O Cisne Negro é um daqueles filmes de que não me vou esquecer, uma extraordinária metáfora sobre a luta e o sofrimento que exigem todos os processos de crescimento e de afirmação bem como os obstáculos, tantas vezes ditados pelo egoísmo disfarçado de desejo de protecção, que se arriscam a destrui-los. É um hino à coragem dos que se atrevem a entrar na idade adulta e ao respeito e compreensão que essa fase da vida deve merecer.
Nina é uma jovem bailarina da Companhia de Bailado de Nova Iorque e quer absolutamente ser perfeita na sua técnica e na sua arte. Mas, para afirmar as suas capacidades e fazer brilhar o seu talento, ela vai ter que conseguir interpretar dois papéis no bailado O Lago dos Cisnes, o do suave e romântico Cisne Branco e o do terrível sedutor Cisne Negro. O Cisne Branco tem a inocência de uma criança e a fragilidade própria de quem acredita que um príncipe apaixonado a virá salvar do feitiço e lhe restitua a forma humana. Nesse papel ela era perfeita. Mas, para conseguir brilhar e interpretar plenamente o papel do Cisne Negro, ela tem que transmitir a força e a emoção de uma sedutora determinada e transformar-se, de frágil criança que quer ser resgatada, na adulta que sabe conquistar e impor a sua vontade. E essa é uma metamorfose dolorosa, é um processo de destruição e reconstrução, de rebeldia, solidão e desespero, é recusa de protecção e coragem para enfrentar perigos, matar os terrores da insegurança e por à prova a capacidade de sofrer para conseguir alcançar os seus sonhos. O inimigo da mulher em que ela precisa de se transformar está dentro dela, é o casulo da infância que ainda habita que não a deixa livre para conquistar o príncipe dos seus sonhos, que não a deixa ser forte e pisar o palco com a segurança de um Cisne negro, orgulhoso do seu poder e da sua sedução.
O filme devolve-nos, de uma forma extraordinária, à consciência de como são violentos e perturbadores os processos de autonomia, de afirmação de personalidade e de luta pela realização plena. Afinal, trata-se de uma versão belíssima do dramático momento em que se decide partir à conquista da própria vida, quebrando o feitiço protector da infância.
Nina é uma jovem bailarina da Companhia de Bailado de Nova Iorque e quer absolutamente ser perfeita na sua técnica e na sua arte. Mas, para afirmar as suas capacidades e fazer brilhar o seu talento, ela vai ter que conseguir interpretar dois papéis no bailado O Lago dos Cisnes, o do suave e romântico Cisne Branco e o do terrível sedutor Cisne Negro. O Cisne Branco tem a inocência de uma criança e a fragilidade própria de quem acredita que um príncipe apaixonado a virá salvar do feitiço e lhe restitua a forma humana. Nesse papel ela era perfeita. Mas, para conseguir brilhar e interpretar plenamente o papel do Cisne Negro, ela tem que transmitir a força e a emoção de uma sedutora determinada e transformar-se, de frágil criança que quer ser resgatada, na adulta que sabe conquistar e impor a sua vontade. E essa é uma metamorfose dolorosa, é um processo de destruição e reconstrução, de rebeldia, solidão e desespero, é recusa de protecção e coragem para enfrentar perigos, matar os terrores da insegurança e por à prova a capacidade de sofrer para conseguir alcançar os seus sonhos. O inimigo da mulher em que ela precisa de se transformar está dentro dela, é o casulo da infância que ainda habita que não a deixa livre para conquistar o príncipe dos seus sonhos, que não a deixa ser forte e pisar o palco com a segurança de um Cisne negro, orgulhoso do seu poder e da sua sedução.
O filme devolve-nos, de uma forma extraordinária, à consciência de como são violentos e perturbadores os processos de autonomia, de afirmação de personalidade e de luta pela realização plena. Afinal, trata-se de uma versão belíssima do dramático momento em que se decide partir à conquista da própria vida, quebrando o feitiço protector da infância.
Cara Dra. Suzana Toscano:
ResponderEliminarUma excelente ajuda para a boa compreensão do enredo do filme, naqueles detalhes em que não fiquei totalmente convicto da minha própria interpretação...
Suzana
ResponderEliminarNão fui ver o filme, mas a sua descrição é bastante atraente, assistir à luta interior da emancipação, no fundo à luta pela liberdade, em que os pratos da balança - a inocência da infância e a afirmação do querer - vão oscilando ao longo de um processo de crescimento que se vai fazendo por aproximações e que, a bem dizer, nunca acaba...
O "Swan Lake" de Tchaikovsky, além da música e do ballet, pode ser visto como uma metáfora sobre a dualidade necessária para uma personalidade equilibrada: conservar da juventude a inocência do White Swan e juntar do adulto a sensualidade do Black Swan. No filme, a necessidade de evoluir para essa dualidade é reunida na frase mais memorável: “That was me seducing you, whereas it should be you seducing me”...
ResponderEliminarCaro jotac, pelo que tenho ouvido e discutido sobre o filme, há espaço para inúmeras interpretações, como sempre é a vivência de cada um que nos leva a dar mais importância a uns detalhes do que a outros.
ResponderEliminarMargarida, não deixe de ir ver, teremos mais um belo tema para conversar e talvez até dê alguns posts, quem sabe.
Caro cagedalbatross, eu diria que essa é uma dualidade quase impossível, pelo menos de uma forma equilibrada, no sentido de se poder conviver harmoniosamente consigo próprio.Qual delas será dominante, a do sedutor ou a do que prefere ser conquistado, é o que resultará do crescimento e do modo como se poderá afirmar a personalidade de um adulto. O filme mostra também como a diferença poderá resultar de quem se atravessa nesse caminho,de quem sabe dar o estímulo certo ou de quem, por bem ou por mal, pode anular essa capacidade de conquistar.