Estamos a falar do orçamento de unidade nacional, certo? Daquele que todos clamaram pela sua necessidade urgente? Apoiado por partidos que representam 75% dos votos expressos e pelo presidente da república?
Os únicos que vão levar com o corte salarial serão os mesmos de sempre, ou seja:
1. os que não foram aumentados de acordo com a inflação desde 1998 (excepto 2009); 2. os que viram o aumento salarial congelado entre 2002 e 2004; 3. os que foram congelados nas progressões entre 2005 e 2009.
Nota: isto aconteceu cumulativamente.
Ou alguém achava que os boys e girls eram atingidos? Muito se falou nos últimos anos de professores e funcionários públicos...
"O primeiro-ministro português, José Sócrates, e o presidente do Governo espanhol, José Luis Zapatero, vão estar a 2 de dezembro em Zurique para apoiar a candidatura ibérica à organização do Mundial de futebol de 2018."
E ninguém mete o Senhor do Estádio de Aveiro na cadeia?!
Correndo o gravíssimo risco de ir contra o politicamente correcto, diria que devemos tratar igual o que é igual e diferente o que é diferente. Empresa pública é diferente de função pública. E empresa pública que funciona em concorrência e empresa pública monopolista também é coisa diferente. Como coisa diferente é empresa pública que já comprimiu custos e empresa pública que não sabe o que isso é. Declaração de interesse: nunca trabalhei na função pública nem trabalho em empresa pública.
Nas aflições há sempre pouco tempo para pensar. Quando os aflitos são os Estados, as medidas são quase sempre tomadas sob pressão, sem o devido debate. Eu, que nunca fui adepto de cortes cegos, tenho sobre esta matéria sentimentos divididos, sendo certo que não aceito o argumento de que as empresas públicas estão na competição do mercado e por isso correm o risco de assistirem a fugas de quadros ou deixarem de ser concorrenciais. Em primeiro lugar, não percebo como é baixar custos torna as empresas menos competitivas. Mas se isto me foge à compreensão, gostaria que me dissessem para onde fogem os craneos ao serviço do Metro de Lisboa ou do Porto, da Soflusa, da Carris, da CP, dos hospitais-empresa, da Águas de Portugal, da TAP, da Estradas de Portugal, e da miriade de outras mepresas penduradas nestas. No mínimo as empresas públicas que contribuem para o déficite porque não sobrevivem sem as transferências do Estado, deveriam ficar sujeitas às mesmas regras que a função pública. E não, não deverá ser o ministro da tutela a definir quem não é excepcionado. Deveria ser o parlamento, por lei, porque é isso que se espera de um parlamento - que verta para a lei opções que são políticas por natureza e não que as transforme em medidas administrativas e produto da discricionariedade. Declaração de interesse: tenho abundante interesse porque sou um dos que paga tudo isto.
Empresa pública é estado. Num regime de austeridade, estar a ouvir argumentos como "os talentos vão fugir" é de partir a moca. Se fossem talentos estavam numa empresa de jeito.
Para não ir mais longe, a Caixa BI, isto é, o Banco de Investimentos da Caixa, sucessor do Manufactures Hannover e do Chemical Bank, dá cartas em Portugal em termos de banca de investimentos, e é porventura o melhor banco de investimentos em Portugal, com uma larga panóplia de serviços, desde corporate finance, project finance, produtos estruturados, salas de mercados, etc. Se isso acontece é porque tem excelentes quadros. Sem dificuldade de se transferirem para outros Bancos. E que fazem uma parte relevante, ao seu nível, dos resultados da empresa mãe, CGD. E a própria CGD tem quadros nas mesmas condições, nomeadamente desde gerentes de sucursais até à alta direcção. Não tenho qualquer interesse pessoal em referi-lo, mas sei do que falo. Portanto, nem tanto ao mar, nem tanto à terra!...
O Ministro das Finanças que as empresas publicas têm que garantir 5% de corte salarial pelo que não haverá prejuízo.
Ora isto não é assim. Supponhamos uma empresa pública com todos os salários acima de 5 000 Euros. Vão baixar 5%. Se essas pessoas estivessem na função pública íam baixar 10%
Estamos a falar do orçamento de unidade nacional, certo? Daquele que todos clamaram pela sua necessidade urgente? Apoiado por partidos que representam 75% dos votos expressos e pelo presidente da república?
