domingo, 29 de janeiro de 2012

Afundar Portugal

"…A luta será decisiva para obstaculizar aquela que é a maior ofensiva desencadeada contra os direitos dos trabalhadores…"
“…O que o Governo e o grande patronato pretendem é cavalgar na crise, para alterar aspectos essenciais das políticas e da organização económica e social…"
"…O recente acordo de concertação social constitui uma monstruosidade económica e social…”

Os mesmos conceitos, as mesmíssimas palavras de há dez, ou vinte, de há cinquenta ou cem anos. Mudou a vida, mudaram as relações de trabalho, mudaram as circunstâncias, chegou a democracia a toda a Europa. Mas ali , nada muda. Por tudo e por nada, e sempre, o discurso mantém-se definitivamente inalterado. Na Intersindical o tempo nunca é composto de mudança, nem nunca traz novas qualidades.
A luta não é pelos trabalhadores, mas é pelo pleno triunfo das ideias colectivistas ultrapassadas e rejeitadas e pela destruição da democracia burguesa, servindo-se dos trabalhadores.
Dizem que vão aprofundar o trabalho da anterior equipa. Tremenda contribuição para afundar Portugal.

11 comentários:

  1. Eu gostava de perceber a quem interessa a ideia de que estas organizações representam de facto alguém. Tanto estas porcarias de gente que não entre no trabalho há 10 anos como as de empresários que ninguém entende do quê não representam ninguém. Ninguém as elege de facto (este energúmeno do Arménio foi nomeado pelos fascistas do PCP) mas acabo sempre com um primeiro ministro qualquer a decidir num conselho de concertação aquilo que já tinha sido decidido em eleições livres. Este conceito pode ser muito simpático para pessoas com alguma dificuldade nestas coisas de democracia, como o sr Silva ou o Sr Sousa, mas ver um PM de Portugal a festejar um acordo é andar a gozar com os poucos que ainda se dão ao trabalho de votar.

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  2. Basta olhar para a Europa, para verificar que não são os salários mais baixos que tornam os países com mais altas produtividades ou com maiores crescimentos económicos. Pelo contrário. Os países nórdicos apresentam os maiores índices de produtividade e crescimento, praticando uma política de salários altos a par de condições sociais muito amplas. Eles compreenderam há muito que a inovação e a constante modernização tecnológica dos meios de produção são os factores decisivos para se atingir uma alta produtividade. Eles compreenderam que a política dos baixos salários torna os patrões preguiçosos; porquê investir, gastando capital, na modernização do parque industrial se baixando os salários se obtém os mesmos lucros?
    A política de baixos salários apenas se torna competitiva quando é possível manter o custo do trabalho a preços miseráveis, como acontece em países como a China. Uma tal exploração do trabalho só se torna possível em países antidemocráticos. Em países democráticos é impossível baixar os salários ao ponto de ser significativo o seu incremento na produtividade.
    O regresso a uma vida sem condições ou direitos sociais, a uma vida de salários miseráveis, são visões sociais não de há cem anos mas pelo menos de há duzentos.

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  3. Caro PC, esqueceu-se da melhor parte "Nós somos os explorados e eles os exploradores!". Ouvi isto hoje de manhã na rádio. Não acreditei no que estava a ouvir. Podia dizer que eles eram uns gatunos, uns trafulhas, e por ai fora que isso eu até estava de acordo. Mas essa confesso que me apanhou desprevenido.

    Caro CS, Tal como são os pilares que mantêm um prédio, é a productividade que mantém o salário. Pergunte a qualquer papalvo se deu a ganhar a quem o emprega pelo menos o dobro do seu salário bruto. A minha experiência é que acham (como um catita que um dia fez uns serviços aqui no barraco) que é o telhado que segura as paredes...

    Esta é a tragédia tuga, há largas faixas da população (independentemente dos estudos, estatuto social, idade, género ou experiência política) que pura e simplesmente não tem a mínima ideia do que é criar riqueza de modo sistemático. O resultado é esta coisa que nos rodeia.

