quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Grécia e os gregos

“Tudo faremos para que a Grécia possa voltar ao crescimento e prosperidade depois deste período de dor”, foi assim que Papandreu falou em Berlim, e é difícil não ficar impressionado com o modo como o disse, mal disfarçando o desespero.
A Alemanha garantiu que vai ajudar a Grécia, pouco depois o Ministro das Finanças grego anunciava que vão conseguir a 6ª tranche de ajuda prometida com a assinatura do programa de ajuda.
O Parlamento grego aprovou hoje mais um imposto sobre o património, a acrescer aos que já pagavam os proprietários de casa e de estabelecimentos comerciais. Os salários desceram brutalmente, as pensões também, ninguém paga a ninguém o que deve, ninguém encomenda mais trabalhos, um cidadão grego diz à televisão que “não sei se esta medida ajuda o Governo, a mim vai levar-me à falência”. O povo manifesta-se com violência em frente ao parlamento. Parece que a Europa vai salvar a Grécia, mas não salva os gregos.

26 comentários:

  1. Quando todos os cidadãos falirem, devido às medidas que o estado se verá obrigado a impôr... então, estará o problema da crise resolvido.
    Até lá, seremos como naufragos, no meio de uma mar revolto, agarrados a um pedaço de tábua, acreditando que no horizonte surgirá um paquete de luxo que nos irá resgatar...

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  2. Espero que o ministro das finanças perceba do exemplo grego a diferença entre aumentar os impostos e cortar nos salários do estado. Chegar a este ponto sem cortar radicalmente nos salários do estado tem esta consequência: toda a economia envolvente acaba por morrer sem resolver o problema e a solução final é acabar com o estado de uma vez só.

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  3. Cara Dra. Suzana Toscano,
    Esta crise é completamente louca...
    Acima de tudo confunde-me o facto dos países tudo fazerem para emergirem da crise e os resultados visíveis serem a destruição da economia e o aumento da miséria dos povos! É como se fosse um círculo onde muitos tolos andam à volta, à volta, sem saberem o porquê, mas uns tantos o saibam e ganhem cada vez mais com isso...
    E o que se passa com a vizinha Espanha?! Está fora do círculo?! Começou por ser badalada tanto como nós e agora esqueceram-se dela?!

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  4. Suzana
    Também me impressionou. Papandreu suplicou tempo para aplicar as medidas de austeridade e falou dos esforços sobre-humanos que estão a ser exigidos para combater o défice.
    A Grécia entrou pelo caminho perigoso da destruição, a austeridade é cada vez menos suportável pelas pessoas e pela economia, mas são necessárias novas doses de austeridade. Mais austeridade menos economia, menos economia mais dificuldades e assim por diante. .. Quando a incerteza e a insegurança tomam conta das pessoas torna-se ainda mais difícil que aceitem os sacrifícios. Assim é difícil evitar o desastre.

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  5. Anónimo12:05

    Perdoem-me ser um pouco desmancha-prazeres mas a Grécia não está já numa situação de desobediencia civil? Pelo menos é o que me parece do que vou lendo nas notícias. A que mais retive na memória foi a cobrança do imposto do patrimonio, supostamente a ser feita com a factura da electricidade mas ao que li os funcionário da companhia da luz recusam-se a fazer essa cobrança. Em simultaneo li há uns dias no Der Spiegel que já existem movimentos organizados de resistencia fiscal.

    Ora, perante este estado de coisas, acho que bem pode o Sr. Papandreou suplicar o que quiser ou fazer passar a legislação que quiser no Parlamento de Atenas que o efeito será sempre nulo.

    Por outro lado, não vejo muito bem o que esperam os Gregos. Ao longo dos anos e pelo que está a descobrir-se agora, deram marcas de não saber governar-se e usar correctamente o dinheiro que lhes foi sendo emprestado. Perante um cenário desolador porque motivo havia alguém de emprestar dinheiro a quem já provou não o saber usar??!

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  6. Pois... secalhar, o grande problema dos gregos, advem precisamente de "o dinheiro" lhes ter sido emprestado, tal como aos portugueses, e ainda; de os governos se terem esquecido de referir, que "o dinheiro" emprestado, teria de ser restituído, acompanhado de maisvalias àqueles que o emprestaram.
    No caso da Grécia, não sei. Mas no caso de Portugal, sei que contraímos um empréstipo, sem que dele necessitássemos. Ou seja; o país produzia, exportava, tinha uma economia mais ou menos estável e alguém se lembrou de convencer toda a gente, de que, através de um passe de mágica, passaríamos todos a ser ricos, instantâneamente e, deixando de produzir.
    Na realidade, esse prodigioso fenómeno até poderia ter sucedido, mas... tinhamos de possuir uma varinha mágica muito poderosa...

