1.O IGCP colocou esta manhã dívida pública (Bilhetes do Tesouro) ao prazo de 18 meses, pela primeira vez desde que o acordo com a Troika foi assinado: um montante de € 1.000 milhões, à taxa de juro média ponderada de 4,537%.
2.Nesta emissão foram também colocados € 500 milhões ao prazo de 6 meses, à taxa de juro média de 2,9%, sendo que a taxa de juro média na última colocação para este mesmo prazo tinha sido de 4,32%.
3.Reza ainda a crónica divulgada pelo IGCP que a procura na colocação a 18 meses foi de 2,6 vezes a oferta, na colocação a 6 meses de 6 vezes a oferta. Embora habituado a não valorizar muito estes dados de comparação entre oferta e procura, por não saber bem o que significam propostas de compra muito afastadas dos padrões do mercado, não deixo de registar este facto.
4.Especialmente significativa, no actual contexto, é a colocação de dívida a 18 meses, que vai vencer em Outubro do próximo ano, já depois do mega-vencimento de dívida de 20 de Setembro de 2013 (quase € 10 mil milhões), o qual tem sido apontado como um ponto crítico no percurso do serviço da dívida pública nacional...
5.... e significativa de que os mercados começam a crer que a República Portuguesa terá condições para cumprir os seus compromissos quase até final de 2013, quando termina o prazo de aplicação do PAEF.
6.Poderemos estar a testemunhar o gradual retorno da República ao mercado da dívida, passo a passo, o próximo passo poderá ser uma emissão a 2 anos, talvez para o início do Verão, quem sabe...
7. Prossegue assim a "Honeymoon" entre a dívida pública portuguesa e o mercado, situação ainda há poucos meses considerada inverosímil – durará até quando? Aceitam-se apostas dos nossos Comentadores mais ousados (e são muitos, felizmente)...
2.Nesta emissão foram também colocados € 500 milhões ao prazo de 6 meses, à taxa de juro média de 2,9%, sendo que a taxa de juro média na última colocação para este mesmo prazo tinha sido de 4,32%.
3.Reza ainda a crónica divulgada pelo IGCP que a procura na colocação a 18 meses foi de 2,6 vezes a oferta, na colocação a 6 meses de 6 vezes a oferta. Embora habituado a não valorizar muito estes dados de comparação entre oferta e procura, por não saber bem o que significam propostas de compra muito afastadas dos padrões do mercado, não deixo de registar este facto.
4.Especialmente significativa, no actual contexto, é a colocação de dívida a 18 meses, que vai vencer em Outubro do próximo ano, já depois do mega-vencimento de dívida de 20 de Setembro de 2013 (quase € 10 mil milhões), o qual tem sido apontado como um ponto crítico no percurso do serviço da dívida pública nacional...
5.... e significativa de que os mercados começam a crer que a República Portuguesa terá condições para cumprir os seus compromissos quase até final de 2013, quando termina o prazo de aplicação do PAEF.
6.Poderemos estar a testemunhar o gradual retorno da República ao mercado da dívida, passo a passo, o próximo passo poderá ser uma emissão a 2 anos, talvez para o início do Verão, quem sabe...
7. Prossegue assim a "Honeymoon" entre a dívida pública portuguesa e o mercado, situação ainda há poucos meses considerada inverosímil – durará até quando? Aceitam-se apostas dos nossos Comentadores mais ousados (e são muitos, felizmente)...
Se a Espanha e a Itália se aguentarem, como parece, não vai ser por causa de Portugal ou da Irlanda que uma ou outra ajudinha dos demais europeus mascarada de mercado não vai aparecer. Parece que desta já o estado português se safou.
ResponderEliminarResta saber se as lições foram aprendidas, quer internamente, quer externamente. Internamente, se foi aprendida a lição de que gastar dinheiro de quem não se pode recusar e crescimento económico são duas coisas completamente opostas. Externamente, se foi aprendida a lição de que a República Portuguesa e Portugal são duas coisas diferentes.
Mas, cheira-me, que assim que as coisas melhorarem um pouco vão aparecer de todo o lado os defensores da "aposta na economia" e se piorar um pouco vão aparecer os trastes do costume na Bloomberg dizer que são especialistas em Portugal e que já estamos no estado da Grécia.
Não ouso vaticinar. Mas desejo ardentemente que o meu caro Tavares Moreira tenha razão na interpretação que faz dos sinais.
ResponderEliminarEstou com o Drº Ferreira de Almeida.
ResponderEliminarMas ainda hoje li que há dificuldade em entender (por parte do Minist. das Finanças) o aumento do desemprego, o que não me deixa nada tranquilo, vejo tudo a fechar...Será que tudo isto vai emergir em 2013 assim do nada!? Oxalá...
Caro Tonibler,
ResponderEliminarOs parágrafos 2º e 3º do seu comentário não poderiam ser mais avisados...
Se a situação financeira aliviar mesmo, de forma duradoura, tb pressinto que vamos assistir a um enorme alvoroço em torno da messiância ideia de que é preciso dinamizar a economia...
Esta rapaziada está faminta e terrivelmente saudosa da boa despesa pública, daquela que dá um alento ao PIB luso...no início, até chegar o momento de lhe impor mais uma fase de austeridade...
Caro Ferreira de Almeida,
Como terá reparado, o que eu fiz foi mais uma constatação de factos do que propriamente uma interpretação...que existe uma Honeymoon basta ver as condições em que a República consegue aceder ao mercado.
A questão que coloco é de saber se vamos ter uma longa Honeymoon ou se alguma das partes na mesma vai romper a doce relação que as liga nesta altura...faço votos, tal como o meu Amigo, que seja uma relação para durar!
