1.Na cerimónia de posse do 19º Governo Constitucional, hoje realizada, o PR pronunciou um importante e bem construído discurso, com algumas mensagens bem fortes, de aviso, sobre a extraordinária gravidade da situação que vivemos, dirigidas aos novos governantes e ao País em geral.
2.A determinado passo desse discurso, o PR afirmou ser indispensável que o (escasso) crédito bancário ainda disponível fosse canalizado para as PME’s...
3....Quando, neste mesmo dia 21 de Junho foi notícia o facto de a CGD ter concedido ao Estado um empréstimo de emergência de € 300 milhões, para “tapar buracos” de tesouraria e fazer face, entre outras coisas, ao pagamento de salários da função pública.
4.Os € 300 milhões que a CGD teve de emprestar ao Estado, vão faltar a muitas centenas de PME’s - se fossem 600 PME’s conseguindo € 0,5 milhões cada uma de crédito bancário,seria um imenso benefício certamente...que jeito lhes fariam esses fundos!
5.Este é pois um episódio que serve para perceber que o Estado lamentável a que se chegaram as finanças públicas em Portugal é causa de imensos prejuízos para a economia produtiva: sem esse crédito, as PME’s que dele ficam privadas vão ter, necessariamente,(i) de deixar de pagar a muitas outras PME’S e/ou(ii)de despedir mais algum pessoal, e/ou (iii) de adiar o pagamento de salários, e/ou(iv)deixar de investir ou pelo menos adiar investimentos...
6.E este é também um bom exemplo da distância que existe entre discursos bem intencionados – é evidente que qualquer de nós não poderá deixar de subscrever a afirmação do PR – e uma realidade económica e financeira que, por força da acção persistente e gloriosa de governantes EXPERIENTES e não AMADORES, chegou a este deplorável estado de coisas...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarPor certo que já ouviu falar do crowding-out. Poupe-me...
Caro Wegie, não me fale dessa palavra abominável que me faz lembrar dos arautos dos patos bravos, que se dedicavam à recolha de mão de obra pouco qualificada (e desesperada) ali para os lados do Rossio. :S
ResponderEliminarEssa palavrita é uma espécie de legitimação da roubalheira. É a mesma coisa que a diferença entre "corsários" e "piratas" ou "mercenários" e "contractors".
Detesto essa palavra.
Caro Dr. TM,
Não faço a menor ideia do discurso do PR, mas espero que não tenha sido muito negativo e que haja uma luz ao fundo túnel (desde que não seja o combóio), caso contrário daqui a 6 meses têm as pessoas na rua outra vez.
Anthrax,,
ResponderEliminarSugiro que vás verificar o significado de crowding out. Até fica mal essa ignorância.
Caro wegie,
ResponderEliminarTem toda a razão. Esta foi 100% de ignorância, estava a pensar no crowdsourcing quando respondi e não no crowding out.
Mas esteja descansado, já fui ver o significado e já vi que não tem nada a ver. Muito obrigado por me chamar a atenção. :)
Anthrax,
ResponderEliminarSe calhar estavas a pensar no outsourcing já que o crowdsourcing não existe.
Valha-te Deus! A CEE está bem servida.
Err.... com a plena consciência de não estar a contribuir para o assunto principal da discussão, mas ...
ResponderEliminarCrowdsourcing:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crowdsourcing
Cumprimentos. ;)
caro Wegie,
ResponderEliminarFez bem em recordar o fenómeno do "crowding out" do sector privado, em consequência do excesso de absorç~~ao de recursos financeiros (crédito, na circunstância) pelo sector público.
Menos bem, na minha opinião o reparo feito à nossa querida comentadora Anthrax, que não tem obrigação nenhuma de conhecer esta terminologia utilizada quase exclusivamente por quem trabalhou no sector financeiro...
E,mesmo nesse caso nem por todos conhecida...
Cara Anthrax,
Luz ao fundo do túnel talvez haja, mas o problema é que o túnel é tão extenso que por enquanto nada se vislumbra...
Tenho a certeza que estava a pensar no outsourcing, poi falou em mercenários e piratas. Esse crowdsourcing é específico para resolução de problemas em rede.
