Este é mais um caso à portuguesa. Uma fábrica da Companhia de Pescarias do Algarve, revela a notícia, foi inaugurada há um ano, mas ainda não está a funcionar. Falta a ligação ao ramal de esgotos.
Várias entidades oficiais que estão no circuito dos numerosos pareceres prévios à emissão da licença de utilização da fábrica dizem que não têm responsabilidades. Ninguém tem responsabilidades, ou melhor, ninguém as quer assumir, porque a culpa, à portuguesa, é sempre do vizinho. Mas há quem aponte o dedo ao Terreiro do Paço. É que falta a autorização do Ministério das Finanças, e muito provavelmente falta o dinheiro, para lançar a obra da ligação do Porto a uma ETAR que permitirá o tratamento dos esgotos.
O Porto do Olhão, zona onde está situado um pólo de indústria de pesca, não possui tratamento de esgotos, os efluentes são despejados directamente na Ria Formosa.
Entretanto, está prevista a abertura de mais uma fábrica de conservas, mas já está feito o aviso, não vai poder funcionar. As razões são as mesmas. Não há saneamento básico adequado, portanto, não há licença de utilização.
Foram feitos vários milhões de investimentos em fábricas de conversas que estão encerradas por falta de infra-estruturas básicas. Os investimentos estão parados. Não geram actividade económica, não geram emprego, não geram riqueza.
Assim se vão desbaratando recursos económicos e financeiros. Faz algum sentido? Estes casos - onde não faltam o esbanjamento de recursos, as falsas expectativas e a burocracia, a incompetência e a desresponsabilização e várias entidades públicas viradas de costas umas para as outras, assim parece – demonstram bem o muito que há para mudar. É toda uma cultura de estar e fazer que precisa de ser reformada…
Várias entidades oficiais que estão no circuito dos numerosos pareceres prévios à emissão da licença de utilização da fábrica dizem que não têm responsabilidades. Ninguém tem responsabilidades, ou melhor, ninguém as quer assumir, porque a culpa, à portuguesa, é sempre do vizinho. Mas há quem aponte o dedo ao Terreiro do Paço. É que falta a autorização do Ministério das Finanças, e muito provavelmente falta o dinheiro, para lançar a obra da ligação do Porto a uma ETAR que permitirá o tratamento dos esgotos.
O Porto do Olhão, zona onde está situado um pólo de indústria de pesca, não possui tratamento de esgotos, os efluentes são despejados directamente na Ria Formosa.
Entretanto, está prevista a abertura de mais uma fábrica de conservas, mas já está feito o aviso, não vai poder funcionar. As razões são as mesmas. Não há saneamento básico adequado, portanto, não há licença de utilização.
Foram feitos vários milhões de investimentos em fábricas de conversas que estão encerradas por falta de infra-estruturas básicas. Os investimentos estão parados. Não geram actividade económica, não geram emprego, não geram riqueza.
Assim se vão desbaratando recursos económicos e financeiros. Faz algum sentido? Estes casos - onde não faltam o esbanjamento de recursos, as falsas expectativas e a burocracia, a incompetência e a desresponsabilização e várias entidades públicas viradas de costas umas para as outras, assim parece – demonstram bem o muito que há para mudar. É toda uma cultura de estar e fazer que precisa de ser reformada…
Também li a notícia e fiquei (ainda fico!) pasmada. Então autorizam a construção da fábrica e dpeois não há esgotos? E não há dinheiro para os fazer mesmo sabendo que a fábrica (empregos, produção, talvez mesmo exportação) ficam parados? É surrealista!Mas quando o empresário abrir falência e a TVI for lá fazer um escândalo, talvez apareça a tal autorização, acompanhada de muitas medidas de "agilização" para o caso de um dia outra fábrica pensar em ir para lá...
ResponderEliminarForam feitos vários milhões de investimentos em fábricas de conversas...pois esta parte é o fundamental
ResponderEliminaré que não são fábricas de conservas são mesmo de conversas
arranjam-se uns subsídios e se a fábrica funciona ou não tanto faz
servem para se conversar sobre elas...olha tanto argent deitado à rua
constrói-se sem se pensar nas infra-estruturas e sem se arranjar as autorizações que diga-se de passagem eram mais fáceis há uns anos apesar de ser necessária mais papelada desde que se untassem as mãos certas
se calhar esqueceram-se da untadura
Nem mais! E é por isso que há responsáveis (por acção) e outros responsáveis (por omissão). Os primeiros, políticos e altos funcionários do Estado nos últimos 30 anos, os outros todos nós que já há muito devíamos ter deixado de ter uma atitude passiva e conformista.
