonia económica dos EUA na economia, que o 9/11 e os “fiascos” do Afeganistão e do Iraque tinham sido na hegemonia politico-militar. Em termos relativos, a Europa e a sua incontestada líder – a Alemanha – saem, assim, reforçadas. Por outro lado, o fortíssimo desempenho económico da Alemanha adquire um lustro ainda mais reluzente com actual notória perda de vigor da retoma nos EUA. Esta circunstância constitui um alva bofetada naqueles que, provindos sobretudo do outro lado do Atlântico, amiúde estamparam o epitáfio do euro na imprensa internacional. Outra vitória retumbante da Alemanha face aos EUA deu-se ao nível da política económica, uma vez que a Alemanha demonstrou que conservadorismo orçamental não trava o desempenho económico, algo que a administração Obama, inspirada no proselitismo keynesiano do inefável Prof. Krugman, sempre negou.
Os dois primeiros versos da Canção Nacional da Alemanha (cuja 3ª estrofe constitui o hino alemão), rezam assim: “Deutschland, Deutschland, über alles/über alles in der Welt”, o que traduzido dá esta inflamadíssima tirada nacionalista: “Alemanha, Alemanha acima de tudo/Acima de tudo no mundo”.
Quão fantástica tem, esta crise, sido para a Alemanha!
A crise permitiu à Alemanha afirmar-se na Europa e no mundo com uma rapidez e alcance jamais possível se se tivesse prolongado até hoje o período da “Grande Moderação” – que mediou entre os anos 80 e a implosão do subprime e se caracterizou pelo aprofundamento da globalização, pela ascensão dos mercados emergentes e por um forte incremento da prosperidade global.
Na Europa, a crise de finanças públicas da “periferia” relevou a superioridade do modelo de governação macroeconómico alemão, alicerçado no conservadorismo orçamental. Esta circunstância deu aso a que a Alemanha vindicasse a imposição da sua doutrina macroeconómica no restantes países da área do euro (e arredores, acrescentaria eu!) e conferiu-lhe um papel de destacado peso na UE.
No mundo, a Alemanha parece ter saído a ganhar em todas as frentes. A crise foi o ferrete no coração da hegemonia económica dos EUA na economia, que o 9/11 e os “fiascos” do Afeganistão e do Iraque tinham sido na hegemonia politico-militar. Em termos relativos, a Europa e a sua incontestada líder – a Alemanha – saem, assim, reforçadas. Por outro lado, o fortíssimo desempenho económico da Alemanha adquire um lustro ainda mais reluzente com actual notória perda de vigor da retoma nos EUA. Esta circunstância constitui um alva bofetada naqueles que, provindos sobretudo do outro lado do Atlântico, amiúde estamparam o epitáfio do euro na imprensa internacional. Outra vitória retumbante da Alemanha face aos EUA deu-se ao nível da política económica, uma vez que a Alemanha demonstrou que conservadorismo orçamental não trava o desempenho económico, algo que a administração Obama, inspirada no proselitismo keynesiano do inefável Prof. Krugman, sempre negou.
Os dois primeiros versos da Canção Nacional da Alemanha (cuja 3ª estrofe constitui o hino alemão), rezam assim: “Deutschland, Deutschland, über alles/über alles in der Welt”, o que traduzido dá esta inflamadíssima tirada nacionalista: “Alemanha, Alemanha acima de tudo/Acima de tudo no mundo”.
Eu sei que é irritante, mas como as coisas estão, é difícil de discordar!
Os economistas continuam a dar mais importância à Economia, que à economia. Tipos como o Krugman, que há quem chame keynesiano, mas também quem chame parvo, continuam sem entender o custo de oportunidade de ter o estado a despejar dinheiro na economia, que não é o do dinheiro, mas o de ter o tempo das pessoas alocado a inutilidades, tempo esse que não se recupera nunca e do qual não vai sair nada de importante. Mas esse importante vai ser preciso, só que vai aparecer na Alemanha...
ResponderEliminarIsto não é óbvio? Os economistas não conseguem perceber que o tempo das pessoas num país não se substitui?
Caro JM Brandão de Brito:
ResponderEliminarExcelente texto.
Permito-me reforçar a tese com um estudo do Bank of America de que centemente o Dr. Miguel Frasquilho se deu eco. Nele se analisavam 112 casos de ajustamento orçamental em países da OCDE entre 1970 e 2008.
Pode-se dizer genericamente, que o estudo conclui que o ajustamento da despesa pública foi o factor determinante, em relação a outros estudados, para o crescimento do PIB e para o decréscimo do rácio da dívida pública.
É mais um estudo que vem confirmar a evidência de que o rigor orçamental é condição essencial ao crescimento da actividade económica.
No entanto, a opinião publicada em Portugal continua a atribuir o fraco crescimento às "restrições" orçamentais. Ainda hoje o Público fazia um título nesse sentido.
Excelente artigo, com um senão: é demasiado cedo para dar por curado o doente crónico que dá pelo nome de euro, cujo pricipal (senão mesmo único) beneficiário foi precisamente a Alemanha.
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarMuito obrigado pela sua observação. Acho muito interessante a forma como transpõe o conceito de ineficiência para o aproveitamento do tempo das pessoas. Nunca tinha pensado nisso, mas não vou esquecer.
Caro Dr. Pinho Cardão,
É como diz, a extensa experiência histórica mostra a eficácia económica da prudência orçamental...tal como nas nossas casas. Obrigado pela referência que, por acaso já conhecia, e sobre a qual estava a pensar escrever um post na rentrée. Quanto à imprensa nacional...o melhor é ler o menos possível!
Caro David,
O euro ainda está a convalescer, mas graças à mestria política da Alemanha, tudo está a ser feito para que sobreviva saia e reforçado. Por outro lado, se nos tornarmos todos "alemães" no sentido da governance macro, então todos passaremos a ganhar com isso
Acho difícil "tormarmo-nos alemães", em qualquer caso, mesmo que os alemães nos obriguem a por ordem nas contas públicas e a reduzir os deficesisso não quer dizer que consigamos os resultados económicos que a Alemanha está a ter, com criação de emprego e exportações, lamentavelmente falto-nos muita coisa para que esse renascimento se dê...
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