Hoje ficámos a saber que Portugal desceu este ano três lugares no ranking de competitividade do Fórum Económico Mundial, passando para a 46ª posição.
Ouvi hoje alguém dizer que a perda de competitividade se ficou a dever à crise internacional. Se associarmos o facto de alguns países europeus, para não irmos mais longe, terem melhorado no mesmo período de tempo o seu nível de competitividade, compreendemos que a razão para o mau desempenho registado não é explicado pela crise internacional, mas sim por problemas estruturais do País que teimamos em não conseguir resolver.
“A burocracia ineficiente do Estado, as restritivas leis laborais, a instabilidade política e os impostos” são factores, que fazem parte dos chamados "custos do contexto", apontados pelo relatório que explicam o mau resultado. Não constituem novidade.
Sabemos, com efeito, que são problemas que não têm solução no curto prazo. Mas a verdade é que o médio e longo prazo foram sendo ultrapassados ao longo do tempo passado e continuamos sem resolver esses problemas crónicos que nos debilitam e que as crises internacionais se encarregam de agudizar.
Hoje ao visitar um doente que está hospitalizado com uma infecção grave, tomei atenção à explicação do médico que dizia que uma infecção crónica se complica quando a bactéria responsável ganha maior resistência provocando uma infecção aguda. Assim vamos nós, sem os antibióticos suficientemente fortes para combater as bactérias que nos vão consumindo…
Ouvi hoje alguém dizer que a perda de competitividade se ficou a dever à crise internacional. Se associarmos o facto de alguns países europeus, para não irmos mais longe, terem melhorado no mesmo período de tempo o seu nível de competitividade, compreendemos que a razão para o mau desempenho registado não é explicado pela crise internacional, mas sim por problemas estruturais do País que teimamos em não conseguir resolver.
“A burocracia ineficiente do Estado, as restritivas leis laborais, a instabilidade política e os impostos” são factores, que fazem parte dos chamados "custos do contexto", apontados pelo relatório que explicam o mau resultado. Não constituem novidade.
Sabemos, com efeito, que são problemas que não têm solução no curto prazo. Mas a verdade é que o médio e longo prazo foram sendo ultrapassados ao longo do tempo passado e continuamos sem resolver esses problemas crónicos que nos debilitam e que as crises internacionais se encarregam de agudizar.
Hoje ao visitar um doente que está hospitalizado com uma infecção grave, tomei atenção à explicação do médico que dizia que uma infecção crónica se complica quando a bactéria responsável ganha maior resistência provocando uma infecção aguda. Assim vamos nós, sem os antibióticos suficientemente fortes para combater as bactérias que nos vão consumindo…
... resultados crónicos
ResponderEliminarA convicção de nunca tombar
parece assaz resistente,
adiando esse desabar
de um vigor incompetente.
Num Portugal desclassificado
após tanta imbecilidade
de um regime tão dedicado
na nossa pobre fatalidade…
Pessoalmente, inclino-me mais para uma comparação no âmbito desportivo.
ResponderEliminarHa quem se inicie numa modalidade desportiva, com o objectivo único de praticar. Mas, porque após algum treino se apercebe que as suas capacidades físicas adquirem algumas competências, a pessoa começa a objectivar a competição. Se devido a uma qualquer conjuntura, física, psicológca, climatérica, geográfica, etc. o individuo obtem resultados satisfatórios e ainda, porque o treinador o incentiva primeiro e lhe exige, depois, o individuo começa naturalmente a desejar competir ao mais alto nível.
Nessa altura, perde a noção da sua constituição física e do seu poder psicológico. Muitas vezes, os resultados na alta competição são tão maus, que o atleta socumbe, desmorona-se e termina a prática da sua modalidade desportiva.
Nesta questão da competitividade económica, tenho a mesma sensação. Não que se tenha ambicionado demasiado alto, mas que não se tenha tido a consciência, o conhecimento das nossas reais capacidades. E o saber competir, exige esse conhecimento.
Ter perfeito conhecimento dos nossos recursos, permite-nos competir com segurança, e establecer metas conscientes de serem alcançadas sem colocar em risco as vitórias anteriormente alcançadas.
Ha dois dias, assisti na TV aos lideres políticos Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, numa visita a uma feira de agricultura, declarar que Portugal precisa de revitalizar a sua agricultura, qe a agricultura é um recurso que poderá impulsionar a economia, etc.
Sou da mesma opinião, aliás, já anteriormente a expressei também aqui no "Quarta".
Mas, logo em seguida, assisti aos dois líderes políticos, entrar num super-trator e numa super debulhadeira e pensei "oh meu Deus, queres ver que o conceito de revitalização da agricultura destes senhores, tem a ver com a atribuição de subsídios para compra de super-máquinas, equipadas com sistema de alta-fidelidade, ar condicionado última-geração, ambiente aerodinâmico e mais um sem-número de outras altas técnologias adjacentes, fabricadas na Alemanha, ou na HOlanda, ou em Inglaterra?)
Tiraría o meu chapéu ao Senhor Doutor Pedro Passos Coelho, se em lugar de um projecto de revisão constitucional, apresentasse como bandeira da sua futura eleição para primeiro ministro, um plano para reabilitação e revitalização da nossa agricultura. Um plano que assentasse no ordenamento do território com vista ao melhor aproveitamento das zonas agrículas, florestais e de criação de animais (uma coisa ao estilo da "farm Ville" mas à séria, contemplando planos de apoio mas de exigência, contemplando a integração de técnicos em interacção com os proprietários, num plano inclusivé de formação daqueles que efectivamente trabalham a terra).
E em simultâneo, como também já referi algumas vezes, a apresentação de um plano de coordenação e controle de preços, de restrição às importações e de distribuição das produções.
O grupo Jerónimo de Sousa, já antecipou em perte esta estratégia e está a fazer dessa decisão a sua bandeira, colocando anúncios onde é demonstrada a selecção e escolha de produtos genuínamente nacionais.
Este é um exemplo que a meu ver importa seguir. A alta competição tanto no desporto, como na nossa economia, tem de começar por dentro, tem de criar alicerces fortes, garantir a qualidade e a quantidade, de acordo com as capacidades, e depois então pensar em atingir metas superiores.
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarAcha mesmo que não temos tido a noção das nossas reais capacidades? Não tenho essa ideia. Penso que temos sabido quais são as nossas incapacidades, mas que as temos desvalorizado, querendo dar um salto mais alto não tendo pernas para isso. Talvez esteja aqui a ligação com a “alta competição” do Caro Bartolomeu.
Tem muita razão Caro Bartolomeu quando fala da necessidade de tirarmos proveito dos nossos recursos naturais. Com tantas dificuldades, mas também com tantos desafios a que nos poderíamos agarrar, a revisão constitucional não é a prioridade. Com efeito, os males crónicos não se resolvem com uma revisão constitucional.
Caro Manuel Brás
Já diz o ditado popular "Para grandes males grandes remédios"!
Margarida, é caso para desesperarmos. Burocracia, aparecemos sempre em grande ascensão nos rankings do Governo electrónico, portanto já devia ter havido progressos nesse custo de contexto. Instabilidade política aonde? Impostos, o seu aumento parece ter sido receita consagrada como medida para combater o defice. Então?
ResponderEliminarEntão? Também eu me questiono, Suzana!
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