ResponderEliminarDiz a Margarida que "o Porto do Olhão, zona onde está situado um pólo de indústria de pesca, não possui tratamento de esgotos, os efluentes são despejados directamente na Ria Formosa".
ResponderEliminarPortanto, as nossas autoridades resolveram que, a partir de agora, entre emprego e vida digna de humanos e preservação da flora e fauna da Ria Formosa, escolhe-se esta última.
Eu também sou pela ecologia. E também digo que as infra estruturas, no caso, são necessárias. E certamente serão feitas. De modo que mais uma fábrica não alteraria nada o panorama e criava actividade económica e emprego. E até forçaria a construção das infra-estruturas. Quando se quer tudo perfeito desde o início o que mais vezes acontece é não ter nada.
No final de contas, com toda a indústria, conserveira ou outra, que em tempos existiu, a Ria Formosa ainda lá está. Urge preservá-la? Claro que sim. Mas há que preservar também prementes interesses dos humanos. Em tudo tem que haver algum bom senso.
Sem extremismos de parte a parte.
Talvez seja um comentário politicamente incorrecto. Anti-ecológico é que não é. Há que preservar o ambiente, mas a ecologia também não é um bem absoluto.
É assim e será assim que está bem.
ResponderEliminarFosse diferente, esta gente não era portuguesa.
Que podia esperar-se, com o Estado (Governos e Autarquias), entregues a amadores nascidos e criados nas JP dos partidos do regime?
No JF de hoje, um pobre autarca de uma pobre JF concelho Covilhã (zona minas panasqueira), relembra a "piscina" prometida pelo presidente CMC (até bom autarca). A dois passos do Zêzere ou de uma qq ribeira local.
Aparentemente a causa desta anormalidade parece dever-se a questões burocráticas, pois se os projectos são aprovados é suposto que as infraestruturas de apoio sejam construídas, tanto mais que a verba necessária para a resolução definitiva do problema é insignificante face ao proveito que adviria da laboração da fábrica. Só para reforçar o quão insignificante seria o investimento infraestrutural, basta pensar que é igual ao valor de 5 BMWS das centenas que o estado paga. Não me venham dizer que não há dinheiro!
ResponderEliminarÉ mesmo assim, Suzana, o que falta mesmo são as televisões, o escândalo mediático, as promessas de que tudo fica resolvido no dia seguinte.
ResponderEliminarCaro a interneta estupidifica né?
Bem vistas "as fábricas de conversas".
Caro Pedro Almeida Sande
A bem dizer, somos um povo pouco rigoroso e exigente, que se conforma com pouco. Como é que se altera esta cultura?
Dr. Pinho Cardão
Não sendo ambientalista fico perplexa ao saber que na Ria Formosa, uma zona supostamente protegida, são despejados efluentes.
Caro Bmonteiro
Parece ser uma fatalidade. O "parece" é uma esperança minha que um dia seja diferente.
Caro jotaC
Custa a acreditar.
Eu sou algarvio,tenho 87 anos e desde 1964 sou imigrante na Holanda
ResponderEliminarque tem o nome oficial de Países Baixos e isto porque uma grande parte do território está abaixo do nível do Mar.Diz-se que Deus fez o Mundo,mas a Holanda foi feita pelos holandeses.Um dia,há mais de
40 anos,na Fábrica onde trabalhei
até à reforma,em conversa na Cantina com um dos estudantes do Técnico que estava ali a estagiar,
êle me perguntou o que é que Portugal exportava.Eu citei-lhe vários artigos como vinho,cortiça,
conservas de peixe e depois eu perguntei o que é que a Holanda exportava,e êle me respondeu com prontidão:Exporta tecnologia.
E eu fiquei sem mais argumento de comparação.
A Pátria-Mãe p'ra mim madrasta,
empurrou-me p'rà emigração.
Maldita seja a Governação,
que Portugal p'rà miséria arrasta.