1.Foi esta semana amplamente noticiada a situação absolutamente insólita em que se encontra o Ministério da Administração Interna, ao dar patrocínio a uma prática ilegal - que envolve responsabilidade criminal quando é adoptada por empresas privadas - de não entregar ao Fisco e à Segurança Social os valores de IRS e dos descontos retidos ao pessoal da PSP.
2.Esta prática, ao que refere a notícia, deve-se à insuficiência da verba orçamentada para o pagamento de salários, que “obriga” a que aquelas retenções sejam utilizadas no pagamento “ongoing” dos salários...
3.Sendo certo, como já se referiu, que no caso da adopção por empresas privadas essa prática implica procedimento criminal, aqui tal não irá suceder, obviamente, uma vez que existe um nobre, um “patriótico” motivo ou fim que justifica o meio utilizado para o realizar: o encobrimento de uma situação de desorçamentação ou de sub-orçamentação de despesa pública em 2011...
4.Já hoje é também notícia que os três ramos das Forças Armadas não terão dinheiro para pagar os salários do seu pessoal, havendo uma insuficiência de bastante mais de € 200 milhões...
5.Provavelmente irão utilizar o mesmo “estratagema” do Ministério da Administração Interna, “metendo na gaveta” as retenções do IRS e da Seguranças Social para assegurar os salários dos meses que se seguem.
6.Mais extraordinário parece ser o patrocínio que o Ministério das Finanças terá oferecido a esta prática (que remédio, está na origem da mesma...), embora oficialmente o negue...
7.Já ninguém se lembra, certamente, mas em 2010 o Estado contabilizou cerca de € 300 milhões de receita orçamental com venda de património efectuada pela Direcção Geral do Património à Estamo, empresa imobiliária detida a 100% pela Parpública por sua vez detida a 100% pelo Estado...
8.Ou seja, neste último caso, o Estado/Governo contabilizou receita, vendendo património a si próprio, utilizando crédito bancário concedido à Estamo para obter os fundos necessários...
9.Crédito bancário que, com tão desmedida utilização e absorção pelo Estado e suas ramificações, acabou praticamente para as empresas verdadeiramente produtivas, ou tem de ser pago a preços exorbitantes...
10.Por estes exemplos apercebemo-nos melhor do estado brilhante das contas públicas em Portugal que, segundo um Ministro com funções de grande destaque político, são “transparentes” e sujeitas a auditoria “independente”...
Eu, sobre isto, acho que devemos pôr as agências de rating em tribunal pela manipulação que fizeram do mercado. E, pelos vistos, o Procurador-Geral da República deve concordar comigo naquilo que é um verdadeiro crime económico.
ResponderEliminarPrendê-los todos, rapidamente. Mas separadamente, porque juntos já se viu do que são capazes.
ResponderEliminarNo entanto, antes de os prender, verificar quem exerceu funções políticas a ... pode ser a partir de 1980, e comparar o que tinham antes e o que obtiveram com o desempenho de cargos "relevantes" para a Nação!!!.
E em função dessa análise, confiscar a favor do Estado, tudo o que foi obtido ilicitamente.
Não seria difícil.
Nem seria preciso o FMI.
Isto não é, JÁ, a tal da bancarrota ?
ResponderEliminarou será preciso mais alguma coisa para, tecnicamente, se chegar lá ?
Percebe-se por que razão a execução orçamental vai apresentando reduções na despesa...
ResponderEliminarAssino por baixo, caro skeptikos.
ResponderEliminarAbsolutamente, caro Tonibler, já esquecia as agências de rating,em última análise as responsáveis por todas estas manigâncias orçamentais por não darem tréguas a um governo de comportamento sempre exemplar, irrepreensível!
ResponderEliminarÉ exactamente por se sentir acossado pelas malditas agências que o governo, cheio de boas intenções à partida, acaba por adoptar estas práticas abomináveis...
Vamos pois juntar a nossa assinatura na denúncia oportunamente apresentada na PGR contra essas pérfidas organizações!
Caro F. Alemida,
Isso mesmo, a poupança na despesa também assume estas formas mais sofisticadas, que contribuem, no final, para uma exibição de valores que traduzem exemplar contenção orçamental!
Começa a perceber-se melhor, agora, o horror ao FMI, que certamente não se vai esquecer de anotar, com a devida atenção, estes sublimes truques de consolidação orçamental...
