sábado, 17 de março de 2012

O absurdo elevado à n-ésima potência!

Reúne, solene, o Tribunal no Campus da Justiça: um colectivo de 3 Juízes, um procutador da república, um queixoso, um arguído, advogados, testemunhas, polícia. Processo-crime a julgar e aparato de grandes julgamentos.
Crime a julgar: roubo de 1,6 euros, digo bem, um euro e sessenta cêntimos, praticado 7 meses antes!...
Apenas um exemplo relatado pelo Expresso de hoje. Porque, na mesma semana, foram julgados, também por um colectivo de 3 juízes, e com o mesmo aparato, dois processos similares: o roubo de um casaco, no valor de 50 euros e o roubo de um telemóvel, aliás devolvido dois dias depois.
Perante tal absurdo, agora pergunto eu: não constituem estes procedimentos, eles próprios, um roubo de dinheiro público? E não encontrará a justiça uma forma mais digna de perder tempo? E faleceu a inteligência para persistir assim numa burocracia sem objecto ou justificação? Mas já não me interrogo se o pessoal da justiça anda todo doido, a precisar de internamento. Não! Porque formular tais questões só indicam que o doido sou mesmo eu!

5 comentários:

  1. "Injustiça da justiça", "abuso da justiça" ou "parvoíce da justiça"? Às tantas as três...
    O que é que devem pensar os juízes deste e de outros casos semelhantes? Gostava de saber. Mas, pelos vistos, não devem considerar a hipótese de ridículo, pois não?

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  2. "não constituem estes procedimentos, eles próprios, um roubo de dinheiro público?"

    A tua inquebrantável confiança na justiça que temos começa a vacilar.

    Até tu, António?

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  3. Se os holandeses não podem roubar, os alemães não podem matar, os ingleses não podem violar, se os direitos humanos estão universalmente declarados, eu gostava de entender a razão pela qual nos agarramos a um edifício jurídico/legal completamente imbecil, em vez de adoptar um qualquer que funcione.

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  4. Anónimo10:05

    Meu caro Pinho Cardão, pode o meu Amigo sossegar. o problema não é seu. O que relata acontece há muitas décadas e constitui a verdadeira face da crise da justiça que é, afinal, o conjunto de irracionalidades que, mesmo que apontadas a dedo, sempre interessam a qualquer grupo ou corporação. e por isso permanecem. Aos poucos e poucos vai-se percebendo que o problema da justiça, contrariamente ao que todos os políticos sem exceção consideram, não é a falta de lei. É, como bem aponta, o absurdo sob forma de lei. Apesar desta transparência, não tenho esperança de que tão cedo as coisas mudem...

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  5. Também é caso para perguntar quem é que apresenta queixa de roubos ridículos, certamente não têm consciência de que, como contribuintes, pagarão mil vezes o preço do que lhes foi furtado!

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