segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O que os mercados pensam

Nos últimos dias sucedem-se os depoimentos de ilustres personalidades que juram conhecer o que os mercados pensam. Fiquei a saber e não sabia - docta ignorantia! - que os mercados "pensam". São dotados de uma inteligência e não agem por mero reflexo, por medo ou mesmo por sentimento (de risco, de euforia, etc...).
A acreditar naqueles que estão certos do que os mercados pensam, a não aprovação pelo PSD (sim, agora é a oposição ou parte dela que detém o ónus de viabilizar o orçamento, não são as maiorias que têm de fazer por isso), significa o colapso. Nada mais nada menos do que o colapso. Quaisquer que sejam as soluções orçamentais, a inteligência dos mercados dita que o que é importante para que Portugal possa continuar de mão estendida a juro razoável, é que aprove um orçamento, um orçamento qualquer, sob pena de condenação à mais miserável das falências.
Algo me diz que por instinto ou inteligência os mercados reagem acima de tudo à credibilidade dos países, medida pela credibilidade de quem os governa. E não são só os mercados que percebem que com orçamento aprovado ou sem orçamento, o problema é sobretudo de reconhecimento da capacidade e da competência de realidades antropomórficas,  após há muito terem concluído que faliram as políticas por eles interpretadas. Sei que para alguns não é simpático constatar tal coisa. Até porque coisas simples e compreensíveis para o comum dos mortais não fazem matéria para o comentário e para a análise política de que afinal se faz a opinião mais sábia ...

2 comentários:

  1. Os mercados confiam tanto nas medidas de Sócrates que logo no dia seguinte ao seu anúncio puseram em causa a situação económica portuguesa, que será de estagnação. E com a estagnação, isto é, sem crescimento, como podem reequilibrar-se as finanças públicas?
    Já estou como Vítor Bento. O chumbo do OE não é drama nenhum! É preferível o regime de duodécimos a um mau orçamento.
    Estarei certo?

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  2. Os apóstolos da irracionalidade dos
    mercados e das conspirações das agências de rating querem agora explicar as flutuações dos mesmos com base na incompetência e falta de patriotismo da oposição!?!?
    Ficamos pois a saber que os males do país não são responsabilidade dos governantes , mas sim dos opositores ao governo.
    O Sr Chavez não diria melhor, a culpa é da contra-revolução.

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