O Bastonário da Ordem dos Médicos teve a peregrina e pitoresca ideia de propor um novo imposto, agora sobre a fast-food, entrando assim em acesa competição com os governos que, à falta de saberes mais criativos, costumam ser extremamente fecundos na matéria. Não sou eu que vou criticar a proposta, até porque não sou consumidor da dita food. E se são os outros a pagar, tudo bem!...
Mas acho mal que, tendo metido a mão na panela, o Bastonário não se tenha lembrado de taxar a pré-food, isto é, a food pré-cozinhada. Em geral, bem salgadinha, condimentada e bem coloridamente conservada. Ou a food pronta a comer, que se compra e leva para casa. Acho mal, porque seria uma nova fonte de receitas. E também não sou eu a pagá-la!...
Mas o que eu temo é que, inspirado neste inclemente ataque à food, cozinhada ou mal amanhada, o que eu verdadeiramente temo é que o Bastonário ou o Governo se lembrem de taxar a slow-food. Um bom cozido à portuguesa, um suculento cabrito assado no forno, um valente naco de vitela à moda de Lafões, uma lampreia à bordalesa, um belo pargo assado, até uma forte feijoada à transmontana ou uma arrozada de lebre são pratos, não digo de ricos, mas de pessoas que ainda dispõem da suprema riqueza de saber comer. E aí, tributar a riqueza, mesmo que seja apenas de ter bom gosto, é coisa que nenhum governo enjeita. Com o aliciante adicional de ser algo politicamente muito correcto tributar qualquer forma de riqueza. Mesmo que seja a de bem saber comer.
De modo que estou a antever uma cobrança directa de impostos à porta dos restaurantes e supermercados: impostos por comer fast, e mal, e impostos por comer bem e slow; impostos por comida pré-cozinhada e impostos por comida a cozinhar. E multas por evasão fiscal, que seria nada levar para comer. Com o ilustre Bastonário a comandar o exército de cobradores. Atento a metê-los na Ordem, ao mais leve desvio de cobrança. Como forma de concretizar a mais acabada e perfeita forma de invasão fiscal. Aí está: Bastonário da Invasão Fiscal.
Mas acho mal que, tendo metido a mão na panela, o Bastonário não se tenha lembrado de taxar a pré-food, isto é, a food pré-cozinhada. Em geral, bem salgadinha, condimentada e bem coloridamente conservada. Ou a food pronta a comer, que se compra e leva para casa. Acho mal, porque seria uma nova fonte de receitas. E também não sou eu a pagá-la!...
Mas o que eu temo é que, inspirado neste inclemente ataque à food, cozinhada ou mal amanhada, o que eu verdadeiramente temo é que o Bastonário ou o Governo se lembrem de taxar a slow-food. Um bom cozido à portuguesa, um suculento cabrito assado no forno, um valente naco de vitela à moda de Lafões, uma lampreia à bordalesa, um belo pargo assado, até uma forte feijoada à transmontana ou uma arrozada de lebre são pratos, não digo de ricos, mas de pessoas que ainda dispõem da suprema riqueza de saber comer. E aí, tributar a riqueza, mesmo que seja apenas de ter bom gosto, é coisa que nenhum governo enjeita. Com o aliciante adicional de ser algo politicamente muito correcto tributar qualquer forma de riqueza. Mesmo que seja a de bem saber comer.
De modo que estou a antever uma cobrança directa de impostos à porta dos restaurantes e supermercados: impostos por comer fast, e mal, e impostos por comer bem e slow; impostos por comida pré-cozinhada e impostos por comida a cozinhar. E multas por evasão fiscal, que seria nada levar para comer. Com o ilustre Bastonário a comandar o exército de cobradores. Atento a metê-los na Ordem, ao mais leve desvio de cobrança. Como forma de concretizar a mais acabada e perfeita forma de invasão fiscal. Aí está: Bastonário da Invasão Fiscal.
Caro Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarÉ justo incluir na lista uma chanfana de cabra. Não há isenção fiscal que lhe valha!
Tem toda a razão, cara Margarida. Não é bem aquilo de que mais gosto, mas gostos não se discutem. Há muita gente que gosta do pitéu!
ResponderEliminarE então uns rojõezinhos à moda do Minho? Meu Deus, o imposto que isso não rendia!!!! Ele era os rojões propriamente ditos, as farinheiras, o sarrabulho ...
ResponderEliminarAi, AF, nem me fale...rojõezinhos, papas de sarrabulho...
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarEu proporia que todo o trabalho de definição da incidência, de determinação da matéria colectável, de liquidação e de cobrança deste novo imposto fosse cometido à Ordem dos Médicos que , para além disso, ficaria obrigada à entrega do respectivo produto nos cofres do Estado.
Caro Dr. Pinho Cardão,
ResponderEliminarDe facto, estamos muito doentes.
Assim como em Inglaterra a propósito de um novo imposto sobre o tabaco, os maços passaram a vir com um cigarro a menos, poderia-se pagar o imposto à fast food com uma percentagem de batatas fritas ou à slow food, talvez com umas rodelas de farinheira, um copo de vinho...
ResponderEliminarGuardava-se tudo nos cofres do Estado...