1.É hoje notícia um texto do ilustre deputado João Galamba, do PS, no qual acusa o Gov/BdeP, Carlos Costa, de ignorância ou de falta de independência (?), na sequência de uma acesa discussão que mantiveram na semana passada, durante uma audição pública na Comissão de Economia e Finanças da AR.
2.Nessa discussão, segundo rezam as crónicas, o Gov/BdeP, certamente já com a paciência em fase de exaustão, teria recomendado ao deputado Galamba para reaprender a ler se não era capaz de entender as explicações (presumo que tb sob forma escrita) que o Gov/BdeP teria transmitido aos senhores deputados.
3.Em causa estaria uma declaração do Gov/BdeP segundo a qual o facto de os bancos terem concedido mais crédito ao Estado e ao Sector Público em geral teria limitado a sua capacidade de conceder crédito ao sector privado, tanto empresas como particulares...
4....tese que o deputado Galamba vem agora rejeitar, de forma muito criativa e incisiva, começando por acusar o Gov/BdeP de ignorância ou de falta de independência (esta última acusação bem difícil de entender, mas está escrita) quando emitiu aquela declaração.
5. Em suma, o que o ilustre deputado sustenta é que o facto de o crédito concedido ao Estado não consumir capital próprio dos bancos, uma vez que esse crédito tem ponderação zero no cálculo dos rácios de solvabilidade que os bancos são obrigados a cumprir – o que era mesmo verdade, até há bem pouco tempo – permite-lhes conceder crédito ao Estado, ilimitadamente se quiserem, sem que isso ponha em causa a capacidade de financiar os restantes sectores da economia...
6.É óbvio que o deputado Galamba confunde, ESTRONDOSAMENTE, uma questão prudencial, de cálculo de rácios de capital, com uma questão financeira, que consiste em imaginar se os bancos podem conceder crédito sem para isso precisarem de mobilizar recursos...
7....recursos esses que provêm, como se sabe, dos depósitos dos clientes (particulares, empresas, institucionais), de depósitos de outros bancos (mercado interbancário) ou de financiamento através da emissão de títulos de dívida no mercado, para além da emissão de capital social/acções...
8....e recursos esses que são obviamente limitados (basta ler os balanços dos bancos) e, caso sejam mais utilizados na concessão de crédito ao Estado (e Sector Público empresarial com garantia do Estado), já não podem ser utilizados para financiar os outros sectores como é evidente.
9.Em conclusão, o que o ilustre deputado Galamba nos vem revelar é que existe um processo de conceder crédito sem consumir recursos financeiros dos bancos financiadores...técnica em tudo equivalente à da fabricação de omoletes sem ovos!
10.Registe já a patente, senhor deputado!
Há um deputado Galamba?
ResponderEliminarPor isso é que os deputados devem ser pagos. Para que os melhores enveredem pela carreira política. Assim, como não lhes pagam, vai lá quem tem tempo livre como o João Galamba que, certamente, o faz de forma graciosa...
ResponderEliminarDe qualquer forma, o deputado Galamba pode ter prestado um enorme serviço, quer ao Banco de Portugal, quer à 5ª linha da troika, ao ter mostrado a ambos a importância que tem a definição de rácios de solvabilidade.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarNo estado em que está o Partido Socialista (uma espécie de colmeia de abelhões sem raínha, gerida pela mosca da fruta que estava mais à mão), a única coisa que lhe posso garantir, caso tudo permaneça como está, é que o deputado Galamba vai muito longe no partido. O deputado Galamba escorre vontades desmedidas de protagonismo liderante indeciso. Cuidado Portugal, porque este está a fazer exactamente aquilo que o partido tanto apreciou no outro. Mas ainda é pior, porque este pensa mesmo que sabe tudo, enquanto o outro fazia de conta que sabia tudo para esconder as lacunas.
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarSugeria ao deputado Galamba que, tal como os gregos fizeram, apresentasse queixa do Governador do BdP e do Governo na PGR; motivo denegrir a pátria e, por isso, prejudicando-a.
Como sabe o actual presidente do INE grego foi acusado de transmitir informações erradas sobre a economia grega, denegrindo e prejudicando o país.
Cumprimentos
joão
Digam-me quem é o deputado Galamba, p.f., que merece esta atenção toda. O que publicou? O que fez?
ResponderEliminarRareiam os gurus, por isso, pelas alminhas,satisfaçam a minha curiosidade...
Caro Tavares Moreira:
ResponderEliminarA ignorância é atrevida. Aí está a prova galambal, digo real.
Caro Flash Gordo:
Ai vai longe, vai. Temos aí ministro socialista pela certa. Evidencia todas as qualidades para tal. E irá aperfeiçoá-las, com certeza.
Caro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarCalma, que o Deputado Galamba está a fazer-se; no princípio, mas irá longe!...
O que publicou? Pergunta capciosa, eivada do pior cinismo: então, mas quer prejudicar definitivamente o sujeito?
Mas olhe que o homem parece que é economista...mais outro a afrontar a profissão...e é candidato a doutor...o que já está a prestigiar a Universidade de acolhimento...
Portanto, o meu amigo está a meter-se com um académico de grande futuro político e com um político de grande futuro académico!...Que o irá governar um dia. Não sei, o meu amigo é que sabe, mas devia desde já pedir desculpa ao homem.
Mais outro que não sabe o que é crowding-out a acrescentar à lista. Recordo aqui uma discussão do passado...
ResponderEliminarQue diabo, Pinho Cardão. Temos de publicar a pauta dos novos talentos da política nacional para que não comentamos a heresia de ignorar quem desponta para nossa salvação. Ai, como admiro cada vez mais um tal Abranhos, Conde e Herói!
ResponderEliminarOra aí está, caro Ferreira de Almeida, temos que arranjar essa pauta para nela increver e devidamente publicitar devidamente os filhos da mesma.
ResponderEliminarDa biografia da criatura no parlamento:
ResponderEliminar"Habilitações Literárias
- Licenciatura em Economia
- Frequência de Doutoramento em Filosofia Política"
É caso para dizer que as socas foram para Paris, mas muitos pés ficaram por Lisboa a sapatater por conta do mestre...
Ou então o Socas pensou "bem, se este gajo pode ser doutor..."
ResponderEliminarDeve ter sido isso!
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarE o ilustre deputado em questão, para além de trabalhar graciosamente, ainda faz horas extraordinárias, pelos vistos,e em puro serviço ao País, investigando seriamente sobre matéria financeira...
Esta notável descoberta, de concessão de crédito sem necessidade de mobilizar recursos parece um verdadeiro ovo de Colombo, que pode finalmente resolver o (até agora) dramático problema do financiamento da economia!
Caro João Jardine,
Excelente sugestão, sem dúvida!
Caro Pinho Cardão,
Atrevida sim, mas tb genial ignorância!
Caro FlashGordo,
Trata-se, sem dúvida, de um político em quem o País deve depositar as maiores esperanças...
Ilustre Mandatário,
Contributo muito útil, esse, para o esclarecimento das fortes raízes socráticas do criativo deputado!