A aplicação do novo Regime Jurídico das Federações Desportivas ao futebol, a discutir amanhã na A.G. da Federação, se evidencia uma clara e duradoura desobediência à lei, com a agravante de o Governo se ter demitido de intervir de forma rápida eficaz, também consagra o regresso do Estado Corporativo em todo o seu esplendor. Salazar pula de contente!...
A rebelião das Associações que formam a Federação prende-se com o facto de perderem a maioria na Federação, transferindo para outrem, assalariados da actividade desportiva, jogadores, treinadores e médicos, parte da sua representação no órgão máximo federativo. E esquecendo injustificadamente outros intervenientes, como massagistas ou enfermeiros.
É assim como se, na CIP, o órgão de cúpula integrasse a representação, enquanto tal, dos trabalhadores das empresas associadas, electricistas, empregados têxteis, engenheiros ou juristas. Ou como se a Assembleia Geral da FENACAM, Federação que agrupa as Caixas de Crédito Agrícola, incluísse a representação dos Informáticos, Analistas de Crédito, Empregados de Balcão ou Avaliadores que trabalham naquelas instituições. Ou como se os patrões integrassem a Mesa e votassem no Congresso da Intersindical.
Para ajudar ao paradoxo, também a imprensa desportiva, mas não só, vem ameaçando com a intervenção da UEFA, o que é um saloísmo sem nome. Se alguma coisa a UEFA preserva é a auto-regulação das Federações. Daí, os castigos que impendem sobre os clubes que recorrem à justiça do Estado.
Mas, elevando o paradoxo ao mais alto grau, aí está a UEFA a querer assistir à Assembleia Geral, sem propósito válido nem utilidade visível. Não ficando o ridículo por aqui, os mesmos que pediam a intervenção da UEFA são os que agora pedem para não vir. Enfim, grandes jogos de poder sobre insignificantes minudências.
Entretanto, vamos institucionalizando o Estado Corporativo. Que, com as Regiões, depressa também se tornará unitário. Enfim, um Estado Novo, Unitário e Corporativo, ao jeito Socialista.
Para ajudar ao paradoxo, também a imprensa desportiva, mas não só, vem ameaçando com a intervenção da UEFA, o que é um saloísmo sem nome. Se alguma coisa a UEFA preserva é a auto-regulação das Federações. Daí, os castigos que impendem sobre os clubes que recorrem à justiça do Estado.
Mas, elevando o paradoxo ao mais alto grau, aí está a UEFA a querer assistir à Assembleia Geral, sem propósito válido nem utilidade visível. Não ficando o ridículo por aqui, os mesmos que pediam a intervenção da UEFA são os que agora pedem para não vir. Enfim, grandes jogos de poder sobre insignificantes minudências.
Entretanto, vamos institucionalizando o Estado Corporativo. Que, com as Regiões, depressa também se tornará unitário. Enfim, um Estado Novo, Unitário e Corporativo, ao jeito Socialista.
Os americanos fazem a completa separação das coisas e não necessitam de ajudas estatais. Liga é a associação dos donos, chamam a cada clube "franchise" uma vez que ficam com uma zona do país e com o direito de usar a marca da liga que é completamente revogável mediante os desejos dos demais donos. O acesso à liga é fechado e só por decisão do conselho de donos são admitidos novos "franchises".
ResponderEliminarO desporto amador no sentido em que a FPF é depende da NCAA que faz a ligação entre o desporto e a educação (e não ao circo, como acontece em Portugal). A NCAA é uma fundação que gere os direitos desportivos dos desportos mais populares (basket, futebol, basebol, hockey,..) e dá bolsas de estudo a milhares de atletas de centenas de modalidades, do futebol à esgrima.
Uma boa solução, de inicio, seria associar o desporto à educação e fechar o acesso ao desporto profissional para ter a separação completa. E, para isso, fechar as verbas para federações desportivas enquanto a sua actividade não estivesse completamente ligada à actividade escolar.
O desporto amador de adultos também não precisa de verbas.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarDaniel Bessa uma vez definiu os partidos políticos como empresas com alvará para fazer política.
Os grupos de interesse onde a "malta da bola" se destaca, são accionistas de referência dessas empresas.
Nenhum "board" de empresa se mete nas AGs dos seus associados, não vejo porque neste caso tenha de ser diferente, por isso o governo que não se meta onde não é chamado.
Apenas mais uma nota: nas vésperas de 1974 recordo dois episódios: a manifestação de lealdade ao Chefe de Estado e ao Presidente do Conselho, por parte de quase todos os oficiais generais; a entusiástica ovação, ocorrida em Março (ou seria Abril) de 1974, ao Presidente do Governo quando este assistia a um jogo de futebol.
A sensação a bafio que sinto, faz-me recordar esses tempos
Cumprimentos
joão
Falta investir o actual Secretário de Estado do Desporto como Presidente da FPF e tudo ficará perfeito!
ResponderEliminarOs jogos de interesse, a sede de protagonismo, a irracionalidade militante e os milhões envolvidos fazem com que FPF, Estado, clubes e SADs sejam apenas um exército de palhaços numa tenda de circo acampada no parque de estacionamento de uma das maiores organizações da Cosa Nostra lusa.
ResponderEliminarOs líderes desta organização divertem-se imenso com todas as piruetas, saltos, apitos, baloiços, etc. protagonizados pelos palhaços e aplaudidos por seus seguidores. Este espectáculo mediático espectacular desvia a atenção para que a nomenklatura possa comer do melhor caviar à custa dos alegres bobos e dos simpáticos bandos que vão pagando (julgam eles) este espectáculo.
Alguns políticos já perceberam isto e ao tentarem subir na hierarquia da palhaçada patrocinam espectáculos inovadores não através de animais exóticos ou de gadgets tecnológicos mas através de despachos ou de projectos de Lei muito giros, chiques e pós-modernos. Quando se deparam com as forças de bloqueio da restante palhaçada depressa percebem que o topo da hierarquia passou a ser uma miragem e começam a tentar agradar à nomenklatura. O problema é e tem sido a quantidade de caviar disponível no mercado. Como este não é abundante e apresenta preços proibitivos, estes palhaços viram-se para o nicho de mercado dos seguidores da palhaçada no sentido de obterem vantagens competitivas no próximo embate eleitoral.
No final, estes bobos continuam a ser palhaços, mantêm-se no mesmo nível hierárquico mas com o patrocínio da nomenklatura conseguem conquistar um muito destacável lugar numa qualquer câmara municipal, empresa pública, semi pública, golden share pública (parece que acabei de inventar um termo demasiado escaganifobético) com prémios de produtividade na palhaçada pagos com o dinheiro dos consumidores de circo e de todos os outros.
Portanto, Caro Pinho Cardão, não se espante com estas interacções. É a vida, como dizia alguém antes de abandonar e passo a citar "o pântano"!