A Anacom, entidade a quem o Estado cometeu a função de regular as comunicações, resolveu comemorar o seu 20º Aniversário. Como os tempos são de austeridade, no evento entrou um jantarito, em que se autolimitou a gastar a insignificância de 147.000 euros, 147.000.
Pouca coisa, atendendo a que a pantagruélica lista de gastos se ateve ao mínimo indispensável, a saber:
• 61.000 euros para a “organização”, decoração, catering e animação
• 74.000 euros para o aluguer, montagem, decoração de tendas com equipamento audiovisual
• 12.000 euros, para os convites
Claro que a Anacom nada em dinheiro. As contas demonstram que, em 2009, tinha Depósitos em Bancos de 86,8 milhões de euros e teve lucros de 14,6 milhões (23,9 milhões, em 2008 e 20,6 milhões em 2007).
Por que cobra a Anacom tantas taxas, com prejuízo da economia, e para que quer tão elevado montante de depósitos? Claro, que para gastar. Para além da modesta refeição, a coberto da mudança de imagem, gastou mais 184.000 euros na compra de agendas e moleskines, produção de um filme, tapetes de rato e pen-drives.
Mas para quê tantos lucros, sem justificação para um organismo regulador? E para quê tal magnitude de depósitos? Não deveriam ser já transferidos para o Estado?
Pergunta que gera todas as dúvidas. É que o Estado rapidamente lhe daria idêntico ou pior uso.
E assim vamos indo. A austeridade é para os porcos. Mas, cuidado!...Eles, às vezes, triunfam.
Pouca coisa, atendendo a que a pantagruélica lista de gastos se ateve ao mínimo indispensável, a saber:
• 61.000 euros para a “organização”, decoração, catering e animação
• 74.000 euros para o aluguer, montagem, decoração de tendas com equipamento audiovisual
• 12.000 euros, para os convites
Claro que a Anacom nada em dinheiro. As contas demonstram que, em 2009, tinha Depósitos em Bancos de 86,8 milhões de euros e teve lucros de 14,6 milhões (23,9 milhões, em 2008 e 20,6 milhões em 2007).
Por que cobra a Anacom tantas taxas, com prejuízo da economia, e para que quer tão elevado montante de depósitos? Claro, que para gastar. Para além da modesta refeição, a coberto da mudança de imagem, gastou mais 184.000 euros na compra de agendas e moleskines, produção de um filme, tapetes de rato e pen-drives.
Mas para quê tantos lucros, sem justificação para um organismo regulador? E para quê tal magnitude de depósitos? Não deveriam ser já transferidos para o Estado?
Pergunta que gera todas as dúvidas. É que o Estado rapidamente lhe daria idêntico ou pior uso.
E assim vamos indo. A austeridade é para os porcos. Mas, cuidado!...Eles, às vezes, triunfam.
António,
ResponderEliminarO que me entristece é conhecer casos bem piores que aquele que descreve, que reconheço que é muito mau.
Todos de autarquias. Todos exponencialmente superiores.
A sua esperança é de louvar. Infelizmente, acho que é em vão. É raro encontrar gente no sector público consciente de onde vem o dinheiro que gasta. E da imensa responsabilidade que tal implica. Há muito que o Estado deixou de estar ao serviço do cidadão/ contribuinte, violando abertamente o contrato social estabelecido.
ResponderEliminarAna Margarida Craveiro
Ana,
ResponderEliminarNão diria melhor.
Um abraço
FL
Caro Francisco Lucas:
ResponderEliminarExemplos destes há-os aos molhos. Por isso é que o dinheiro nunca chega.
Cara Ana Maria Craveiro:
Independentemente do jantar comemorativo,um mero mau episódio, o que me parece completamente descabido e censurável é o facto de um organismo regulador acumular lucros devido às taxas e multas que cobra na sua actividade. Se quem não cumpre as normas da concorrência deve ser punido, já as taxas apenas deveriam ser cobradas na absoluta medida do necessário. De contrário, trata-se de uma actividade parasitária que, injustificadamente, vai extorquir fundos às empresas. Para quê? Com que objectivo económico? Claro que surgem, de imediato, gastos e investimentos dispensáveis ou inúteis.
Claro que a população, ainda sob o efeito da anestesia socrática, vai acordando aos poucos. E Sócrates e o Governo provarão inexoravelmente a cicuta que merecem.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarUm verdadeiro insulto, uma grande desfaçatez numa altura em que os salários de muitos vão ser reduzidos (redução esta que deveria ser inconstitucional) , pondo em risco a saúde e o futuro de todas as faixas etárias. Talvez seja altura de emigrar, procurar outros horizontes onde ainda existem oportunidades para crescer.
ResponderEliminarComo o dinheiro não é deles e a nossa cultura é a que todos sabemos, o resultado só pode ser esse...
ResponderEliminarHá uns anos disse a um amigo: menos Estado e melhor Estado!
ResponderEliminarEle olhou-me como quem olha um ave rara, saída do Triunfo dos Porcos.
- Mas tu, um humanista, um defensor do Estado Social, um defensor dos pobres e desvalidos,um socialista no conteúdo que não na forma!
Encolhi os ombros e respondi:
-Porque meu caro, quanto menos aves no galinheiro para rapinar, melhor e autêntico será o socialismo!
Frederico, obrigada.
ResponderEliminarCaro António P. Cardão,
suponho que a explicação pode não ser económica, mas de teoria das instituições. Reduzir parte do bolo poderia pôr em causa a existência futura da própria instituição. Isto é só uma hipótese, claro. Quando mais a instituição crescer, mais resiliente a choques externos se torna. Provavelmente, até tentará aumentar as suas competências, a par desse "lucro", para se tornar mais indispensável.
Ana Margarida Craveiro
Cara Ana Margarida:
ResponderEliminarClaro que é isso que diz. A burocracia justifica burocracia e cria burocracia. E quanto mais burocracia, mais poder. Sobretudo se essa burocracia puder ser alimentada por receitas que ela própria cria e controla. Claro que o Governo, composto maioritariamente por funcionários, só à revelia da sua maneira de ser e de pensar, contestaria tal situação. De modo que pactua com ela. E nem a realidade económica os faz pensar de maneira diferente. Devem estar satisfeitíssimos com tal organização. Até porque são candidatos a integrá-la.
Para ajudar à festa deste demencial desperdício de recursos - pago com agravamento dos encargos fiscais e para-fiscais suportados por particulares e empresas - parece que temos agora outro jantarito que em nada ficará atrás deste, lá para as bandas dos impostos...
ResponderEliminarO que me inquieta é pensar que essa rent-seeking nunca foi exclusiva do PS. Embora me pareça que o comportamento se agrava com socialistas. O PSD tem uma tradição de empreendorismo entre os seus militantes que leva a alguma vergonha...
ResponderEliminarCara Ana Margarida:
ResponderEliminarContinua a ter razão no que diz. O comportamento agrava-se com esses senhores.
De facto, o pessoal do PS nas empresas é geralmente constituído por recém-chegados. Sem hábito nem cultura empresarial, ficam ofuscados. E não brilhando pela competência, procuram brilhar através das relações e dos eventos sociais.
As demais entidades reguladoras também celebram?
ResponderEliminarNão sei, caro Fartíssimo. Mas, se celebrarem tão lautamente, e se eu souber, também terão direito a post.
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