sábado, 30 de abril de 2011

Até o capital de simpatia nos falta!

Entre negociadores, especuladores, credores e financiadores, Portugal aguarda o veredicto que lhe estará reservado para evitar a bancarrota. Os “outros” fazem-se muito rogados para nos aliviar das angústias em que nos metemos e parecem decididos a deixar-nos cozer no lume brando das decisões que exigem unanimidade e das elaboradas convergências entre políticas nacionais com eleitores atentos e políticas europeias que não podem deixar de fora do redil as ovelhas tresmalhadas.
Numa notícia do Público de ontem, lê-se que a decisão de ajuda a Portugal no próximo dia 16 de Maio depende do acordo da Finlândia, que não tem Governo nem Parlamento em funções e demora as negociações internas para encontrar um Governo de coligação; depende do acordo da Alemanha, que vê crescer o número dos deputados que não aceita este método de ajuda e endurecem o seu discurso em relação aos países pedintes; depende da tolerância geral das instituições europeias para com o grau de urgência que a situação impõe, o que contraria os tempos próprios que os acordos exigem. Nessa notícia, conta-se que o ministro holandês das Finanças, em entrevista a um jornal, não disfarçou a sua impaciência, explicando que “Portugal deveria ter pedido ajuda ao mesmo tempo que a Irlanda, em Novembro” e que “ avisei o meu colega português muitas vezes durante os últimos 12 meses, em termos muito explícitos e firmes, sobre as dificuldades que estavam a aparecer”, tal como teria feito também o seu colega sueco. A pressa que agora lhes é exigida tem como resposta “o castigo de um programa de austeridade extremamente duro”, uma vez que o atraso custou também a Portugal “uma boa parte do capital de simpatia”. Em suma, estamos sem dinheiro, sem crédito, sem tempo e sem boas vontades. Capital? Nem sequer o de simpatia.

10 comentários:

  1. Cá para mim, era meter-lhes a batata quente nas mãos e eles que se desenrascássem.
    Quiseram chular-nos até ao tutano? Venderam-nos sonhos e pagaram-nos para sonhar, então agora que fiquem com os pesadelos.
    Ah e tal porque ha a questão da honra... porque temos de honrar os compromissos assumidos. Muito bem, tudo muito certo... vamos lá ver; ó senhores troikos, cheguem aqui fáxavor... quem é que andou a gozar à pala do guito que mandaram para cá?
    Ah e tal, foi o doutor Xis e o doutor yipsilon e o ministro Zê.
    Muito bem, então essses gajos que paguem a dívida, xau, foi um prazer, podem voltar para de onde vieram cagente depois mandalhes a conta do hotel e do restaurante. E dêem lá bejinhos à se Dona Mércal!

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  2. Carmina Burana - O Fortuna…
    http://www.youtube.com/watch?v=GD3VsesSBsw&feature=related

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  3. Anónimo00:23

    Cara Suzana, merece algum tipo de amabilidade e simpatia quem se mete em situações deste cariz causando engulhos a todos os demais?

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  4. Caro Bartolmeu, assim, falado com a voz do povo,não deixa de ser uma mensagem forte...não sei é se eles a entendem!
    Caor cagedalbatross, lindissimo, e muito a propósito, infelizmente já nos esquecemos dos vários sentidos da palavra "fortuna". por cá ficamo-nos só "pelos ricos".
    Caro zuricher, não merecemos, de facto, mas também me parece que há sempre injustoça nos chamados "castigos exemplares", até parece que a "Europa" não andou a apaparicar-nos nos gastos excessivos, nos defices aldrabados, nas políticas de "combate à crise". Andou, pois claro, ou o endividamento excessivo, incluindo o dos bancos, nasceu de um dia para o outro? E ninguém reparou que a nossa produtividade não chegaria para pagar a factura?