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  7. Cara Dra. Suzana,

    Ainda a procissão vai no adro. Quando esses valentes Aqueus se sublevarem aí é que vai começar a ser giro.

    Que apareça um novo Homero para escrever uma nova Ilíada, porque a coisa vai ferver. :)

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  8. Tenham, tenhamos atenção à Grécia.
    Um relatório recente do banco UBS (Suissa), sobre o que podem esperar as sociedades europeias, nada promete de bom.
    Por mais austeridade, por mais reuniões dos (ir)responsáveis do sistema ou PECs que fabriquem.
    No Portugal pós 1893, o nível económico da década de 80, foi recuperado na década de 20 seguinte.
    E era na Europa, agora é no mundo dos BRIC.
    Embora não esteja a ver hordas de gregos a passar a fronteira e 'invadir' o centro da Europa à procura de trabalho, cuidado com os gregos.
    E lá vai indo a minha pensão da CGAp, na óptica do nosso
    caro Tonibler:
    cortar salários no Estado.
    Para quem tem presente a pobreza do povo no anterior regime, a consciência dos crimes económicos dos figurões da democracia, não é surpresa.
    Atenção à Grécia.

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  9. Caro Bmonteiro,

    Para o Tonibler tudo se resume a cortar salários no estado.

    Quando ler os comentários do camarada Tóni (que independentemente das "marradinhas" muito estimo), lembre-se sempre daquele diálogo fabuloso entre o Timón e Pumba no Rei Leão; em que à noite, enquanto contemplavam as estrelinhas no céu, o Timón pergunta ao Pumba o que é que ele acha que são aqueles pontinhos luminosos no céu. O Pumba responde - basicamente - que são gases assim e assado. Perante tal resposta desenxabida o Timón responde:

    "Pumba... para ti tudo são gases."

    Se, se lembrar desta cena cada vez que vir o camarada Tóni dizer estas coisas, vai ver que acha tudo muito, mas muito mais engraçado.

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  10. ;)))
    Pois, cara Anthrax... também podíamos achar que a solução passa por aumentar os impostos pagos pelas empresas... e deixar os ordenados dos funcionários públicos em sossego.

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  11. Apoiado caro Bartolomeu! :)

    Andam para aí armados em industriais do calçado, a pavonear-se nos seus carrões, afinfemos-lhes com mais uma taxazita!

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  12. ;)
    A Anthrax tinha toda a razão, quando "profetizava" uma revolta dos gregos.
    Para já, os funcionários públicos estão a bloquear os ministérios.
    Não acredito em contágios, mas se acontecer da mesma forma em Portugal, aviso já que vou fazer pressão para nacionalizar as empresas... tanto as do calçado, como as dos bonés!!!
    É certinho!
    ;)))

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  13. Ah ah ah ah ah :D
    Boa ideia!

    Ora bolas... acabei de me aperceber que há uma falha no meu conhecimento sobre constituição de empresas... :S

    Estará aqui alguém que me saiba responder se em Portugal é possível criar uma Empresa Social?... que é uma empresa mas com fins não lucrativos basicamente... ou será que tenho de ir criar uma no Reino Unido... :S

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  14. Depende daquilo que a cara Anthrax entender por "lucrativo" e de que ponto de vista está a ver esse "lucrativo"...

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  15. Meu caro Bartolomeu, as empresas sociais operam, exactamente, nos mesmos moldes que as outras a diferença é que todos os seus recursos são utilizados para ajudar populações em situação de desvantagem e a sociedade em geral. São uma empresa, funcionam como uma empresa, só que não tem fins lucrativos. Este é o enquadramento definido pelo Dr. Muhammad Yunnus.

    Nós aqui no tasco estavamos a considerar criar uma para, bom... digamos, tirar um "estorvo" das mãos do governo :))), só que precisamos do enquadramento de uma Empresa social dado que nenhum dos enquadramentos tradicionais serve os nossos propósitos.

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  16. Meus caros timons,

    Espero que não me venham depois de dizer que fui eu que associei a função pública a flatulência.