Caro JotaC,
O aumento do desemprego resulta, directamente, da impossibilidade de manter um sem número de actividades que só puderam subsisitir enquanto a despesa interna foia limentada artificialmente por um endividamento que tinha de parar...
Este processo de ajustamento era inelutável, só foi pena ter sido lançado tarde demais, devia ter sido prosseguido sem descontinuidade desde há 9 anos, quando foi proferida aquela frase "assassina": há mais vida para além do Orçamento...
Essa tal vida para além do Orçamento é precisamente esta miséria a que estamos assistindo!
Arrisco apostar que vai continuar, os mercados também precisam de emprestar dinheiro aos devedores senão lá se vão os créditos todos.E parece que a Europa está a querer sair do fundo negro em que se afundava. Mas é tudo tão incerto!
ResponderEliminarCaro Tavares Moreira
ResponderEliminar"Honeymoon" com a nossa dívida é muita bondade sua.
No nosso caso, Maio/Junho do corrente ano, será o "day of reckoning".
Não antecipo o resultado, porque apenas tenho dados dispersos e neste caso não vale "errar por pouco".
Cumprimentos
joão
Resta saber se "estes mercados" que adquiriram esta tranche são mercados "verdadeiros" ou apenas os bancos encharcados de liquidez do BCE a 1% e obrigados, por acordos debaixo da mesa (à la Constâncio), a adquirir estes títulos por conta da mais valia entre os 1% e o que cobram aos Estados (incorporando nessa mais-valia os riscos corridos)...
ResponderEliminarCara Suzana,
ResponderEliminarQue é tudo muito incerto, está cheia de razão...
Não existem quaisquer garantias de que este clima de harmonia financeira é para continuar, de forma duradoura.
Basta pensar no que pode resultar das eleições gregas, agendadas para o próximo mês...
Segundo li muito recentemente, os dois principais partidos, Nova Democracia e Pasok, que têm apoiado a aplicação do programa de ajustamento negociado com a UE/FMI, juntos não terão mais de 40% das intenções de voto...
Que enorme confusão pode estar na calha, a seguir a esta bonança - ou não? Ninguém sabe!
Caro João Jardine,
Veremos, veremos...como terá reparado, não estou prometendo nada, o que faço é constatar a realidade e procurar extrair dela algumas conclusões, bem pouco arrojadas, aliás...
Caro Gonçalo,
Desculpar-me-á a observação de que essa ideia de que os bancos, pelo facto de terem recebido grande liquidez do BCE, em condições bastante generosas, andam por aí a comprar dívida pública de olhos fechados, não colhe de todo...
Eles devem ter aprendido com a Grécia que não se pode mais brincar com a dívida pública, sob pena de sofrer prejuízos tão elevados como com a dívida privada de alo risco...
E a diferença de taxas, aos níveis de juro a que as dívidas públicas têm vindo a ser colocadas,em especial nos curtos prazos, começa a não remunerar um risco que seja considerado elevado...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarNa sua argumentação à análise do Gonçalo, afirma o meu caro economista.
"Desculpar-me-á a observação de que essa ideia de que os bancos, pelo facto de terem recebido grande liquidez do BCE, em condições bastante generosas, andam por aí a comprar dívida pública de olhos fechados, não colhe de todo...
Eles devem ter aprendido com a Grécia que não se pode mais brincar com a dívida pública, sob pena de sofrer prejuízos tão elevados como com a dívida privada de alto risco..."
Poder-nos-á então esclarecer quem tão imprevidentemente anda a "brincar" comprando a dívida pública portuguesa? Agradecia imenso que nos ilucidasse quem são afinal os ditos compradores.
Caro Carlos Sério,
ResponderEliminarA única coisa que lhe posso dizer é que eu não comprei, ou, para tomar a sua expressão imensamente sugestiva, não "brinquei". Quanto aos outros, não é da minha conta saber em que investem nem porque investem...e se querem investir em brinquedos, tb é da sua conta...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarvá lá, eu dou-lhe uma ajuda:
Banco Espirito Santo, SA
Barclays Bank, plc
Banco Santander
BBVA
BNP Paribas
Banco Português de Investimento
Caixa Geral de Depósitos, SA
Citigroup Global Markets Limited
Crédit Agricole CIB
Credit Suisse International
Deutsche Bank, AG
Goldman Sachs International
HSBC France
Jefferies International Limited
Millenniumbcp
Morgan Stanley & Co International Limited
Société Générale
The Royal Bank of Scotland, plc
Únicos, aceites no MEDIP como "especialistas em BT.
Ou estes:
Banco Espirito Santo, SA
Banco Santander
Barclays Bank, plc
BNP Paribas
Caixa Banco de Investimento, SA
Citigroup Global Markets Limited
Crédit Agricole CIB
Credit Suisse
Deutsche Bank, AG
Goldman Sachs International Bank
HSBC France
ING Bank, NV
Jefferies International Limited
Morgan Stanley & Co International
Nomura International
Société Générale
The Royal Bank of Scotland, plc
UniCredit (HVB)
BPI, SA
Caixa Central de Crédito Agricola Mútuo
Commerzbank
Millenniumbcp
"especialistas em valores do tesouro e operadores do mercado primário"
O Gonçalo tem toda a razão.
Caro Carlos Sério,
ResponderEliminarAgradeço sua ajuda, aliás imensamente generosa cumpre reconhecer...Todos esses e mais alguns serão os que, na sua óptica, investem brincando - veremos se é brincar com o fogo ou com um material menos danoso...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarA expressão brincar é sua.Utilizou-a na resposta ao Gonçalo, aqui:
"Eles devem ter aprendido com a Grécia que não se pode mais brincar com a dívida pública"
Brincar é coisa que os mercados não fazem.