Mas, apesar das tiradas, a meu ver desadequadas, quer do Secretário de Estado do Orçamento, quer do Ministro das Finanças, a maior “pérola” veio mesmo da parte do Ministro da Economia que, na semana passada, à margem do seminário económico e financeiro Discover Luxembourg, em Lisboa, com a presença do Grão-Duque do Luxemburgo, achou apropriado referir, basicamente, que o Governo pouco podia fazer para impedir que o risco da dívida pública portuguesa continue a subir nos mercados internacionais (recorde-se que numa colocação de dívida pública a 10 anos na passada semana, os juros exigidos pelos investidores aproximaram-se de 6%, um máximo insustentável e já mais de 350 pontos base acima dos juros alemães – a referência na Europa –, uma diferença histórica; por exem-plo, em Março, na mesma maturidade, o juro pedido tinha sido pouco superior a 4%...).
“Para responder a essa situação, os nossos caminhos são estreitos”, disse Vieira da Silva, juntando que “este é um problema que existe em toda a Europa e com uma escala que nos ultrapassa”.
Ai sim?!... Este é um problema de toda a Europa?!... Claro que não: é um problema que afecta toda a Europa – mas que é específico de 4 países: Grécia, Espanha, Irlanda… e Portugal. Por razões diversas em cada um deles. No nosso caso, por défice de competitividade (veja-se o gigantesco défice externo anual desde há mais de 10 anos) e porque, desde que a democracia foi implantada, as contas públicas nunca foram colocadas em ordem.
“Caminhos estreitos”?!... “Uma escala que nos ultrapassa”?!...Ora, salvo melhor opinião, quem, senão o Governo tem capacidade para efectuar uma real consolidação orçamental (sempre adiada)?...
Quem, senão quem nos governa, pode cortar – como há muito o devia estar a fazer – na despesa pública e, nomeadamente, na despesa corrente primária?...
Quem, senão quem comanda os destinos do País, pode optar por não tornar a aumentar impostos (e, assim, não prejudicar mais a economia) – e actuar antes do lado da despesa como se impõe, e como Espanha, Grécia e Irlanda estão a fazer?...
Ou o Ministro da Economia – tal como o Governo – ainda não percebeu nada do que se está a passar (e isso é gravíssimo porque podemos estar a dirigir-nos de forma totalmente desgovernada em direc-ção ao abismo financeiro e a uma crise económica e social com poucos precedentes) ou então… já resolveu atirar a toalha ao chão (o que significa que não deveria continuar a governar).
Seja de que maneira for, será de admirar que esta história acabe mal para Portugal?!...
Afinal,...
ResponderEliminarQuem conseguirá perceber
tais frases desconcertantes?!
Não há forma de embeber
tantas asneiras gritantes!
Entre termos disparatados
de quem nos deixa definhando,
seguimos trilhos apertados
e assim vamos caminhando…
e a uma crise económica e social com poucos precedentes?
ResponderEliminarora Soares anos 80
1975...há tantos precedentes
agora há menos gente para emigrar
os velhos não emigram
ignorar foi o que a sociedade fez desde 1986
e os governos são parte da sociedade
se não olharmos tudo correrrá bem
são crenças...que quer
se calhar lucidez
quarta quinta ou sexta
ou sétima dinastia é igual
Ainda ontem me debruçava sobre um manual que dizia: uma das grandes conquistas desenvolvimentistas no século XVII foi a criação das sociedades de responsabilidade limitada, que limitavam o risco aos investidores relativamente à criação de empresas e negócios.
ResponderEliminarCá, os inteligentes de serviço, com a ajuda do seu braço famigerada e esfaimado, DGCI, resolveram atacar um princípio básico dos negócios, cilindrando no "ovo" a criação de riqueza.
A construção de uma classe média com espírito empresarial demora décadas a fazer, a sua destruição é rápida.
E este é sem dúvida, na sua cátedra de muita ignorância e arrogância, um dos maiores erros do actual governo!
هل تسمعون الشعب سينغ comentou que "os velhos não emigram". Eis uma evidência sobre a qual não tinha refletido. Problemático, porém, é que emigram os jovens, em especial os jovens quadros que despovoam o País da massa crítica sem a qual não há hipótese de dar a volta por cima.
ResponderEliminarNum tom bem mais ligeiro, ainda bem que os velhos não emigram! Era o fim da macacada para a indústria farmacêutica em Portugal. Quem é que iria encher as farmácias, os postos médicos e os hospitais deste país? Quem é que iria dar trabalho aos médicos, aos enfermeiros, aos fisioterapeutas e tantos outros profissionais dedicados aos cuidados da população mais madura? Quem passariam a ser os clientes das modernas residências medicalizadas?
ResponderEliminarJá é suficientemente mau os outros todos estarem a fugir, ao menos que não fujam estes também.
Anthrax? Mudou o "visual" ou é apenas coincidência de "nicks"?
ResponderEliminarCara Dra. Suzana :))
ResponderEliminarMudei de visual. Agora sou um "gnomo" de tótós e cabelo cor-de-rosa que tem apelido e já vai dizendo qualquer coisita em finlandês :)... Tomara eu convencer a minha nova cara-metade a mudarmo-nos para a Finlândia... até para a Lapónia eu já estava disposta a ir.
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