A divergência entre Cameron e o seu Vice Primeiro Ministro sobre as decisões europeias foi assumida claramente, debatida e mantida. No entanto, a coligação mantém-se e isso não é considerado um drama a exigir solução radical. Entre nós, pobres democratas de curta data, massacrados de crises, um milésimo dessa discussão, a mera suspeição de semelhante divergência, abriria uma crise política dramática, catastrófica, como agora se diz, de consequências apocalípticas, como também se diz desde que nos esquecemos do que seja o debate político e a mera possibilidade de pensarmos fora do que nos é apresentado como inevitável.
Também preferia que os ingleses tivessem concordado com o que foi decidido na mais uma vez histórica cimeira, e teria preferido pela simples razão de que estaria mais convencida das suas virtualidades. Os ingleses não estão condicionados por necessidades desesperadas, estão fora do círculo de influência impositiva da nova Europa e teriam avaliado bem o equilíbrio e a eficácia das decisões. E têm uma réstia de poder.
Gosto da maneira suave como têm sido insistentes os “convites” para os ingleses reponderem, para que se cheguem aos bons. 27 não é muito diferente de 26 mas há um abismo entre os dois. Agrada-me que tenham desistido do tom ameaçador e que em Inglaterra o assunto seja debatido, pelo menos os argumentos existem e, sejam ou não incontornáveis, pelo menos pensa-se neles antes de desatarmos todos a copiar as Constituições uns dos outros.
As unanimidades, para terem alguma consistência, implicam convergência de posições e de condições, sem isso ou são soluções óbvias que não se percebe porque é que demoraram tanto tempo a decidir, ou então são apressadas e, em breve, veremos que não serviram para muito mais do que para testar a facilidade com que se avança sem se ver o que se pisa.
Também preferia que os ingleses tivessem concordado com o que foi decidido na mais uma vez histórica cimeira, e teria preferido pela simples razão de que estaria mais convencida das suas virtualidades. Os ingleses não estão condicionados por necessidades desesperadas, estão fora do círculo de influência impositiva da nova Europa e teriam avaliado bem o equilíbrio e a eficácia das decisões. E têm uma réstia de poder.
Gosto da maneira suave como têm sido insistentes os “convites” para os ingleses reponderem, para que se cheguem aos bons. 27 não é muito diferente de 26 mas há um abismo entre os dois. Agrada-me que tenham desistido do tom ameaçador e que em Inglaterra o assunto seja debatido, pelo menos os argumentos existem e, sejam ou não incontornáveis, pelo menos pensa-se neles antes de desatarmos todos a copiar as Constituições uns dos outros.
As unanimidades, para terem alguma consistência, implicam convergência de posições e de condições, sem isso ou são soluções óbvias que não se percebe porque é que demoraram tanto tempo a decidir, ou então são apressadas e, em breve, veremos que não serviram para muito mais do que para testar a facilidade com que se avança sem se ver o que se pisa.
Secalhar, os ingleses não estão dispostos a pagar as falências dos bancos e as más governações políticas. Não sei... é um palpite, cara Drª. Suzana.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarOs ingleses pagaram as falências dos bancos deles e bem. Não houve ninguém a mostrar-se solidário ou a pedir eurobonds para lhes pagar o esforço. A libra caiu cerca de 50% face ao euro e ainda hoje o país tenta recuperar.
Cara Suzana,
Os ingleses têm um mercado comum 4 vezes maior que a UE, em que existe uma união política, legal e cultural de facto. Na realidade, a UE ganha muito mais com os ingleses que estes com a UE.