Faço votos que a culpa não morra solteira. Quero que sejam apuradas responsabilidades e sancionados os responsáveis pelo caos administrativo e logístico que ontem atingiu dezenas de locais de votos.
Não foi um qualquer caos administrativo, não! Foi só apenas um caos que impediu que muitos cidadãos exercessem o seu direito de voto. Quiseram fazê-lo, deslocaram-se ao seu habitual local de voto acompanhados do cartão do cidadão e foram, confrontados, na hora, com a inexistência de informação sobre o seu número de eleitor e a sua mesa de voto. Muitos eleitores ficaram impossibilitados de votar porque os sistemas informáticos do ministério da administração não aguentaram a afluência de pedidos recebidos.
Não foi um qualquer caos administrativo, não! Foi só apenas um caos que impediu que muitos cidadãos exercessem o seu direito de voto. Quiseram fazê-lo, deslocaram-se ao seu habitual local de voto acompanhados do cartão do cidadão e foram, confrontados, na hora, com a inexistência de informação sobre o seu número de eleitor e a sua mesa de voto. Muitos eleitores ficaram impossibilitados de votar porque os sistemas informáticos do ministério da administração não aguentaram a afluência de pedidos recebidos.
O que é surpreendente é que numa operação da importância e envergadura de um acto eleitoral que envolve milhões de eleitores e milhares de secções de voto, os ditos sistemas de informação não tenham sido preparados para aguentar a função para que foram criados e não tenham sido testados antes do dia das eleições para verificação e garantia que estava em condições de dar resposta sem rupturas.
E também não se percebe, afinal, quais são as vantagens do cartão do cidadão. Se é para não funcionar numa ocasião tão importante e única, então é mais um caso de fachada “simplex”. Já estamos habituados a estas coisas. A ideia é boa, fazem-se investimentos de milhões de euros, mas depois falhamos na implementação e na gestão da solução. É assim!
Muitos eleitores não votaram porque os sistemas de informação colapsaram, muitos foram obrigados a deslocar-se para outros locais de voto quando confrontados com a ausência do seu número de eleitor no seu habitual local de voto e outros permaneceram horas em filas de espera para serem esclarecidos pelas improvisadas delegações das juntas de freguesia existentes nos locais de voto que não tinham mãos a medir, mas em muitos casos sem capacidade de resposta porque os sistemas de informação não estavam operacionais.
Pela parte que me cabe esperei pacientemente duas horas, sim duas horas, das 14h às 16h, para exercer o meu direito de voto. Não desisti, mas muitos outros eleitores não tiveram a mesma paciência ou resistência para permanecerem ao frio e ao vento gelado durante tanto tempo. Vi pessoas idosas entrarem na fila para depois darem meia volta e irem embora, sem antes se revoltarem com o caos instalado, e também vi jovens que ao constatarem a longa fila rapidamente fizeram contas e desistiram de tentar por entre palavras de um calão que não consigo reproduzir. Não posso censurar nem uns nem outros.
E também não se percebe, afinal, quais são as vantagens do cartão do cidadão. Se é para não funcionar numa ocasião tão importante e única, então é mais um caso de fachada “simplex”. Já estamos habituados a estas coisas. A ideia é boa, fazem-se investimentos de milhões de euros, mas depois falhamos na implementação e na gestão da solução. É assim!
Muitos eleitores não votaram porque os sistemas de informação colapsaram, muitos foram obrigados a deslocar-se para outros locais de voto quando confrontados com a ausência do seu número de eleitor no seu habitual local de voto e outros permaneceram horas em filas de espera para serem esclarecidos pelas improvisadas delegações das juntas de freguesia existentes nos locais de voto que não tinham mãos a medir, mas em muitos casos sem capacidade de resposta porque os sistemas de informação não estavam operacionais.
Pela parte que me cabe esperei pacientemente duas horas, sim duas horas, das 14h às 16h, para exercer o meu direito de voto. Não desisti, mas muitos outros eleitores não tiveram a mesma paciência ou resistência para permanecerem ao frio e ao vento gelado durante tanto tempo. Vi pessoas idosas entrarem na fila para depois darem meia volta e irem embora, sem antes se revoltarem com o caos instalado, e também vi jovens que ao constatarem a longa fila rapidamente fizeram contas e desistiram de tentar por entre palavras de um calão que não consigo reproduzir. Não posso censurar nem uns nem outros.
São inadmissíveis as condições existentes em alguns locais de voto, provocadas pela negligente redução das secções de voto e redistribuição dos eleitores. Mas a culpa nunca é de ninguém. A junta de freguesia declinou responsabilidades e atirou com as culpas para a Comissão Nacional de Eleições e este órgão não fez a coisa por menos e remeteu a culpa para os sistemas de informação. Pelo meio, os eleitores foram mal tratados e obrigados a não votar. Votei, mas sem hoje ter passado o dia a chocar uma gripe. Não admira, depois do frio que apanhei! Esperemos, então, que desta vez a culpa não morra solteira...
Tem toda a razão, Margarida, é inadmissível que estas dificuldades não tivessem sido devidamente acauteladas por quem tem que garantir que os processos eleitorais decorram com toda a normalidade. E o que é pior é que até previram dificuldades, pelos vistos esperavam centenas de consultas por minuto!, no entanto a procura foi muito superior. Ora, não vimos campanhas de esclarecimento dirigidas a todas as pessoas em devido tempo, não avaliaram pelo número de cartões emitidos o número de cidadãos que iriam ter o problema. E creio que já houve dificuldades nas últimas eleições legislativas,quando o cartão ainda era incipiente, pelos vistos ficaram todos muito descansados. Uma enorme falta de respeito pelas pessoas e pelo acto eleitoral.
ResponderEliminar...e as melhoras da gripe eleitoral, pelo menos a vitória do nosso candidato compensou o sacrifício :)
ResponderEliminarCara MCAguiar
ResponderEliminarEste episódio não passa de mais um indicador de que o nosso estado é uma entidade predadora e rendeira.
O resto, pode ser explicado por esse facto
Cumprimentos
joão
Suzana
ResponderEliminarRespondo ao seu comentário já quase recomposta do resfriamento que apanhei.
Mas o que é lamentável - não que seja uma surpresa, porque é uma tradição que faz parte da cultura de irresponsabilidade instalada - é que não sejam assumidas responsabilidades. Recorre-se à figura do "inquérito" para transmitir um ar de surpresa, de como foi possível, para empatar, atrasar e fazer esquecer o assunto. Já todos sabemos como acabam estes inquéritos.
No final, com algum azar, alguém fica com a cruz, um qualquer quadro intermédio de uma gigantesca estrutura que não é capaz de fazer uma gestão correcta da coisa pública.
Caro joao
Este caso mostra bem que os portugueses têm razões para não confiarem no Estado. Mas, depois, fica tudo na mesma, porque nada acontece.
Este caso vai ficar, como muitos outros no esquecimento, com elevada probabilidade de se repetir, porque tão rapidamente como nos indignamos, também rapidamente esquecemos e perdoamos. Com outra participação cívica, não só esta "bronca" não tinha acontecido, como acontecendo haveria consequências para os responsáveis.