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  5. Anónimo02:04

    Cara Suzana, tem muita razão quando diz que se o endividamento existe é porque alguém emprestou o dinheiro. Sem qualquer dúvida. Mas a quem compete gerir os interesses de Portugal e dos Portugueses? Ao governo Português, parece-me. Da mesma forma que ao governo Alemão incumbe a defesa dos interesses da Alemanha e dos Alemães e ao presidente do conselho de administração do Deutsche Bank (ou qualquer outro) a defesa dos interesses dos accionistas do Deutsche Bank (ou qualquer outro). Aparentemente, pelo menos, todos cumpriram o seu papel excepto o governo (sucessivos governos) Português. E era ao governo Português e a ninguém mais que cabia cuidar de saber se as facturas poderiam ser pagas ou não.

    Alternativamente podemos passar um atestado de menoridade mental e intelectual a Portugal e aos Portugueses e assumir que são incapazes de gerir os seus destinos precisando de viver debaixo de tutela sem a qual fazem disparates.

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  6. Parece mesmo que Portugal está à espera do dia mais importante da sua história! E esse dia está tão assinalado pelos que são a favor dos que foram os nossos
    cangalheiros que andam por aí a vangolariar-se de homens de bem sem nada que se lhes aponte, como de todos os outros partidos e inclusivé o Presidente que por seu lado também não foi capaz de dizer basta no mommento que deixou passar por pura inépcia democrática!
    A esse dia já há quem lhe chame o dia do julgamento e quiçá o dia da condenação!Mas sejamos sérios e acima de tudo portugueses deste lindo país! Nem é o dia do julgamento nem o dia da condenação porque NÓS OS PORTUGUESES não temos nenhum receio ou medo oculto dos deuses do dinheiro que cá estão por uma simples razão! Só iremos cumprir se a tal "justiça" for feita com ponderação e a pensar que se não for justa podem ter o azar deste povo acordar para uma nova democracia e os seus poderes afinal serem fortemente abanados e postos em causa! Cuidado porque há dois partidos que não vão asssinar nada e por tal motivo não se vão sentir agarrados a compromissos que não assinaram!
    E se o povo acordar?

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  7. Suzana
    É um facto que não nos sabemos governar e que não aprendemos com os erros. É a terceira vez, num curto espaço de tempo, que vamos precisar de ajuda externa financeira. Pelos vistos a Europa sabia há já algum tempo que seria uma inevitabilidade e o nosso governo também. Só o povo não sabia o que os responsáveis sabiam e que a todo o transe esconderam. O endurecimento da posição política da Europa também era expectável. Pena foi que não tivesse actuado com mais antecedência. Se o tivesse feito, muito provavelmente o governo seria obrigado a revelar a verdade mais cedo e não teríamos chegado ao ponto de ruptura em que estamos, sem dinheiro à vista para fazermos face às despesas correntes.

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  8. Anónimo17:48

    Simpatia temos, Suzana. Somos um País de gente afável, consabidamente simpática e plena de bonomia. Ao invés de quem agora se recusa a comprar a simpatia e bonomia que durante tantos anos exportámos, os povos do norte, esses sim frigidos e antipáticos.
    Inveja, pura inveja. E não, como pretendem alguns, retorsão injusta por nos fazermos pagar bem pela simpatia que durante tantos anos irradiámos.

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  9. E agora seria caso para perguntar: Com que cara vou eu aparecer nas reuniões com a CE? Ainda por cima para falar de dinheiro :S

    Ter de aturar o meu colega alemão, que tem a mania que é o máximo. Não lhe cabe nem mais um feijão no... nariz.

    Andamos, aqui no tasco, desde 2008 a tentar restaurar a credibilidade e a confiança da CE em nós e pimbas!

    Olhem, sabem que mais?
    Vendam isto isto tudo.

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  10. Cara Suzana Toscano
    Apenas para lhe recordar que andamos tão "ensimesmados" que era bom fazer algumas perguntas:
    a) Será que nos interrogámos porque será que, metade dos nossos parceiros da UE, votou na candidatura do Canadá para membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU? Ou "ficamo-nos" pelas desculpas lateralizantes?
    b) Que solidariedade demonstrámos para com a Dinamarca quando foi atacada por tudo o que é radicalismo islâmico, por causa da das caricaturas de Maomé?
    c) Por último será que tem dúvidas de que lado nos colocaremos se, numa votação na ONU tivernmos de optar, entre o Brasil e os EUA? Pessoalmente não tenho e os brasileiros também não ??? !!!
    Cumprimentos
    João

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