sábado, 8 de outubro de 2011

O contexto das palavras...

"As pessoas estão primeiro, um novo futuro", acabo de ler na cobertura em directo pela SIC de um discurso às bases socialistas feito por António José Seguro no Porto. É o tipo de slogan que quer dizer tudo, mas que não quer dizer nada. Fica bem, soa bem. Espera-se que os responsáveis políticos, todos em uníssono, partilhem a mesma crença. Já tenho dúvidas que as pessoas levem a sério tão eloquente afirmação. Estamos cansados de palavras e frases pomposas. Durante muitos anos as pessoas acreditaram que estavam primeiro. O facilitismo e o consumismo criaram a ilusão de um bem-estar e prosperidade sem limites. A ilusão alimentou ilusão como convinha, não fossem as pessoas questionar-se sobre o futuro. As dificuldades e os sacrifícios aí estão a demonstrar como foi fácil o discurso das pessoas em primeiro lugar e como fácil foi fazer coisa diferente. Precisamos, é verdade, de um novo futuro, no qual as pessoas estejam em primeiro lugar. Para que tal aconteça, as pessoas têm elas próprias que entender o que levou o país à beira do colapso e aceitar que temos de mudar de vida, de trabalhar muito para podermos ambicionar ter riqueza e distribuí-la por todos. Pode ser que as dificuldades e os sacrifícios ajudem as pessoas a ser mais cautelosas e mais exigentes quando os políticos lhes fazem promessas...

2 comentários:

  1. Anónimo18:43

    Vivemos uma era em que a palavra abunda, deixou de ser um bem escasso. Com qualquer bem que se banalizou, é produzido em grande escala e não apresenta qualidade, é grande a deflação. Em especial a palavra dos principais responsáveis políticos não vale um tostão furado. A banalidade e a incongruência, o jargão, o sound byte sem significado nem mensagem são norma. Só as elites e os media ainda o replicam. A gente comum, essa, encolhe os ombros e satisfaz-se com o intervalo na depressão que este verão tardio proporciona. José Seguro é só um, entre muitos, a declinar o banal...

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  2. As pessoas,
    as 'nossas' pessoas:
    Armando Vara/ Jorge Coelho/ Joe Berardo/ Fundacion Mário...
    De Fernão Men(t)es Pinto, a
    Seguramente de Seguro-Mente também.

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