1.Estamos a assistir à curiosa e habitual novela das nomeações de influência política para cargos em órgãos sociais de empresas, de que são exemplos mais marcantes - e mediaticamente mais explorados – as nomeações para o C. Geral da EDP e para o C. Administração das Águas de Portugal.
2.A agitação é muito grande e mesmo figuras públicas da área do Governo, como é o caso do Dr. Marques Mendes, discordam abertamente de algumas das escolhas feitas.
3.Trata-se de um problema que não é novo, que de resto se repete ciclicamente com a chegada de um novo Governo de cor política diferente do cessante.
4.Há sempre um enorme “exército de reserva” nos partidos chegados ao poder, e na sua órbita de influência - a famosa “clientela partidária” – constituído por elementos desejosos (alguns famintos, mesmo) de se apoderarem dos despojos que a vitória política lhes pode proporcionar, que são os lugares de nomeação política na administração pública (segurança social e saúde, por exemplo) e nos órgãos sociais de empresas públicas ou de outras para os quais o Estado tem o direito ou poder de nomear membros.
5.Essa gente é mais ou menos conhecida, ou pertence aos aparelhos partidários ou aparece normalmente a frequentar as reuniões partidárias, ainda em tempos de oposição, quando o “cheiro a poder” começa a ganhar intensidade...
6.Só que, desta vez, o ambiente de intensa crise em que o País se encontra mergulhado torna este exercício muito mais visível e delicado, alvo fácil de crítica e destruidor de CAPITAL POLÍTICO, por isso parece recomendável que o Governo adopte especiais cautelas nesta matéria...tem-se a noção generalizada de que se está a “rapar o fundo do tacho” e isso socialmente é muito censurável ...
7.Com efeito, a nomeação de pessoas com carreira essencialmente política para cargos empresariais, com a simultânea divulgação das condições de remuneração desses cargos, em alguns casos principescas, um momento de tão grave crise em que são exigidos sacrifícios muito significativas a uma boa parte da população, arrisca-se a derreter, rapidamente, o CAPITAL POLÍTICO de que o Governo tanto carece para prosseguir a ciclópica tarefa de corrigir os desequilíbrios da economia e das finanças públicas...
8. ...e não é preciso ser um génio para perceber que com esse CAPITAL POLÍTICO derretido ou em rápido derretimento, o risco de os objectivos fundamentais do Programa de Assistência Económica e Financeira virem a derrapar pode tornar-se incontrolável...
2.A agitação é muito grande e mesmo figuras públicas da área do Governo, como é o caso do Dr. Marques Mendes, discordam abertamente de algumas das escolhas feitas.
3.Trata-se de um problema que não é novo, que de resto se repete ciclicamente com a chegada de um novo Governo de cor política diferente do cessante.
4.Há sempre um enorme “exército de reserva” nos partidos chegados ao poder, e na sua órbita de influência - a famosa “clientela partidária” – constituído por elementos desejosos (alguns famintos, mesmo) de se apoderarem dos despojos que a vitória política lhes pode proporcionar, que são os lugares de nomeação política na administração pública (segurança social e saúde, por exemplo) e nos órgãos sociais de empresas públicas ou de outras para os quais o Estado tem o direito ou poder de nomear membros.
5.Essa gente é mais ou menos conhecida, ou pertence aos aparelhos partidários ou aparece normalmente a frequentar as reuniões partidárias, ainda em tempos de oposição, quando o “cheiro a poder” começa a ganhar intensidade...
6.Só que, desta vez, o ambiente de intensa crise em que o País se encontra mergulhado torna este exercício muito mais visível e delicado, alvo fácil de crítica e destruidor de CAPITAL POLÍTICO, por isso parece recomendável que o Governo adopte especiais cautelas nesta matéria...tem-se a noção generalizada de que se está a “rapar o fundo do tacho” e isso socialmente é muito censurável ...
7.Com efeito, a nomeação de pessoas com carreira essencialmente política para cargos empresariais, com a simultânea divulgação das condições de remuneração desses cargos, em alguns casos principescas, um momento de tão grave crise em que são exigidos sacrifícios muito significativas a uma boa parte da população, arrisca-se a derreter, rapidamente, o CAPITAL POLÍTICO de que o Governo tanto carece para prosseguir a ciclópica tarefa de corrigir os desequilíbrios da economia e das finanças públicas...