E depois é que vão ser elas, há que urgentemente proclamar que os malandros do FMI não têm sensibilidade social...
Tenho para mim como certo, aquele ditado popular que diz: quando se fecha uma porta, abre-se de imediato uma janela... ou duas.
ResponderEliminarComeço a a creditar, que o figurino ideal para Portugal, nesta altura e nesta conjuntura, seria mesmo a Finlândia não concordar com a atribuição de mais uma esmola, que não tirará o pobre da desgraça. Esta decisão, poderia contagiar os restantes países da UE e assim, decidirem não mandar nem mais um tusto para Portugal, e esquecerem a dívida, por concluirem, que nunca seremos capazes de a pagar.
Portugal fez o mesmo repetidas vezes relativamente a países africanos. Por mim, se necessário for, estou disposto a permanecer mais uma horita ou duas na praia, de modo a confundir-me mais fácilmente com um angolano.
Pensemos então neste cenário. Pensemos por exemplo, se saíssemos do euro, se voltássemos ao escudo e se o escudo sofresse uma desvalorização?!
Reparem bem, como numa situação dessas, de um momento para o outro, surgiriam uma molhada de ricos. Ora bem, o processo seria inverso ao da entrada para o euro, em que fomos todos a correr ao Banco de Portugal entregar as velhas notas de escudo e por cada duzentos paus, nos devolveram uma porcaria de uma moedita que não valia nada. Agora, senhores, iríamos chegar ao banco com meia dúzia de euros, e devolveríam-nos uma cabazada de escudos.
Eu, nessa altura, vou a correr ao primeiro stand da BMW e saco imediatamente um Z4, ou Z%, ou até mesmo um Z6. Um vizinho meu que está no ramo da contrucção, foi ontem visitar-me e desabafou; já viu vizinho? tou tramado. Então não que aqueles fulanos do FMI querem que se suba o preço das casas novas? Digo-lhe eu que sou um papalvo; então homem, alegre-se...se você ganhava 50.000 euros, cada vez que construía uma moradia de 250.000, agora vai passar a ganhar 100.000, ou mais, upa, upa.
Olhou para mim com um ar de enjoado, abanou a trunfa e returquiu; Hã??? Olhe lá vizinho, mas se eu agora estou 2 e 3 anos para conseguir vender uma moradia, porque ninguem lhe pega, está tudo desempregado, os bancos não emprestam. Como é que encarecendo a construção vou vender melhor?
Isso não sei, respondi-lhe, mas pensei cá cos meus botões: pronto! lá vem o espírito miserabilista do tuga, ao de cimo. Quer-se dizer, vem uma super-cachola lá da europa dizer as estes murcões como é que se recupera a economia e este artolas já está a colocar dificuldades.
Bahhh... gentinha pobre de espírito... por isso é co país não vai práfrente...
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarMas que excelente comentário! Bem humorado, optimista, até a eventual recusa da Finlândia em apoiar os valorosos e Ultra Endividados Tugas é apreciada de forma positiva...
Apercebo-me que se trata de contágio da gloriosa noite desportiva de ontem, não será?
Aqui se aplica em cheio o velho ditado "Tristezas não pagam dívidas"...
Quanto ao retorno do Escudo, que muitos já desejam, não é apenas o meu Amigo, seria um momento de grande exaltação patriótica, sem dúvida.
E provavelmente o actual PM encontraria aí um motivo renovado para projectar cenários ROSA, apesar de ficar com os bancos praticamente insolventes...
Lembrou bem, caro Dr. Tavares Moreira, devemos ter enconta a questão patriótica, que não me lembrei de realçar.
ResponderEliminarMas quanto à insolvência bancária, caro Dr... hmmm, hmmm, não me parece que possa vir a conhecer outro caminho, com a concordância, ou sem a concordância do resgate europeu.
Ou seja, sem a concordância, com a desculpa da dívida, a saída do euro e a desvalorização do escudo, será o cenário mais favorável à banca para que não acabe na insolvência. Isto se, todas essas mudanças resultarem numa reactivação do nosso tecido empresarial, se se renovarem as forças empreendedoras do país e começarmos a produzir, primeiro para o mercado interno, vedando as importações, excepto das matérias-primas necessárias e se - volto a bater na tecla - expatriarmos uma quantidade de indigentes e criminosos que por aí andam a ajudar a gastar os anoréxicos recursos do estado.