quarta-feira, 9 de março de 2011

Portugal, 2011



Provavelmente notícias como esta publicada no JN, impressionarão muito poucos. A mim ainda vão impressionando. A mim e a outros que vivem a profissão acreditando que o que fazem tem sentido.
Em Portugal, 2011, as autoridades permitem que processos judiciais sirvam de material para fazer fogueiras. O ministério da justiça, como sempre, descarta responsabilidades. Aliás, não há, não haverá quem as assuma. Denunciado o caso nos media, certamente teremos mais um inquérito, cujo processo a que dará origem terá o mesmo destino de muitos: a fogueira da indiferença de um Estado que antes de perder o crédito lá fora, há muito o perdeu cá dentro perante os seus cidadãos.
Face a isto, é de levar a sério quem, do alto da sua ciência, insiste na treta de que os problemas da justiça residem na lei?

7 comentários:

  1. Anónimo16:04

    Caro Ferreira de Almeida,

    Não é bem a notícia por si só. É que ela vem acompanhada de outras do género, como o estado das viaturas e sistema informático da PJ, os serviços nos hospitais, etc. Parece estar em curso um processo de apodrecimento generalizado (e abafado) em fase muito avançada. Estou mesmo a imaginar quantos minutos teriam de passar na Alemanha entre a distribuição dos primeiros jornais com esta notícia e a revolução social e política.

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  2. O oráculo anunciou que o sucessor do rei, chegaria à cidade, num carro de bois.
    Corria o século 8º da era pré-nascimento de Cristo.
    Cumpriu-se a profecia, aochegar à Frígia um camponês de nome Górdio, o qual foi coroado.
    Por forma a não se esquecer do seu passado humilde, Górdio amarrou a sua carroça a uma coluna do templo de Zeus, dando-lhe um nó que ninguem seria capaz de desfazer.
    Reinou Górdio e o seu filho Midas, durante muito tempo e este, ao morrer, não deixou sucessor.
    Foi consultado novamente o oráculo que declarou, que quem desatasse o nó de Górdio, dominaria toda a Ásia Menor.
    Passados 500 anos, ao passar pela Frígia, Alexandre o Grande tomou conhecimento da lenda e quis ver de perto o nó. Dirigiu-se ao templo de Zeuse observou demoradamente o nó feito por Górdio e, desembainhando a espada, cortou o nó.
    É facto que passados poucos anos, Alexandre dominou toda a Ásia Menor.
    A justiça portuguesa, já possui a espada, falta aparecer o general que a desembaínhe e corte o nó com que Górdio a atou ao poder... divino.
    ;)

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  3. Bem, assim sempre terá alguma utilidade.

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  4. «no JN»
    O Sítio é ou não ingovernável?
    To...to...to be...or, or... (d'O Discurso).
    Liderança pura.
    Começa no PM e vai até ao mais modesto amanuense.
    Nada a fazer.
    E como diz acima Flash G, mal geral e disseminado.
    A pedir "ordem".

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  5. Anónimo18:19

    Desejo-lhe, Tonibler, que não tenha o infortunio de ter de pedir justiça perante quem a pode administrar. Mas se por azar tiver de recorrer aos tribunais para defesa dos seus direitos, faço votos para que não tenha de sofrer o que significa ter de reconstituir um processo. E se tiver esse azar, que tenha pelo menos a sorte de esse processo ser reconstituível.
    É assíduo do 4R, sabe como aprecio a ironia. Mas há ironias que não quadram bem.

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  6. Diga-me, caro JMFA, e pergunto porque não sei. Entre processos queimados para aquecer pessoas e processos "queimados" por outras razões, qual das queimas está a ganhar?

    Porque os seus colegas, cada vez que eu quero fazer a defesa dos meus direitos respondem-me todos "ui, esqueça lá isso..."

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  7. Anónimo15:58

    Que tal "queimá-los"?

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