terça-feira, 30 de agosto de 2011

Porque não se tributam a si próprios?

1.O PS, depois da insistência no agravamento da tributação dos rendimentos de capital – ou seja dos juros dos Depósitos a Prazo e dos dividendos (ainda) distribuídos pelas empresas – vem agora preconizar, sempre com grande solenidade, a aplicação de uma sobretaxa de 3,5% sobre os lucros das empresas superiores a € 2 milhões.
2.Não sei se esta nova proposta é para fazer esquecer a anterior, por entretanto se terem apercebido do erro crasso que seria agravar a tributação dos rendimentos de capital no contexto extraordinário que a economia do País enfrenta...
3.Não sei, mas também pouco imposta pois para este Partido aquilo que realmente interessa, ao que parece, é agravar a tributação em todos os domínios, visando fornecer mais recursos para o Estado que, como sabemos, tem gerido exemplarmente recursos muito "escassos"...
4.Esta paranóia fiscal, vinda de um Partido cujo governo, saído de funções há escassos 2 meses, deixou o País à beira da asfixia financeira exactamente pela total falta de moderação nos gastos públicos – apesar de não ter tido tempo para concretizar alguns projectos megalómanos que nos teriam deixado na mais completa penúria por muitos mais anos – é tão insólita que poderá justificar uma análise de tipo freudiano.
5.É bem possível que esta boa gente ache mesmo, apesar de toda a evidência em contrário, que é com uma enorme azáfama tributária que as nações podem prosperar e que, quanto mais se tributar, maior será a riqueza das nações...
6.Sendo assim, provavelmente não terão cura e até seria simpático fazer-lhes a vontade – desde que nós possamos proteger-nos das suas ideias e sobretudo dos seus propósitos de tributação obsessiva...
7.Uma solução seria permitir-lhes que se tributassem a si próprios, podendo a AR autorizar, excepcionalmente, que as suas propostas de nova ou agravada tributação sejam aprovadas sob a condição de terem como incidência subjectiva apenas aqueles cidadãos contribuintes ou as empreas cujos dirigentes se afirmem partidários das propostas rosa...
8.Se for indispensável uma alteração constitucional para o efeito, pois certamente reuniria os 2/3 necessários...
9.Creio que, para além de justa socialmente e economicamente menos nociva, essa solução teria uma vantagem adicional: reforçaria consideravelmente a base de apoio popular das ideias rosa...

10 comentários:

  1. Bem, quando é que as empresas se inscreviam como partidárias? É que se formos buscar o registo de Maio, a base de incidência do imposto seria sensivelmente a mesma, empresas com lucros superiores a 2M€. Para saber quais as que não apoiavam o PS, era ver quais tinham lucros inferiores. Se formos buscar o registo do fim de Junho, estou certo que a caixa que diz PS está quase vazia e a do PSD está a transbordar. Vamos ver quais é que se mantêm com lucros maiores que 2M€...

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  2. É um resultado de uma regressão ao ADN.

    Amanhã, às 15h. veremos se temos Governo.

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  5. Sem parar de tanto tributar,
    mexilhões atrás de mexilhões,
    há quem só saiba desencantar
    com lengalengas de vendilhões.

    Ficará pouco para sacar
    de bolsos tão esfarrapados,
    deste dolorido dissecar
    germinam termos enfarpados.

    Nota final: acompanhado de um saudoso abraço virtual, Dr. Tavares Moreira.

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  6. Caro Tonibler,

    Tive o cuidado de dizer "as empresas cujos dirigentes..." e não simplesmente as empresas...
    Se a faixa do PS está quase vazia, como diz, esta seria uma oportunidade para "replenish" essa faixa pois não faltariam por aí patriotas rosa encantados com a ideia de pagar mais impostos...não concorda?

    Caro Conservador,

    E que resultado mais desinspirado dessa regressão...podia ter-lhes dado para pedir mais investimento público, reafirmando a costela keynesiana, seria menos ofensivo...

    Caro Manuel Brás,

    Seja bem regressado, retribuo o abraço!

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  7. Viva Manuel Brás!!!
    Como vai o mexilhão? Ainda mexe?
    ;)

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  8. Eu cá axo co govreno não devia crer sabere quem é qué rico e quem é qué pobre.
    Vaisaver e essa comição que querem furmar ainda descobre quisto da pubreza e da requeza é subejactivo e que neste país já nada subeja a não ser a mezéria, princepalmente a de espírito.

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  9. Bartolomeu,

    Não esqueçamos que "Bem-aventurados são os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus..." - recorda-se?

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  10. Hmmmm... a letra não é rigorosamente assim, caro Dr. Tavares Moreira, a música sim.
    Em Mateus 5, 3-12:
    Os Bem-aventurados, serão os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
    E Felizes... os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.
    Portanto, em conclusão; aquilo que todos buscamos é um reino nos Céus, onde possam ser Felizes e Bem-aventurados.
    Conclui-se ainda que o céu não é um único e que, o nosso Amigo Tonibler é que tem razão quando reclama a instauração de uma monarquia.

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