No Expresso deste fim-de-semana pode ler-se um apontamento que quase passa despercebido que reza o seguinte:
“Na Eslováquia, o salário dos políticos está indexado ao salário nacional e ao défice. Se o salário médio dos eslovacos subir, o salário dos políticos também sobe; se a meta do défice não for atingida, o salário dos políticos desce”. Esta indexação, muito embora não esteja isenta de efeitos perversos tal como é apresentada de forma tão simplista, só funciona em culturas que premeiam o desempenho e o mérito, em culturas que valorizam a qualificação e apostam e confiam nas pessoas e que acima de tudo acreditam e não têm medo da transparência. Tudo o que por cá não temos e o pouco que tínhamos foi sendo destruído.
Nas últimas semanas voltou a ser palco de opinião e discussão a questão das remunerações dos nossos políticos. Logo se ouviram vozes a defender a propósito das remunerações dos membros do governo que estes não precisam de ganhar mais porque quem vai para o governo deve fazê-lo por razões patrióticas, por devoção e empenhamento, para logo outros chamarem a atenção que deveriam ser mais bem pagos porque a não ser assim não há condições para atrair os melhores, de os ir buscar ao mercado, lá onde os resultados do seu trabalho são valorizados e compensados. E ainda outros se apressaram a dizer esta coisa formidável, quem vai para o governo é porque quer.
Mas nada disto é novo. Em tempos de austeridade em que são pedidos sacrifícios às pessoas, a própria classe política, a comunicação social e alguma opinião pública fazem demagogia e tendem a não separar o trigo do joio e a esquecerem-se de que se há abusos inaceitáveis e incompreensíveis na classe política - com ou sem crise digo eu - e geradores de iniquidades em relação ao restante da população, é perigoso fazer suspeições generalizadas e tratar a classe política como se de um grupo de bandidos e vigaristas se tratasse.
O exercício de cargos políticos tem custos e benefícios que não se esgotam nas remunerações, mas tem que haver um ponto de equilíbrio que assegure dignidade e afaste a imoralidade e a injustiça dos excessos. Desconfio que a discussão que está em marcha não permitirá o distanciamento suficiente para que com lucidez e bom senso fosse possível encontrar o dito ponto de equilíbrio que restaurasse a confiança na classe política e a sua credibilidade e permitisse que o país em cada momento pudesse contar com os melhores.
“Na Eslováquia, o salário dos políticos está indexado ao salário nacional e ao défice. Se o salário médio dos eslovacos subir, o salário dos políticos também sobe; se a meta do défice não for atingida, o salário dos políticos desce”. Esta indexação, muito embora não esteja isenta de efeitos perversos tal como é apresentada de forma tão simplista, só funciona em culturas que premeiam o desempenho e o mérito, em culturas que valorizam a qualificação e apostam e confiam nas pessoas e que acima de tudo acreditam e não têm medo da transparência. Tudo o que por cá não temos e o pouco que tínhamos foi sendo destruído.
Nas últimas semanas voltou a ser palco de opinião e discussão a questão das remunerações dos nossos políticos. Logo se ouviram vozes a defender a propósito das remunerações dos membros do governo que estes não precisam de ganhar mais porque quem vai para o governo deve fazê-lo por razões patrióticas, por devoção e empenhamento, para logo outros chamarem a atenção que deveriam ser mais bem pagos porque a não ser assim não há condições para atrair os melhores, de os ir buscar ao mercado, lá onde os resultados do seu trabalho são valorizados e compensados. E ainda outros se apressaram a dizer esta coisa formidável, quem vai para o governo é porque quer.
Mas nada disto é novo. Em tempos de austeridade em que são pedidos sacrifícios às pessoas, a própria classe política, a comunicação social e alguma opinião pública fazem demagogia e tendem a não separar o trigo do joio e a esquecerem-se de que se há abusos inaceitáveis e incompreensíveis na classe política - com ou sem crise digo eu - e geradores de iniquidades em relação ao restante da população, é perigoso fazer suspeições generalizadas e tratar a classe política como se de um grupo de bandidos e vigaristas se tratasse.
O exercício de cargos políticos tem custos e benefícios que não se esgotam nas remunerações, mas tem que haver um ponto de equilíbrio que assegure dignidade e afaste a imoralidade e a injustiça dos excessos. Desconfio que a discussão que está em marcha não permitirá o distanciamento suficiente para que com lucidez e bom senso fosse possível encontrar o dito ponto de equilíbrio que restaurasse a confiança na classe política e a sua credibilidade e permitisse que o país em cada momento pudesse contar com os melhores.
"...tratar a classe política como se de um grupo de bandidos e vigaristas se tratasse."
ResponderEliminarFaça um esforço e comece a enumerar,contando pelos dedos,os políticos sobre os quais não recaia qualquer dúvida ou suspeita e depois diga-me de quantos dedos precisou.
Zé Muacho
Não é pertinente ser-se exagerado!
ResponderEliminarEstarei a ser exagerado?
ResponderEliminarDiz o Povo e bem:
"Tão ladrão é aquele que fica à porta como aquele que assalta".
Conheço algumas pessoas que militam em partidos políticos; não posso afirmar que têm comportamentos desonestos; no entanto, eles próprios confessam, que por vezes têm de que ser cegos e surdos.
Zé Muacho