Morreu Whitney Houston. Ontem, 11 de Fevereiro de 2012, aos 48 anos de idade, em Los Angeles, onde se encontrava para assistir à cerimónia dos Grammys (os Óscares da música) que hoje se realiza. Pouco me importam as razões da sua morte: ainda não consigo acreditar...
Dois anos mais velha que eu, lembro-me bem quando apareceu, com 21 anos, em 1985. Uma beleza arrebatadora (muitos dizem que, se quisesse, podia ter sido modelo), uma voz inigualável. Poderosa e vibrante, mas ao mesmo tempo suave e aveludada, percorrendo várias oitavas. Como nunca tinha ouvido.
Daí até meados dos anos 90, foi sempre a somar. O seu álbum de estreia, “Whitney Houston”, foi o primeiro mais vendido de sempre por uma cantora. Ganhou 415 prémios durante a sua carreira, entre Emmys, Grammys, Billboard Music Awards, American Music Awards e muitos outros. São vários os sucessos inesquecíveis, muitos deles “números 1s”. Desde Saving All My Love For You (o primeiro “número 1”), a Million Dollar Bill, de 2009, o seu último sucesso. Permitam-me nomear apenas aqueles que considero os seus três melhores temas e enormes êxitos: I Will Always Love You, o tremendo sucesso do filme The Bodyguard em que contracenou com Kevin Costner; o hino à dança I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me) e a verdadeira obra de arte que é Greatest Love Of All. Recordo a sua actuação numa homenagem a Mohammed Ali em que a sua interpretação de Grestest Love of All é memorável, de cortar a respiração.
Não exagerarei se disser que foi o seu tumultuoso e violento casamento com Bobby Brown, em 1992 – do qual nasceu uma filha, Bobbi Kristina (1993) –, que a retirou progressivamente do pedestal, levando-a a refugiar-se no consumo de drogas e álcool que lhe arruinaram a voz. Mesmo depois do previsível divórcio, nunca mais se recompôs. Tive a oportunidade de a ver ao vivo em 1998, em Lisboa, e em 2010, em Londres. Em ambas as ocasiões, pude constatar, com tristeza, que a sua voz, embora continuasse poderosa, já não apresentava a versatilidade nem a pureza dos anos 80 e início dos anos 90. E que o seu físico estava também frágil, desgastado.
Como ainda nesta madrugada dizia o locutor da CNN que fazia a reportagem sobre a sua morte, não tinham que lhe ter dado quaisquer informações sobre Whitney Houston. Ele tinha crescido a ouvi-la, sabia tudo sobre ela. Não precisava de coros, dançarinos, grandes orquestrações ou produções: nos seus anos memoráveis, bastava-lhe abrir a boca, e a música aparecia, como que por encanto. Posso fazer minhas estas palavras – e acrescentar que tenho todos os seus álbuns e singles, verdadeiras preciosidades que a imortalizarão.
Existem muitas vozes femininas excepcionais, cada uma à sua maneira, que muito aprecio. Mas a voz da verdadeira Whitney, aquela que vale a pena ser lembrada, era inigualável. Como ainda há pouco ouvi Gladys Knight dizer na CNN, nunca mais haverá outra voz como a de Whitney Elizabeth Houston, de seu nome completo. Para mim, The Voice. Obrigado pela voz e pela música, Whitney. Rest In Peace.
Miguel
ResponderEliminarFaz muita pena, tão nova e com tanto talento. Whitney Houston era - e vai continuar a ser - uma cantora fabulosa, com músicas e ritmos fantásticos. Não tenho a colecção de um fã como o Miguel, mas cresci a ouvir a Whitney Houston e tenho muitos dos seus discos que ouço com regularidade.
É, Margarida. Ainda mal consigo acreditar que seja verdade... :-( Para mim será sempre The Voice.
ResponderEliminarUma homenagem a Witney muito emocionante.
ResponderEliminarTambém eu mal posso acreditar que esta voz nunca mais será ouvida ao vivo.
Cumprimentos.
Ouvi há pouco a que terá sido a última entrevista que deu, em que reconhecia os problemas que tinha com as drogas e o álcool, não culpava ninguém "fui a minha maior amiga e minha maior inimiga", fraqueza e força num terrível drama humano. Uma voz divina, que não poupou e que deixa em todos o eco de uma recordação para sempre. Linda homenagem, Miguel.
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