ResponderEliminarCaro Dr. TM,
ResponderEliminarSinceramente, creio que há mesmo uma luzinha ao fundo do túnel e não é o TGV. Infelizmente, o percurso está cheio de calhaus e nós estamos descalços.
Caro AF,
Muito obrigada pelo auxílio.
Caro wegie,
Não, não estava a pensar em outsourcing. Estava mesmo a pensar em crowdsourcing.
E sim, crowdsourcing é um conceito que surgiu a propósito da resolução de problemas em rede (e funciona), mas que rapidamente se está a transformar em algo muito mais abrangente e a mudar aquilo que são as relações de trabalho e a forma de encarar o conceito de trabalho.
O crowdsourcing parte do princípio que os sujeitos aproveitam os tempos livres para "resolver problemas" a terceiros, a baixo custo. A questão que daqui decorre é que aquilo que anteriormente era "tempo livre", transforma-se numa ocupação a full time e na perspectiva das empresas, "resolver problemas" pode ser muita coisa.
Isto funciona em rede e na rede, mas também funciona fora dela. Aliás, se olhar para a forma como operam os call centres em Portugal (ou noutro sítio qualquer), é isto que eles fazem. 1º arranjam e negoceiam os projectos, 2º fazem um recrutamento massificado para darem conta do recado, 3º a contratação dura enquanto durar o projecto.
É claro que existem diferenças entre aquilo que é em rede e aquilo que é presencial (quanto mais não seja o enquadramento legal), mas os princípios em que assentam são, exactamente, os mesmos.
Ah sim! E wegie, esqueci-me de acrescentar mais uma coisita... eu posso não saber tudo, mas também não vejo mal nenhum nisso porque estou sempre disposta a aprender. Isto tem muito mais valor do que qualquer afirmação presunçosa, claramente, proferida por alguém que acha já aprendeu tudo o que tinha para aprender.
ResponderEliminarSabe, eu não preciso de fazer sobressaír a ignorância dos outros para me sentir bem comigo mesma ou para mostrar que sou mais inteligente. Mas enfim... há outros que precisam.
Anthrax, chapeau!
ResponderEliminarCara Anthrax,
ResponderEliminarAmbos entendemos que existe uma luz ou luzinha ao fundo do túnel, que ela deverá lá estar...
A única diferença é que a Senhora, certamente por ter bem melhor vista do que eu - embora não me possa queixar muito em relação a esse sentido - já consegue vislumbrar essa luz enquanto que eu não a enxergo, ainda.
Apreciei muito a elegância, o desportivismo e o "savoir dire" da sua tréplica a Weggie...
Caro Dr TM,
ResponderEliminarComo diriam os finlandeses "Kiitos" :)
Mas ainda a propósito da luz e do túnel, não é altura para pessimismos mas, pelo sim pelo não, pergunte-me outra vez quando aumentar o preço da electricidade e etc, etc. :)... pode ser que nessa altura eu já esteja a considerar mudar-me - mesmo a sério - para Helsínquia.
Cara Anthrax,
ResponderEliminarCaso decida mesmo mudar-se para Helsinquia, avise antes, bem antes se faz favor, para podermos organizar uma festa de despedida como deve ser, com os 4 republicanos que queiram aderir (serão muitos ,certamente)...para assinalar, com mágoa mas com alguma esperança no regresso, o "crowding out" da nossa ilustre comentadora!
Sinto-me satisfeito por ter introduzido aqui o tema do crowding out. Algo que não teve importância o último default do país em 1892 mas que vai ter no próximo.
ResponderEliminarAs minhas desculpas à Anthrax.
Bonito!, um diálogo tenso, elegantemente suportado pela Anthrax, animado pelo Tavares Moreira e bem "fechado" pelo caro Wegie. Acho que todos aprendemos alguma coisa, a propósito dos diferentes "crowds"...
ResponderEliminarcara Anthrax, nem pense em ir para helsínquia, lá não há túneis sem luz ao fundo mas também não há sol para os iluminar :)
Mas que belo fecho, Suzana - à imagem dos seus sempre bem construídos Posts, quer sejam sobre casos da vida ou sobre a vida de casos!
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