"Apesar de se ter convertido num símbolo nacional da República Checa, a figura de Milada Horáková (1901-1950) é ainda pouco conhecida no Ocidente e, segundo creio, praticamente ignorada em Portugal. (...) Na trajectória biográfica de Milada Horáková, a tragédia e a militância cívica e política sempre caminharam a par."
É assim que começa o brilhante texto escrito com a mestria e o rigor de António Araújo e publicado no blogue http://www.malomil.blogspot.com/ sobre a heroína checa Milada Horáková e figura marcante da História do século XX. Milada Horáková, jurista, defensora dos direitos das mulheres, militou activamente em defesa da liberdade, da justiça e da democracia, combatendo pela palavra e pela acção primeiro o nazismo, depois o comunismo, sacrificando aos seus ideais os melhores anos da sua vida e, por fim, a própria vida. Em sua defesa levantaram-se vozes poderosas em todo o mundo, mas em vão, provando, ainda e sempre, que a força e a tirania podem sobrepor-se e esmagar os direitos e as liberdades que hoje nos damos ao luxo de dar por adquiridas, nesta Europa aflita pela economia.
Visitem este blogue de grande qualidade, leiam o texto biográfico mas também as cartas que Milada Horáková escreveu à família, pouco antes de ser executada, em 1950.
Tenho a certeza de que, tal como me aconteceu a mim, não serão capazes de parar de ler até ao fim.
Conhecer a Europa, as árduas lutas e sofrimentos e muitos dos seus heróis, tantos deles ignorados ou esquecidos, é uma forma privilegiada e insubstituível de construir um projecto comum, se ele for de facto possível.
Visitem este blogue de grande qualidade, leiam o texto biográfico mas também as cartas que Milada Horáková escreveu à família, pouco antes de ser executada, em 1950.
Tenho a certeza de que, tal como me aconteceu a mim, não serão capazes de parar de ler até ao fim.
Conhecer a Europa, as árduas lutas e sofrimentos e muitos dos seus heróis, tantos deles ignorados ou esquecidos, é uma forma privilegiada e insubstituível de construir um projecto comum, se ele for de facto possível.
Excelente sugestão, Suzana. Devíamos ler e aprender mais com os nossos heróis. Uma foram de nos ajudarmos a conhecer e a perspectivar o futuro.
ResponderEliminarObrigado, Suzana. Já ganhei o dia com tão interessante personagem. Desconhecia por completo. É bom conhecer certas personalidades. Aprendemos mais em pouos minutos do que anos de vida!
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ResponderEliminarÉ, sem dúvida, um relato impressionante que, como refere, amarra o nosso interesse até ao fim.
ResponderEliminarTemos uns amigos checos (na casa dos quarenta e tais) que escaparam aos últimos tempos do regime.
Conheceram-se em Paris para onde ela tinha ido numa viagem de férias e decidiu não voltar, e ele porque, na idade de cumprir o serviço militar, era caloiro de Medicina, decidiu "saltar" a fronteira, foi interceptado por um sentinela e desafiou-o a matá-lo ou deixá-lo passar. Liberto, após
uma noite de expectativa e alguns episódios rocambolescos que poderiam ter-lhe custado a vida, escolheu Paris como próxima estação. Meses depois emigraram os dois para os EUA.
Há tempos, a Lenka foi visitar o avô ao hospital, na República Checa, onde se encontrava ludibriado pela doença que acabaria por matá-lo.
O avô era médico militar no activo na década de 50 mas, suspeito de conspirar contra o regime, estava sujeito a discretas medidas de vigilância que não lhe passavam despercebidas.
Passava grande parte das noites a sintonizar "A voz da América", colocando-se nos sítios mais inconcebíveis da casa.
(Nesses tempos, em Portugal, a desoras ouvia-se "Rádio Moscovo" e
"A verdade é só uma, Rádio Moscovo não fala verdade". Bastava ouvir ambas para não comprar nenhuma)
Conversava a Lenka com o avô, tentando no desencontro das suas palavras encontrar algum fio de entendimento, quando o avô se sai com esta:
Lenka, fazes-me um favor?
Telefonas para "A Voz da América" e diz-lhes que "eles" aqui agora já deixaram de me perseguir.