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  4. Caro Carlos Sério:
    Até posso concordar com quase tudo o que diz. Mas, para alterar o que refere, não há qualquer contributo positivo da Intersindical.

    Caro Ilustre Mandatário:
    Pois essa também só a vi hoje num jornal. Mais uma afirmação do tempo da revolução industrial. Para eles nada mudou, nem tempo, nem modo.

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  5. Caro IMR,
    Nos tempos que correm, as medidas de embaratecimento do trabalho não aumentam a produtividade e o crescimento económico, mas unicamente o lucro dos patrões. O que são duas coisas absolutamente diferentes.Um recente estudo à economia brasileira comprova-o de modo absoluto.

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  6. Caro CS, Portugal não é o Brasil. Os patrões que conheço estão entalados no banco. No Portugal contemporâneo a imensa maioria dos patrões vão ter de escolher entre baixar os salários fechar.

    Pessoalmente acho que o desemprego (incluindo na função pública) é melhor porque o que é inviável deve desaparecer, agora também acho que é uma atitude muito fria. Compreendo quem se queira adaptar baixando a fasquia -- mas essa adpatação será a mesma dos neadertais na última glaciação -- a extinção é inevitável.

    Portugal no seu melhor caso caminhará para um estadio com pelo menos 20% de desemprego e uma mexicanização social.

    Só estrebucha quem está bem nutrido -- veja-se o caso de hoje da Softlusa -- onde um nulo que nem falar sabe veio justificar uma greve injustificável -- e nós os contribuintes ainda temos que pagar para ter este circo (os contribuintes do barreiro esses pagam para lhes complicarem a vida).

    Deve ser para isto que serve o estado para complicar a vida do cidadão.

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  7. -Silva Peneda diz que não é pela redução de salários nem pelo aumento de tempo de trabalho que as empresas aumentam a competitividade. (Economico 18.11.11)
    -Almunia defendeu ainda que a opção de baixar os salários não é a escolha correcta para aumentar a competitividade.(Publico 14.01.11)
    -Do nosso ponto de vista, a proposta de redução salarial no sentido de melhorar a competitividade não tem qualquer fundamento técnico-económico sólido e revela que quem a sugere não fez um mínimo de cálculos sérios sobre o assunto.(Economico Ferreira do Amaral 06.03.10)

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  8. Caro CS,

    O meu amigo esqueceu-se de citar o outro CS (presidente) e as declarações (a favor) do cornícula Pinho numa visita à China. Mas confesso que apreciei essa do Ferreira do Amaral que está sentado na Lusoponte à custa dos nossos impostos...

    Imagine que o meu amigo tem uma PME, não teve um volume de negócios para pagar salários e está entalado no banco porque fez investimentos de médio prazo que tem de pagar. Como é que é? Por exemplo, imagine como foi em Dezembro onde tem o dobro do custo da massa salarial? Há muitos subsídios de Natal em atraso de que ninguém fala a não ser os anjinhos da função pública bem refastelados à custa do contribuinte.

    Sabe o que é ter a responsabilidade de pagar salários a colaboradores? e que num passo em falso podem ser anos de trabalho que vão borda fora? Alem de ter dado por exemplo a sua casa como penhora ao banco para pagar investimentos na empresa...

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  9. Não é o que está sentado na Lusoponte, mas o catedratico professor de economia. Irra!

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Caro IMR,
    as empresas em Portugal só vivem "entaladas pelos bancos" porque vivem acima das suas possibilidades, como a classe média em geral.

    Se os gestores portugueses seguissem os bons exemplos como este do Bill Gates: "tenho que ter dinheiro em caixa para paagar as minhas responsabilidades durante um ano sem receber, durante esse ano, um centimo dos meus clientes".

    O problema da produtividade em portugal não é dos trabalhadores: é dos gestores e sindicatos.

    1 abraço.

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