    Os meus caros podem continuar na negação, até o governo todo da nação pode continuar na negação. Isto não é opinativo, é física. Facto, o produto do estado é inferior aos recursos retirados ao país. Não é aumentando os recursos tirados ao país que o produto vai ser maior. Podem inventariar todo o tipo de soluções e até o governo deve vir aí com um conjunto de medidas milagrosas de inspiração socrática/alvarinha para mostrar como é fantástico o serviço do estado português. Não é, nunca foi, nunca vai ser, como os meus caros timons sempre o disseram e só não o dizem agora com todas as letras por motivos egoístas.

    Porque, seja por onde for, olhar para a função pública e ver lá o firmamento em vez de gás, essa deve ser uma cena da Pequena Sereia...

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  17. Nada que um (ou 2) aero-om não resolvam, camarada Tóni :)

    Oiça lá, o prezado camarada - que é um jovem industrial de sucesso - diga-me lá se é possível criar uma empresa social em Portugal, que eu ando doida à procura dessa coisa.

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  18. Gostei da parte relativa ao egoísmo, Amigo Tonibler.
    Por mim, e para lhe provar que o não sou, garanto-lhe; estou disposto a integrar a empresa de carácter social que a nossa Amiga Anthrax propõe... com uma condição; Que o estadio enderece 10 cartas rogatórias ao Sr. Belmiro de Azevedo, ao Sr. Jerónimo Martins, à Galp Portugal, à EDP, à Gás de Portugal, às Àguas de Portugal, ao banco, a um stand de uma marca à escolha, e ao Grupo Pestana, pedindo-lhes que enquadrem as minhas despesas anuais, numa rúbrica de carácter social...

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  19. Meu caro Bartolomeu, tem de substituir aí umas instituiçõezinhas. Não queremos empresas do sector público "assentadas" na mesa dos stakeholders. :) Esses que vão lá brincar com os GI-Joe's deles para outro lado.

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  20. Issaí é ké o buzilis, cara Amiga...
    Akilo, estão agarrados à koizza, komo o mexilhão à róxa... e ninguem uz arranka de lá!

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  21. Camaradas, se há coisa que não existe em Portugal é jovens industriais de sucesso. Isso é um erro de paralaxe devido ao facto de estarmos mergulhados em trampa até ao pescoço.

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  22. Tem a certeza, Tonibler?
    Então de onde vêm os jipes Cayene e BMW? Os almoços na Bica do Sapato e no Mercado do Peixe? As viagens aos paraísos tropicais? Os apartamentos de luxo?, etc.
    Nem que seja a traficar "branquinha" têm de ter sucesso... ou então, sou eu que sou um nabo de 1ª apanha.

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  23. Pois é amigo Bartolomeu,essa é que é essa :S

    Camarada Tóni, por experiência familiar (e alguma pessoal), tem toda a minha solidariedade. Ser empresário em Portugal é uma experiência que eu desanconselho vivamente e o pior é que o auto-emprego e a criação de micro-empresas podia ser uma boa solução para se pôr a economia a funcionar. Só que como as coisas estão, nem pensar!

    Ah! E amigo Bartolomeu, caso se opte por uma produção mais biológica, os holandeses mandam sementinhas por correio e não há problema nenhum.

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  24. Caro Bartolomeu,

    Não incluo no conceito de empreendedorismo industrial coisas como:
    - Papar subsídios;
    - Vendas ao estado;
    - Vendas a empresas públicas sem limites de gasto;
    - Actividades várias decorrentes de generosidades pré-eleitorais e pós- eleitorais;
    --

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  25. Então... caro Tonibler... tirando isso... com que fica o nosso tecido empresarial???
    Ahhh!!!
    Por falar em física...
    Já sabiam que o nosso país vai é um forte candidato ao prémio nóbel da física?
    É!!!
    Depois da descoberta do átomo, do neutrão, do protão e do electrão, acabou de ser descoberto o Pelintrão.
    E como se caracteriza o Pelintrão?
    O pelintrão é um tuga sem massa e sem energia, mas que suporta qualquer carga!
    Sobretudo, se for um pelintrão funcionário público, ou... um funcionário público pelintrão!

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  26. Ah ah ah ah ah ah ah ah ah :D
    Sssselente amigo Bartolomeu. :))

    Camarada Tóni, então o amigo trabalha para aquecer? Faça uma fogueirinha senhor! :)

    Estou a brincar consigo. Mas em suma, o camarada padece de um sério problema de coluna dorsal que teima em mantê-lo direito. Deixe lá, há mais pessoas assim. Somos é poucos e com tendência para a extinção.

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