8. ...e não é preciso ser um génio para perceber que com esse CAPITAL POLÍTICO derretido ou em rápido derretimento, o risco de os objectivos fundamentais do Programa de Assistência Económica e Financeira virem a derrapar pode tornar-se incontrolável...
Exactamente o mesmo do antecedente, só que agora, diz o Governo, não é responsável pelas escolhas!? Afinal quem nomeou quem!?
ResponderEliminarCaro Dr. Tavares Moreira,
ResponderEliminarPenso que o seu post é muito lúcido na forma com coloca o problema de credibilidade que se coloca ao Governo nesta questão das nomeações. E parece, claramente, ter faltado alguma capacidade política para perceber isso, pois as tentativas de justificação avançadas lembram a "emenda e o soneto".
Mas, ao contrário da EDP, creio que no caso das Águas de Portugal o erro não é apenas dos nomeados serem do partido (sem qualquer desprimor pessoal, friso). Colocar pessoas que têm dívidas à frente da empresa credora, é como perguntar à raposa se podemos ter confiança nela para guardar o galinheiro.
Quando a AdP entrar em negociações com as câmaras devedoras, para "suavizar" as dívidas (era capaz de apostar), o que ficarão a pensar os autarcas cumpridores?
A ética republicana....
ResponderEliminarTotalmente de acordo, Dr. Tavares Moreira.
ResponderEliminar«esse CAPITAL POLÍTICO derretido»
ResponderEliminarAgora e quando era mais necessário.
A cegueira do anterior regime, nomeadamente com a guerra em África, fez-me ouvir de alguém: que estavam a empurrar os portugueses para as mãos do PCP.
Hoje, já nem PCP haverá.
Estarão a empurrar a população para onde?
PS: da Ética Republicana, estamos bem servidos, na EDP como na Fundação Don Mário.
Caro Jota C,
ResponderEliminarApesar da agitação que por aí vai, há que reconhecer alguma diferença em relação à prática anterior, que era bem mais descarada no que concerne, por exemplo, à nomeação de amigos absolutamente impreparados para cargos empresariais de grande relevo...
Aí ainda não chegamos e espro que não cheguemos...
Quand même...
Caro Jorge Lúcio,
Muito bem observado, o seu último parágrafo!
Caro Tonibler,
Essa famosa "ética" já deu o que tinha a dar...e será que deu alguma coisa?
Caro BMonteiro,
Exactamente, as tarefas que o Governo tem pela frente são tremendamente desgastantes, exigem uma imagem muito forte e um capital político robusto para resistir aos "headwinds"...
Leiam, se quiserem, o último relatório do FMI, editado quase no final do ano, relativo à segunda revisão do PAEF, e irão por certo perceber melhor o que eu aqui sugiro quanto à necessidade de preservação do dito CAPITAL POLÍTICO...
Quanto à Fundação que cita lembrarei apenas, por graça, o "estoy embarazado" frase extremamente divertida utilizada pelo Fundador não há muito tempo numa sessão pública em Espanha e que suscitou fortes risos da assistência...
Caros Senhores BMonteiro e Tavares Moreira:
ResponderEliminarGostava de vos ouvir falar também de outras éticas: algumas delas que se escrevem apenas com 3 letrinhas a começar por B, portanto, que não são a palavra MÃE.
Caro Antonio Pedro Pereira,
ResponderEliminarEstará a referir-se à BIO Ética?
Muito bem, Doutol Tavales Moleila: Caldona e Flexes são, na veldade, os mais bem plepalados.
ResponderEliminarHá quem diga que Caldona é o peão de blega de Poltas e que tem semple que aceital todo e qualquel calgo na condição de metade da lemunelação reveltel pala o Paltido. Selá?
Calo Faltíssimo.
ResponderEliminarEllou numa palavla chave: não é reveltel, é leveltel que se diz...
E como se atleve a levantal falsos testemunhos?
Caro Doutol Tavales Moleila
ResponderEliminarMuito obligado pela collecção: lealmente, é leveltel e não reveltel.
Não levantei falsos testemunhos. Limitei-me a explimil aquilo que consta. Não selia a plimeila vez em que o pilim leveltia pala o paltido. Todos nos lemblamos do Jacinto Capelo Lego...
Se não levantou, elgueu, alavancou, calo Faltíssimo...que vai dal no mesmo, não concolda?
ResponderEliminarE não é "Caro" mas sim Calo que se deve usal, velifico que tem de plestal mais atenção a estes polmenoles...