Um jornal diário titulava hoje qualquer coisa como “Assunção Esteves eleita Presidenta da Assembleia da República”.
Uma violentação da língua portuguesa levada ao extremo, em nome da imbecilidade do politicamente correcto.
O cargo, a missão e a dignidade de Presidente da Assembleia da República valem por si, não pelo sexo do seu titular. Para tal conceito, há um vocábulo. Ser exercido por homem ou mulher ou hermafrodito é uma mera circunstância, que não junta à substância. Mas subtrai, se a tónica é colocada no sexo, como se este se sobrepusesse à função.
Não se é Presidento, nem Presidenta. Simplesmente Presidente.
Assunção Esteves foi eleita por mérito: é a digna Presidente da Assembleia da República. “Uma escolha de primeira”, como aqui Ferreira de Almeida tão bem referiu.
Uma violentação da língua portuguesa levada ao extremo, em nome da imbecilidade do politicamente correcto.
O cargo, a missão e a dignidade de Presidente da Assembleia da República valem por si, não pelo sexo do seu titular. Para tal conceito, há um vocábulo. Ser exercido por homem ou mulher ou hermafrodito é uma mera circunstância, que não junta à substância. Mas subtrai, se a tónica é colocada no sexo, como se este se sobrepusesse à função.
Não se é Presidento, nem Presidenta. Simplesmente Presidente.
Assunção Esteves foi eleita por mérito: é a digna Presidente da Assembleia da República. “Uma escolha de primeira”, como aqui Ferreira de Almeida tão bem referiu.
Nota: Sei que agora não é bonito falar de sexo masculino ou feminino, e tudo se reduz a género. Pois vivam apenas com ele os politicamente correctos deste mundo.
Pois Dr. PC, este é o problema das línguas que fazem a distinção entre o género masculino e feminino. Dá azo a estas barbaridades linguísticas. Ao menos na língua finlandesa é tudo tratado da mesma maneira. Não há masculino, nem feminino. É tudo neutro... o que também tem alguns inconvenientes.
ResponderEliminarDe qualquer forma, não se espante. A língua portuguesa está como a matemática, na rua da amargura.
Anthrax,
ResponderEliminar"Não há masculino, nem feminino, é tudo neutro..."
Estes franceses ... tsc, tsc, que tristeza. :)
Dr. PC,
Hermafrodita era sem dúvida o apogeu da imparcialidade sexista :D
Quanto ao jornal, enfim, às tantas devem ter inventado uma adenda ao acordo ortográfico ... atão a Dona Dilma não é Presidenta????
Mas quais franceses meu querido AF? Eu disse os finlandeses. :P
ResponderEliminarE não, efectivamente, aquela língua não tem género... nem artigos... nem preposições... mas em contrapartida tem tanta declinação e tanto sufixo, que até dá vontade de fugir. Já para não dizer que, numa frase, todas as palavras são declinadas, a morfologia altera-se à medida que se declina e conforme o sufixo que lhes é colocado. Mas tirando estes "piquenos" detalhes, é muito giro de aprender.
Por isso até é uma língua que recomendo.
No dia 9 de julho de 2008 escrevi um pequeno texto "Bispas..." (http://quartarepublica.blogspot.com/2008/07/bispas.html), que tinha a ver com a palavra "presidenta". O meu amigo Pinho Cardão inflamou-se - tem todo o direito -, dizendo: "Acho ridículo que as feministas valorem essas coisas e até parece que não têm mais nada para enfatizar. Presidenta é palavra feia e impronunciável.Presidente não é masculino, nem feminino: o género é determinado pelo artigo ou pelo evocativo que acompanha a palavra.
ResponderEliminarPor mim, nunca usarei Presidenta, nem Bispa, nem quejanda. Não me submeto à ditadura do politicamente correcto.
Acho mesmo que seria uma ofensa chamar a Drª MFLeite, a Presidenta do PSD, ou a Drª Leonor Beleza Presidenta da FundaçãoChampalimaud. Até me arrepia escrever a palavra!...
Isto tudo, só para felicitar a minha amiga Assunção Esteves. Quando estiver com ela vou-lhe dizer: - Parabéns, senhora "presidenta"! :)
Olhe que ontem, caro Cardão, o próprio ministro Miguel Relvas, ao dirigir-se ao plenário parlamentar, não deixou de chamar "presidenta" a Assunção Esteves...
ResponderEliminarSerá que podemos ignorar tal "autoridade"?
Anthrax,
ResponderEliminarJURO que li franceses! O_o
Devo estar a ficar maluco! Quero dizer, mais um bocadinho do que o normal. ;)
Isso nunca, caro Torquato!
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