ResponderEliminarOs únicos que vão levar com o corte salarial serão os mesmos de sempre, ou seja:
ResponderEliminar1. os que não foram aumentados de acordo com a inflação desde 1998 (excepto 2009);
2. os que viram o aumento salarial congelado entre 2002 e 2004;
3. os que foram congelados nas progressões entre 2005 e 2009.
Nota: isto aconteceu cumulativamente.
Ou alguém achava que os boys e girls eram atingidos? Muito se falou nos últimos anos de professores e funcionários públicos...
"O primeiro-ministro português, José Sócrates, e o presidente do Governo espanhol, José Luis Zapatero, vão estar a 2 de dezembro em Zurique para apoiar a candidatura ibérica à organização do Mundial de futebol de 2018."
ResponderEliminarE ninguém mete o Senhor do Estádio de Aveiro na cadeia?!
E mais vergonhosa ainda é a abstenção do PSD!
ResponderEliminarCorrendo o gravíssimo risco de ir contra o politicamente correcto, diria que devemos tratar igual o que é igual e diferente o que é diferente. Empresa pública é diferente de função pública.
ResponderEliminarE empresa pública que funciona em concorrência e empresa pública monopolista também é coisa diferente.
Como coisa diferente é empresa pública que já comprimiu custos e empresa pública que não sabe o que isso é.
Declaração de interesse: nunca trabalhei na função pública nem trabalho em empresa pública.
Nas aflições há sempre pouco tempo para pensar. Quando os aflitos são os Estados, as medidas são quase sempre tomadas sob pressão, sem o devido debate. Eu, que nunca fui adepto de cortes cegos, tenho sobre esta matéria sentimentos divididos, sendo certo que não aceito o argumento de que as empresas públicas estão na competição do mercado e por isso correm o risco de assistirem a fugas de quadros ou deixarem de ser concorrenciais. Em primeiro lugar, não percebo como é baixar custos torna as empresas menos competitivas. Mas se isto me foge à compreensão, gostaria que me dissessem para onde fogem os craneos ao serviço do Metro de Lisboa ou do Porto, da Soflusa, da Carris, da CP, dos hospitais-empresa, da Águas de Portugal, da TAP, da Estradas de Portugal, e da miriade de outras mepresas penduradas nestas.
ResponderEliminarNo mínimo as empresas públicas que contribuem para o déficite porque não sobrevivem sem as transferências do Estado, deveriam ficar sujeitas às mesmas regras que a função pública. E não, não deverá ser o ministro da tutela a definir quem não é excepcionado. Deveria ser o parlamento, por lei, porque é isso que se espera de um parlamento - que verta para a lei opções que são políticas por natureza e não que as transforme em medidas administrativas e produto da discricionariedade.
Declaração de interesse: tenho abundante interesse porque sou um dos que paga tudo isto.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarEmpresa pública é estado. Num regime de austeridade, estar a ouvir argumentos como "os talentos vão fugir" é de partir a moca. Se fossem talentos estavam numa empresa de jeito.
Caro Tonibler:
ResponderEliminarPara não ir mais longe, a Caixa BI, isto é, o Banco de Investimentos da Caixa, sucessor do Manufactures Hannover e do Chemical Bank, dá cartas em Portugal em termos de banca de investimentos, e é porventura o melhor banco de investimentos em Portugal, com uma larga panóplia de serviços, desde corporate finance, project finance, produtos estruturados, salas de mercados, etc. Se isso acontece é porque tem excelentes quadros. Sem dificuldade de se transferirem para outros Bancos. E que fazem uma parte relevante, ao seu nível, dos resultados da empresa mãe, CGD. E a própria CGD tem quadros nas mesmas condições, nomeadamente desde gerentes de sucursais até à alta direcção. Não tenho qualquer interesse pessoal em referi-lo, mas sei do que falo.
Portanto, nem tanto ao mar, nem tanto à terra!...
O Ministro das Finanças que as empresas publicas têm que garantir 5% de corte salarial pelo que não haverá prejuízo.
ResponderEliminarOra isto não é assim. Supponhamos uma empresa pública com todos os salários acima de 5 000 Euros. Vão baixar 5%. Se essas pessoas estivessem na função pública íam baixar 10%